Com
credibilidade, o Supremo suplantou Executivo e Legislativo
HELIO FERNANDES
Constitucionalmente
tem a ultima palavra. Mas agora seus poderes se ampliaram, suas atribuições se
estenderam, suas decisões atingiram os mais variados setores. O Presidente da
Câmara, por unanimidade foi considerado réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
Isso é o mínimo, pois não demora será enquadrado pela terceira vez. A pedido do
Procurador Geral e a ratificação mais do que natural do relator e do plenário.
Hoje,
quarta, duas decisões inspiradíssimas. 1- O plenário examinará a "delação"
do senador Delcídio, transformada por ele mesmo em entrevista concedida
minuciosamente á revista "IstoÈ". Alem das acusações estarrecedoras a
Lula e Dilma, fez questão de torná-la publica, era o autor e o delator. Se
ninguém pedir vista, a "delação" será homologada. Ontem o Supremo
abriu o terceiro inquérito contra ele.
Antes ou
depois, mas provavelmente na mesma sessão, (os assuntos são urgentes e
improrrogáveis) examinará a nomeação do Ministro da Justiça. Como Procurador de
carreira não pode ocupar cargo no Executivo. 48 horas antes um Desembargador
Federal "autorizou" o Ministro a tomar posse. Sabendo que o Supremo
examinaria imediatamente a questão, o Desembargador agiu impensadamente.
O Supremo
tem mantido todas as decisões e condenações do juiz Moro, foi criado o que se
chama de “pânico de Curitiba". O Procurador Geral denunciou Claudia Cruz,
casada com Eduardo Cunha. Este quer que o Supremo não aceite a representação ou
então, julgue sua mulher. Alegação: "Ela está enquadrada nas mesmas ações
a que ele responde, então deveria ser julgada junto com ele".
Surpreendentemente
mas de acordo com o estabelecido, Eduardo Cunha tem "foro
privilegiado". Mas ela não. Seus gastos exuberantes no exterior, suas
compras dispendiosas, sua participação nas contas do marido, foram examinadas
de todas as maneiras, e ela responsabilizada. Se o Supremo aceitar a
representação do Procurador Geral, será julgada em Curitiba, onde estão todos
os processos da Lava-jato. Esse o pânico do Presidente (ainda) da Câmara.
Dilma: "A oposição insiste em dividir o
país".
Oposição: "Dilma não governa, paralisa o
país"
Opinião publica: "Governo e oposição
estraçalham o país"
Nenhuma
restrição a qualquer das afirmações. Dona Dilma errou tanto, que jogou todos
contra ela. A partir da reeleição, não conseguiu um novo mandato e sim a
unanimidade contra ela. Confessou: "Meu equivoco foi ter demorado a
perceber que estava tudo errado do ponto de vista econômico e
administrativo". Mas não sabia como construir, destruir é tudo o que
faz. Na primeira pesquisa do segundo mandato, o resultado: "76 por
cento consideraram que ela mentiu para se reeleger".
Depois o "índice
de popularidade" caiu para 9 por cento, inacreditável, inédito na Historia
da Republica. Logo nos primeiros meses da reeleição, demitiu 6 ministros, o que
ficou conhecido como faxina". Sem saber o que fazer, rompeu com o
"seu" partido, PT, com o PMDB. Na eleição do líder do PMDB, para
vitoria do seu candidato, o Ministro da Saúde teve que reassumir por 24 horas.
Isso não foi grave. O que não contaram: o suplente, do "nanico" PDT
ia votar contra Picciani. Isso é uma biografia ou autobiografia de Dilma e do
seu "governo".
A
oposição desde a constatação do fracasso de Dilma e do PT, apostou no
"quanto pior, melhor". Pode ser uma frase tosca e repetida, um lugar
comum, mas para os que fingem de oposição, uma convicção irrefutável. Também
não se opuseram, na ultima segunda feira afirmaram: "Vamos obstruir todas
as votações, nossa prioridade é o impeachment”.
