"Depois de eleito
presidente, Eduardo Cunha transformou a Câmara num balcão de negócios"
HELIO FERNANDES
Essa é uma frase
do voto do Ministro Celso de Mello, completando a sessão histórica da qual o
presidente da Câmara saiu como RÉU por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na quarta feira
a primeira parte foi interrompida com Cunha perdendo de 6 a 0. Marcada a final
para ontem, quinta, antecipei: "Faltam votar 5 ministros, a decisão será
tomada por 11 a zero, UNANIMIDADE". Aconteceu, exclusividade do repórter.
Eduardo
Cunha devia renunciar ou então como um todo, o Congresso retira-lo. A questão
não é apenas de uma parte e sim dos 594 parlamentares. O que não pode é
continuar a desmoralização geral, e a revolta das ruas, que se manifesta
através de pesquisas. Mas assim que acabou a sessão do Supremo, o presidente da
Câmara deu entrevista vergonhosa e acintosa.
Parece
que não é com ele. Conversando com amigos, perdão, apaniguados, garantiu: "Antes
do fim do ano ninguém me tira do cargo ou cassa meu mandato”. Textual e
rigorosamente verdadeiro.
Quinta tumultuada, perturbada, complicada
Começou
cedo. Por volta das 9 da manhã, circulou: "Delcídio do Amaral fez
"delação premiada". (No seu voto magistral, o Ministro Teori não usou
a palavra, sempre identificava como "colaborador". Dois Ministros
registraram o fato). Sem muita noticia, comentaristas ocuparam rádios e
televisões, sem nenhum fato concreto. Por volta das 10 horas, apareceu um
exemplar da revista "IstoÈ", com longa entrevista do senador. Aí,
todos se desdisseram, surgiram mais exemplares.
Delcídio
desvendava participações e mais participações de Dilma e Lula. Passeava pelos
caminhos da presidentA e do ex-presidente vindo desde Pasadena. E não parava
mais. O primeiro a se manifestar foi o Ministro da Justiça demitido, perdão,
destituído. Defendeu ardorosamente Dilma, esqueceu de Lula, protagonista da sua
saída. Fez questão de registrar: "Ainda não li a entrevista".
Mas não
parou de falar. Por volta das três da tarde deu longa entrevista na televisão.
As estações que transmitiam a sessão do Supremo, mudaram para o ex-ministro, se
perderam. (Este repórter que acompanhava pela TV-Justiça, continuou).
Dilma se defende e ataca na posse do Ministro que
veio da Bahia
Desarvorada,
acreditando, como está no texto que Delcídio mandou para 80 senadores, que não
faria "delação", não sabia o que dizer ou fazer. Tentou desequilibrar
seu amigo intimo, e líder do governo, mas não obteve sucesso.
Nesse
quesito, Eduardo Cardoso foi mais eficiente pois usou termos violentos, se
mostrou implacável. O dia terminou, veio à noite, mas nenhuma conclusão. A não
ser o desmentido do próprio senador: "Não fiz delação, dei APENAS uma
entrevista".
Não
existe serenidade para ninguém. Principalmente na cúpula do Legislativo e do
Executivo, e também dos marqueteiros, marido e mulher, que mentiram
desabridamente. O Instituto Lula, silencioso, triturado por muito lados, avalia
a situação. Delcídio insiste que não fez delação.
Perguntinha
ingênua, inocente, inútil, inócua: o que é pior para os citados, aceitando que
ele não fez delação, mas deu a entrevista? E o Ministério Publico de Curitiba,
pode desenvolver o que Delcídio disse á IstoÈ?
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