Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 2 de junho de 2015

O BRASIL POSSUI 16% DE ÁGUA POTÁVEL. ESTA RIQUEZA PRECISA SER PRESERVADA E INDOLATRADA. O QUE FAZ O GOVERNO SOBRE ISSO?
ROBERTO MONTEIRO PINHO
02.06.15
Daqui a 15 anos, a Terra irá se deparar com uma disponibilidade mundial de água 40% menor se o recurso natural não for bem gerido. O alarme foi dado pelo relatório "World Water Development 2015", da Organização das Nações Unidas (ONU).
Essa previsão é extremamente preocupante, já que a água está no centro do desenvolvimento sustentável e na base do crescimento econômico, da redução da pobreza e da sustentabilidade ambiental.

O consumo do recurso deve aumentar por causa do crescimento da população mundial e da demanda por bens e serviços que dependem dele. Segundo o documento, a agricultura, por exemplo, já usa 70% da água doce disponível em países desenvolvidos e cerca de 90% nas nações em desenvolvimento.

Isso também será necessário porque, segundo as Nações Unidas, a demanda de água por parte da indústria global aumentará em 400% de 2000 a 2050.

"Já existe um consenso a nível internacional em torno do fato de que a água e os serviços higiênico-sanitários são essenciais para alcançar muitos objetivos de um desenvolvimento sustentável", afirmou o secretário geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud.

O Brasil detém entre 12 e 16% da água doce da superfície terrestre. O país possui bons índices de chuva, o Amazonas é o rio de maior volume e nosso território ainda abriga o aquífero Guarani, o maior do mundo. 

Um aquífero é um reservatório subterrâneo, aonde a água das chuvas chega por infiltrações no solo arenoso. O Guarani se estende por 1,2 milhão de quilômetros quadrados e abrange oito estados brasileiros, além de áreas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.

Essa água toda pode ser aproveitada com a construção de poços artesianos, o que já ocorre em vários locais. Se há recursos, por que os especialistas alertam que a situação é preocupante? 

"Essa abundância deve ser vista com reserva, pois a distribuição é irregular", diz Pedro Jacobi, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e Coordenador do Projeto Alfa, da Comunidade Europeia sobre Governança da Água na América Latina e Europa.


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