Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 11 de junho de 2015


ACABOU A CENSURA ÁS BIOGRAFIAS. DILMA PLANEJA PARA 2019.

HELIO FERNANDES
11.06.15

A audácia de Dona Dilma apresentando esse malabarismo das concessões,  pegou todo mundo de surpresa. E as criticas, as duvidas, incertezas surgiram de todos os lados. A fragilidade do projeto, os números falsificados e para entrarem em vigor dentro de muitos anos, tudo desacreditado.

É evidente que os quatro setores colocados como os fatores que serão “beneficiados” pelas chamadas concessões, é tudo o que o Brasil precisa para entrar em ritmo de recuperação. Ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, aplausos gerais.

Mas dos 199 BILHÕES anunciados, 129 são projetados e poderão ter lançamento em 2019, como está no projeto. Ora, se não cumprem nem o que é lançado para começar imediatamente, como acreditar no que está marcado para dentro de quatro anos.
Logicamente com outro governo, mesmo que seja da mesma coudelaria?

Os outros 70 BI do total de 199, estão programados para 2016, portanto nada é para agora. Luciano Coutinho foi complicado, duvidoso, não tem prestigio para bancar coisa alguma.
Também não deram nem a menor indicação dos grupos que disputarão (?) as concessões.

O Ministro Levy (Jesus Cristo para Temer, Judas na identificação de Dona Dilma, São Cristovão para ele mesmo) toma posições conflitantes. Na semana passada, falou publicamente: “Não há mais dinheiro, o dinheiro acabou”. Agora, saltitante mas não redundante, garante: ”Haverá dinheiro”.

Não é preciso muito, dos 70 BI que começou a ser gastos em 2016, 30 por cento terão que ser apresentados pelos concessionários, ou seja, 21 BI. Portanto, o BNDES terá que financiar 49 BI.

E nesse mesmo projeto complicado e amalucado, a parte da “transperuana”, não é para valer, uma espécie de trem internacional. Ninguém sabe onde começa e termina, quanto custará, qual o objetivo, um fracasso anunciado.

Até oposicionista (que não existem) são capazes de reconhecer a necessidade indispensável de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos. Mas o projeto de Dona Dilma, continua completamente o seu perfil.

Que entrevistados pelo Datafolha logo depois da reeleição, reconheceram: “A presidente Dilma mentiu durante a Campanha”. Foram 77 por cento. Dona Dilma continua em campanha, desafiando novas pesquisas.

Biografias.

Ontem o Supremo Tribunal Federal por unanimidade acabou com a censura aos escritores que quisessem eternizar personagens já eternizados pela trajetória. Era um absurdo, cerceamento do direito de escrever, e até um atentado á história, que seria truncada, diminuída, destruída.

Mas apesar da vitória contra a censura, houve muita coisa que prejudicará fundamentalmente o direito dos biógrafos. De acordo com o que foi aprovado ontem (muito tarde), poderão publicar biografias. Mas praticamente a cada biografia corresponderá um processo na justiça.

Se quiserem, poderão pedir indenização, o que acontecerá seguramente se os contestadores forem herdeiros. Mas mesmo que não peçam indenização, irão querer e requerer retificações, cortes numa provável segunda edição, e por aí vai.

E não podemos esquecer, que essas ações serão julgadas, como disseram "caso a caso", mas não no Supremo Tribunal Federal e sim em outras instâncias. Esses possíveis recursos, chegarão ao Supremo em grau de recurso, mas quantos anos depois?

Foram cometidos muitos equívocos, sendo que um deles, colossal, foi praticado pelo Ministro Luiz Roberto Barroso. Desperdiçou 55 minutos falando sobre LIBERDADE DE EXPRESSÃO, nada a ver. O que se discutia apenas era se devia haver ou não haver censura prévia. Textual o exemplo do Ministro Barroso: "Digamos que na véspera de uma eleição presidencial, um candidato seja acusado de pedófilo. terá sido prejudicado, sem forma de recuperação".

Ora, o ministro "esqueceu" que uma biografia, qualquer que seja o seu conteúdo ou categoria, não pode atingir nenhum candidato presidencial. O próprio advogado do biografo mais importante, levantou a seguinte questão, anômala, exótica e extravagante: "Digamos que uma pessoa que tenha passado por uma tragédia, humilhantes, dramática, deprimente, embora verdadeira, não queira ver o episódio repetido e devassado novamente". É a mais evidente "concessão á censura", embora apregoando que é contra ela.

De qualquer maneira, foi uma sorte que a relatora tenha sido a ministra Carmem Lucia, com voto magistral. Que ela disse que inicialmente escreveu 300 páginas, reduziu para 120, que obviamente não podia ler no momento, principalmente nesta época da internet.

Em suma: julgamento importante e histórico ("emblemático" como disse o decano Celso de Mello) que no primeiro instante, acaba com a censura. Mas autoriza "querelas", "protestos", "reconsiderações", que levarão anos para serem decididas.

*Aos sábados serão publicadas matérias mais lidas no blog.
.............................................................................................................................. ..............
Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, através do 

Nenhum comentário:

Postar um comentário