Os quatro
últimos presidentes eleitos pelo voto direto, com problemas na Justiça
HELIO FERNANDES
Antes do
golpe de 64, a última eleição direta aconteceu em 1960. Foi eleito Janio
Quadros, o maior "fenômeno" eleitoral da Historia. Suplente de
vereador que assumiu o cargo, em 12 anos chegou a Presidente da Republica,
nunca houve nada igual. (Alem de vereador, foi deputado estadual, prefeito,
governador). Ocupou o Planalto já apoiado por alguns generais golpistas,
tentaram que "governasse com plenos poderes e sem prazo para sair".
Não conseguiram, renunciou, aconteceu o que todos conhecem.
29 anos
depois, em 1989, houve a primeira eleição direta. Muitos candidatos, alguns que
estavam na fila ha muito tempo. Vários de São Paulo, Doutor Ulisses, Mario
Covas, Lula. Brizola, governador de 2 estados. Surgiu um candidato quase no
limite da idade mínima, com um quase desconhecido PMN. Seu nome: Fernando
Collor. Apareceu com discurso retumbante, foi para o segundo turno com Lula,
que ganhou de Brizola por meio ponto
Collor
assumiu, cometeu extravagâncias, abandonado e sem base político - partidaria,
sofreu o primeiro impeachment do Brasil. Recorreu ao Supremo, foi
absolvido por unanimidade, "falta de provas".Cumpriu os 8 anos,
voltou, senador eleito e reeleito, novamente investigado. Assumiu o vice
Itamar, não havia reeleição, tinha menos de 2 anos para governar e escolher o
sucessor.
Jogou
tudo em FHC. Nomeado logo Ministro da Fazenda, a seguir acumulou o Ministério
do Exterior, (interinamente, o nomeado, deputado José Aparecido, teve que ir
para Cleveland fazer um transplante) já era candidatíssimo dele mesmo e do
governo. Assumiu, loteou quase de graça o patrimônio nacional. Não satisfeito
com 4 anos, comprou e pagou á vista outros 4.
Agora
responde a processo , que ele mesmo chama de "vida privada". Numa
parte pode até ser, mas a partir da manutenção da amante e do filho, suas
"justificativas" não resistem, o processo vai mostrar. Outro ponto que
é publico, é a "falta de caráter" de quem tem uma relação fora do
casamento. Não podia ser presidente, mas continuou arrogante como sempre.
Quando começou toda essa crise política e econômica, declarou com convicção: "Se
eu tivesse menos 10 anos". Não precisou completar.
O
terceiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Presidente na quarta oportunidade, teve que fazer os acordos mais surpreendentes,
para não registrar a quarta derrota seguida. Fez as maiores concessões , não
esperava que fosse adotado tão rapidamente, pelo que ele mesmo chamava de
"elite". E era mesmo. Foi beneficiado pela situação favorável do
mundo, e do carisma pessoal. As duas coisas acabaram. Fora do poder, tem contra
ele, até a publicamente protegida. Romperam na época do "volta,
Lula". Não se reconciliaram, agora está cheio de processos e de acusações
que não consegue responder.
Finalmente
Dona Dilma, que também jamais poderia ter sido cogitada para a presidência.
Cogitada, eleita e reeleita. E que desperdiçou miseravelmente, os primeiros
quatro anos, e esse tempo da reeleição, que ninguém imagina até onde irá.
Faltam 36 meses, como eu disse ontem. Não governa por falta de competência, de
conhecimento, de grandeza, de generosidade, de objetivos.
Alem do
mais, e a culpa não é de ninguém e sim dela. Seu mandato está oscilando entre o
impeachment pelo Congresso e a cassação pelo TSE. A diferença no caso de Dilma,
é que ela está sendo ameaçada e responsabilizada, enquanto está no cargo. (Está
mesmo ?) O país não suporta tanta displicência com o interesse publico. E as
pesquisas indicam isso. O que faz o processo ser retardado, é a fragilidade
dos que podem substituí-la. È tudo segundo e terceiro time. Depois de dezenas
de anos, a interrogação sofrida se transforma em desalento melancólico:"
Que país é esse, Francelino?".
0 grande
personagem que foi Oswaldo Aranha, numa das inúmeras crises que teve que teve
que enfrentar como Ministro da Justiça, da Fazenda, do Exterior, fez a analise,
conceito, advertência, libelo:"O Brasil é um deserto de homens e de idéias".
Não é mais deserto, faltam ainda homens e idéias.
A catástrofe que ameaça os EUA e o mundo, a super
terça de hoje
Ha 15 ou
16 anos, Donald Trump tentou ser candidato a presidente, não conseguiu. Ninguém
esperava que reaparecesse agora, e liderando as pesquisas republicanas. Está na
liderança do partido, embora só agora tivesse recebido um apoio, do governador
de Nova Jersey. Não é o mais grave. Pânico mesmo é hoje, a"super
terça".
