"PEDALADAS" E IMPEACHMENT.
HELIO
FERNANDES
19.06.15
É o pior
momento da presidente. Do ponto de vista econômico, financeiro, administrativo,
de credibilidade, está colhendo em poucos meses o que plantou com
inconsciência, imprudência e incompetência, em quatro anos. Mas ainda é cedo
para juntar as duas palavras que coloquei no título.
Nenhuma
duvida: o Tribunal de Contas da União ressuscitou para as manchetes e
holofotes, essa palavra tão grata a alguns personagens da chamada oposição.
Estava praticamente soterrada ou enterrada, mas agora avançam apressada e
descuidosamente, apresentando como certas, conclusões que ainda estão
distantes.
O que vem
sendo dito e tido como certo, assim que o TCU publicou seu relatório
inconcluso. 1 - Qualquer cidadão pode pedir o impeachment do (da) presidente. 2
- Pode ser afastada do cargo. 3 - Indicar até os seus supostos sucessores.
Muita inconsistência e incoerência.
1 -
Correto, qualquer cidadão pode pedir o impeachment, incluído aí deputados, que
surpreendentemente também são cidadãos. 2 - Só será afastado do cargo em duas
decisões complementares, da Câmara e do Senado.
O
presidente da Câmara recebe o pedido, resolve colocá-lo em votação. Se dois
terços da Câmara, (312 votos) aprovarem o impeachment, ele terá que ser enviado
a uma outra instancia , dependendo do enquadramento no artigo 85 da
Constituição.
As duas
instancias, depois de obtidos os 312 votos na câmara. 1 – Será submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, no caso de infrações penais.
2 - O
julgamento será feito pelo senado nos crimes de responsabilidade. Se Dona Dilma
tiver as contas recusadas pelo TCU e essa decisão confirmada pelo legislativo,
aí sim a situação se agravará e ficará realmente insustentável.
Mas tudo
será arquivado, se o pedido de impeachment não obtiver os necessários 342
votos. Mesmo que obtenha esse total, continuará o cargo. Só será afastada, se
for obtido o quorum indispensável na Câmara, e aceita a denuncia ou queixa
crime pelo Supremo Tribunal Federal. Ou nos crimes de responsabilidade, pelo
senado.
Darei alguns
exemplos importantes de pedidos de impeachment, votados pela Câmara, e
arquivados, com o presidente permanecendo no cargo.
Getúlio Vargas
– Eleito pela primeira vez em 1950, tomou posse em 1951. Sofreu violenta
oposição, muito mais competente do que a atual. Exigiam que Vargas renunciasse
ou se licenciasse por 30 ou 60 dias. Como não aceitou nenhuma das exigências,
pediram o impeachment. Teve quase 300 votos a favor apenas 120 contra ele.
Richard Nixon
– Eleito em 1968, foi reeleito em 1972, já em situação insustentável, por causa
das acusações e consequências de Watergate. Em 1974, o Procurador geral da República
fez acordo com o Vice-presidente Spiro Agnew, corruptissimo. Ofereceu “absolvição
eterna” e até elogio público, se renunciasse. Renunciou na hora. Partiram para
cima de Nixon.
Fizeram a
proposta: impeachment ou renuncia sem qualquer punição. O presidente avaliou:
pela Constituição só tinha mais dois anos no cargo, por que enfrentar uma
situação praticamente invencível em troca de tão pouco? Foi pra casa, assumiu o
Presidente da Câmara, Gerald Ford.
Bil
Clinton – Apanhado em fragrante no maior escândalo sexual da Casa Branca e dos EUA,
pediram o impeachment. Como a opinião pública não considera crime e abuso ou
excesso da atração sexual (ou como proclamou o Millor, "machão não come mel,
come abelha") foi absolvido e consagrado. Ficou até o fim, saiu
popularíssimo, popularidade que mantém até hoje.
Como se vê, Dona Dilma foi
imprudente, insensata e até contraditória em muitos casos e oportunidades, mas
o impeachment não está perto. E um dos fatores mais importantes é a resposta
(ou as respostas) para esta pergunta: está bem, tiram Dona Dilma, quem assume?
E o que acontece com a substituição por um desconhecido ou conhecido demais?
Faltando praticamente quase 40
meses para outubro de 2018, estamos em plena campanha da sucessão presidencial.
isso é inegável e até incontrolável.
Intolerância
do presidente Maduro.
Os oito senadores que foram á
Venezuela, recebidos com total hostilidade. A Venezuela está sendo
menosprezada, diminuída desprezada de dentro para fora e não pelos
representantes do Legislativo brasileiro.
O presidente da Câmara Federal da
Venezuela (parceiro de Maduro), veio ao Brasil num avião oficial, foi recebido
pela presidente, num encontro fora da agenda no próprio Palácio- Residencia, o
Alvorada.
Os senadores brasileiros não
tiveram nem o mínimo de garantias para se locomoverem. O micro ônibus em que
estavam foi apedrejado o tempo todo, nenhum forma de segurança foi
proporcionada a eles.
A Câmara do Brasil e o Senado,
tiveram comportamento altivo, que faltou ao Executivo. Maduro se omitiu
completamente. E o embaixador do Brasil na Venezuela desapareceu, informou
" que ficou preso no trânsito", mais confortável do que os políticos
locais que estão presos sem a menor justificativa. São 77, alguns em greve de
fome.
Impedidos de irem á penitenciária
onde estão os presos políticos e sem qualquer possibilidade de participação, ás
18h30 de hoje (ontem) se dirigiram ao aeroporto. Esperavam sair o mais rápido.
O fato teve enorme repercussão no
mundo todo, não contra o país Venezuela, e sim contra o presidente praticamente
ditador.
O efeito negativo atingiu também
a presidente Dilma, ainda mais desgastada. Não precisava. Maduro não tem
ideologia competência, não merece apoio ou respeito, está levando a Venezuela á
falência. Chaves tinha liderança e objetivo.
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