Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 23 de junho de 2015

LAVA JATO GANHA MAIS UM IMPORTANTE PERSONAGEM: LULA.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
23.06.15
Conversando esta semana com uma alta fonte de Brasília, ouvi a seguinte observação: “Lula e seu grupo PT e empresários, estão em polvorosa, na medida em que a informações e investigações da Lava jato, se aproxima, aumenta a desconfiança entre todos. A presidente Dilma Rousseff é inábil e não tem mais a confiança da cúpula do PT, sequer dos aliados e seu impeachment pode acontecer”.
Na verdade Lula ficou mais próximo das investigações do petrolão desde que o tesoureiro do PT, João Vaccari, foi depor sobre o roubo de dinheiro para partidos e intermediários na Petrobrás. O fato é que ao ser procurado, Vaccari negou-se a abrir a porta da casa à polícia, os agentes garantidos por um mandado, vasculharam a casa em busca de provas e levaram o suspeito para depoimento na sede paulistana da Polícia Federal.
(...) O tesoureiro do PT antes de Vaccari, Renato Duque, igualmente chegado a Lula, porém sempre discretamente. Por sinal, Duque também esteve em evidência na quinta-feira, a propósito da delação premiada de Pedro Barusco, seu antigo gerente quando foi diretor de Serviços da Petrobrás.
Mas não houve coincidência en­tre as duas coisas, a ida de Vaccari à po­lícia e a divulgação do depoimento de Barusco, feito em novembro, quando a Operação Lava Jato prendeu empreiteiros vinculados ao petrolão.
Na verdade coube a Barusco a informação de que o PT recebeu ao lon­go de 10 anos, entre 2003 e 2013, alguma coisa entre 150 milhões e 200 milhões de dólares como suborno de fornecedores que assinaram 90 contratos de prestação de serviço com a Petrobrás. Desse bolo, 50 milhões de dólares teriam passado por Vaccari.
O período a que se referiu Barusco parte de 2003, ano em que Lula assumiu o governo. Então, o novo presidente retirou o companheiro Duque da tesouraria do PT e o instalou como diretor de Serviços da petroleira. O período se encerra em 2013, um ano depois que o companheiro deixou a diretoria, no governo Dilma.
No entanto, segundo Barusco, Duque deixou a petroleira, mas continuou as receber repasse de dinheiro roubado a cada 15 dias. Seria a quinzenada de R$ 50 mil paga em dinheiro vivo. O ex-tesoureiro negou tudo isso diante da imprensa.
Enquanto esteve lá, o amigo arrecadou fundos para o PP dividir com o PT e o PMDB. Duque e Paulinho foram presos pela Lava Jato em novembro, mas o primeiro ficou apenas três semanas em Curitiba. Mais ligado, a Lula Du­que recebeu habeas corpus do Supremo Tribunal Fe­deral. O segundo conquistou a prisão domiciliar com delações. As informações são fidedignas e corroboram com a vasta divulgação desses fatos na mídia.

No dia 19 de junho (sexta-feira) a Policia Federal realizou a 14ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Erga Omnes (do latim, Vale para Todos), e mira agora as construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez. Cerca de 220 agentes cumprem doze mandados de prisão e 38 de busca e apreensão em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).
Alvos de mandados de prisão preventiva, o diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, já foram presos. O cerco se fecha, o clima esquenta para o “chefão Lula”.
O ex-presidente petista já não é tão amado político das multidões? Uma pesquisa recente vai estremecer a opinião pública porque vai revelar que sua popularidade a exemplo de Dilma, desceu com toda “sujeira” escada abaixo. É o cidadão–contribuinte, dando a resposta na esteira dos movimentos sociais que eclodiram a partir de junho de 2013.


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