São 12
previas simultâneas, o numero de delegados é elevadíssimo. Ele pode se garantir
como candidato. Os EUA não podem ser presididos por Donald Trump, de jeito
algum. Lógico, terá que derrotar Hillary. Ontem, defendendo as previas de
SP, Alckmin falou:"Com elas surgiu o estadista Obama". Acertou uma,
errou a outra. Personagens como Obama ganharam espaço, com a Emenda 24 de
1952. Com as quatro eleições seguidas de Roosevelt, o Partido Democrata e o
Republicano, se uniram, e por unanimidade fizeram a Revolução - renovação, que
vigora até hoje. Só uma eleição e uma reeleição, depois mais nada, nem eleito
nem nomeado.
A reviravolta do Oscar
Com o
protesto publico do cineasta Spik Lee, "não existe premiação para negros
no Oscar", a repercussão retumbante transformou tudo. Jamais existiu uma
premiação como a de agora. Polemica do principio ao fim, debates, ironia,
negros elogiados e até reverenciados. Do ponto de vista técnico, quase ninguém
acertou. Vi com antecedência os indicados, um grande amigo me mandou copia de
todos.
Escrevi
que não gostei de "Regresso" nem de "A Grande
Aposta". Meu preferido era "SpotLigth", corajoso, real,
enfrentando a Igreja na questão do abuso contra jovens. E altamente elogioso
para o "jornalismo investigativo", a realidade da imprensa de hoje.
Mudou
muito, e para pior, a cobertura dos mais diversos canais de televisão. Que
saudades dos tempos de José Wilker, Ely Azeredo e outros como eles. Que
transformavam a noite do Oscar , num prazer e numa fonte inesgotável de
conhecimento.
O
confronto PT-Lula Governo não PT Dilma
A
confusão é cada vez mais complicada, sem conciliação e aumentando a
hostilidade. Aberta ou escondida. Ontem, finalmente,derrubaram o Ministro
da Justiça. Levaram um ano mas conseguiram. Em março de 2014, José Eduardo
Cardoso conversou com a presidentA sobre seu futuro.Deputado Federal
licenciado, precisava se desecompatibilizar para renovar o mandato. Ela não
concordou, "você começou comigo , sai comigo". Não aguentou a
pressão, ele será Advogado Geral da União.
Para o
seu lugar, Jaques Wagner indicou um Procurador que trabalhou com ele na Bahia.
Aceitou mas perguntou até onde ia sua relação com a Policia Federal. Conselho
de Wagner, cada vez mais importante e poderoso:"Toma posse e
descobre pessoalmente". Dois trunfos ou triunfos do ex-governador, no fim
de semana.1- Foi o único Ministro a comparecer á festa do PT. 2- Mais tarde,
defendeu com veemência o ex- presidente Lula. Só recebeu abraços e
cumprimentos.
Sobre o futuro da histórica e centenária ABI, surge a esperança
PS - Tudo
indica que o presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de
Imprensa – ABI, o laureado e um dos maiores historiadores do país, Ivan
Cavalcanti Proença, após tecer na Reunião do Conselho do dia 29 de (ontem) severas
criticas a postura do presidente da entidade, Domingos Meirelles, tenha com isso acenado com
uma renovação. Para os conselheiros presentes, a posição do jornalista, sinaliza
que poderá liderar uma chapa de oposição a ineficiente diretoria da ABI, que pelo
que se discutiu, não conseguiu evoluir absolutamente em nada, no cumprimento
das promessas quando se elegeu em 2014.
Os oposicionistas reclamam que
Meirelles acumula ações de toda ordem, respondendo entre outros por atos cometidos
contra um dos seus diretores o jornalista e editor Orpheu Pinto Salles, decano
do jornalismo e editor da conceituada revista Justiça & Cidadania.
PS1 - A
eleição será em abril próximo e as movimentações de bastidores indicam um desfecho
eleitoral que poderá reavivar as cores da centenária e histórica instituição.
Para quem não sabe, o prédio sede da ABI é um Monumento a arquitetura
brasileira, e se encontra hoje, em completo abandono, tanto material e
cultural.
PS2 - A ABI teve entre seus presidentes Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho, um
nacionalista, que fez da sua profissão um
meio de levar a população brasileira à conscientização política e social. Em
1926, aos 29 anos de idade, assumiu pela primeira vez a Presidência da Casa.
Durante seu quarto mandato, em 1992, foi o responsável direto pelo pedido da
abertura do impeachment de Fernando Collor de Mello e o primeiro orador inscrito
para defender o processo.
PS3
- Em 1969 o ex-presidente da Casa, Fernando Segismundo, defendeu que (...) “que a associação deve interpretar o
pensamento, as aspirações, os reclamos, a expressão cultural e cívica de nossa
imprensa; preservar a dignidade profissional dos jornalistas — e não apenas a
de seus sócios; acautelar os interesses da classe; estimular entre os
jornalistas o sentimento de defesa do patrimônio cultural e material da Pátria;
realçar a atuação da imprensa nos fatos da nossa história; e colaborar em tudo
que diga respeito ao desenvolvimento intelectual do País”. Mas, segundo os
protestos da oposição, com a atual administração isso não está acontecendo.
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