Desde
fevereiro de 2014, depois da reeleição, venho analisando: "Não obterão os
342 votos necessários". Agora, podem conseguir até mais do que isso. Não
garanto, mas têm mais fôlego do que quando começaram. Dona Dilma é tão
estabanada, insensata, desequilibrada, desorientada, sem projeto, sem rumo e
sem futuro, que diante do quadro que ela mesma fortaleceu, deveria estabelecer
uma prioridade. Como está na iminência de sofrer o impeachment ou a cassação,
RENUNCIARIA. Assumiria o vice, que "trabalha" 24 horas por dia para
isso.
Com essa
demonstração de grandeza, vá lá, não precisaria sentir medo das ruas, de vaias,
da impopularidade. Na melhor das hipóteses, com a demora das decisões, do
Congresso ou do TSE, ficaria mais 2 anos, fingindo que preside o país.
Sobressalto, risco e medo a todos os momentos. Deixando o governo, Dilma
ganharia imunidade diante da opinião publica. Poderia continuar andando de
bicicleta, quem sabe voltaria a ver novela, com sua amiga da Petrobras.
A
presidentA repetiria o que fez o presidente Nixon. Como ela não conhece
Historia, nem recente, vou lembrar rapidamente. Em 1968 foi eleito presidente.
Em 1972, reeleito, já "chamuscado" pelo Watergate. No fim de 1973, o
Procurador fez acordo com Spiro Agner, vice corruptíssimo. Em 1974 chegou a vez
de Nixon. Se resistisse, poderia ficar mais 2 anos no cargo, sabia que o
impeachment estava garantido. Renunciou, foi pra casa, fizeram filme com ele,
ninguém o incomodou.
Assumiu o
Presidente da Câmara, Gerald Ford. A primeira vez, nos EUA, que um presidente
não eleito diretamente, ocupava a Casa Branca. Fora naturalmente os vices que
assumiram quando os presidentes eram assassinados. Começando pelo estadista e
heróico Lincoln
“Ressalva
importantíssima: não tenho respeito, complacência ou admiração, por nenhum dos
supostos herdeiros de Dona Dilma. Sem exceção, todos do segundo ou terceiro
time. Ela é imprudente, eles incompetentes, alem de desleais e até traidores.
Montam uma conspiração para esquartejarem o país, e em nome desse falso
idealismo ou mesmo patriotismo, satisfazem suas ambições, obtém sucesso para os
seus interesses unicamente pessoais. Com essa constatação, por que e para que mudar?
Marcelo Odebrecht condenado a mais de 19 anos, por corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa
Quando
foi preso em junho, perguntaram se faria "delação". Resposta: "Não
sou dedo duro, não entrego ninguém. Quando minhas filhas brigam, não espero que
uma acuse a outra. Quero saber que começou". Até o ano passado era o dono
da maior empreiteira do país. Agora é acusado como responsável pela
"formação de quadrilha". (Nome mudado para associação criminosa).
O
proprietário da Andrade Gutierrez, a segunda empreiteira, fará
"delação". De Curitiba me dizem que Marcelo Odebrecht está no
caminho. Depois do depoimento dos marqueteiros Santana, que revelaram terem
recebido mais de 30 milhões da Odebrecht, para financiarem campanhas no
exterior, doutor Marcelo não tem outra
saída.
Hoje,
quarta, dia terrível para o senador Delcídio, já disse lá em cima, o Supremo
aceitará sua "delação". Agora chega outra noticia: também hoje, a
Comissão de ética do Senado começará a examinar a cassação do seu mandato. Difícil
escapar. A não ser que acreditem que ele ainda tem muita munição
guardada.
Dilma "homenageia” as mulheres
As aspas
são mais do que explicativas. Um discurso monótono e
cansativo, como sempre, não apagará o mal que fez a todas as mulheres, que
gostariam ou poderiam governar o Brasil. Quando alguém pensar numa mulher para presidir
o Brasil, lembrarão de Dona Dilma. Precisarão do auxilio de Gabriel Garcia
Marques e de 100 anos de solidão e desperdício.
PS-
Homenagem mesmo, quem merecia: a doutora Berta Lutz, que de 1932 a 1934
implantou o feminismo no Brasil. Lutou e conseguiu que as mulheres conquistassem
o direito de votar para presidente.
PS2-
A primeira eleição direta ocorreria em 1934. Infelizmente, Getulio Vargas
subornou a constituinte, se elegeu indireto. Eleição direta só em 1945,
frustração colossal.
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