Judiciário
oneroso poderá ter novos cortes
(...) “O
fato é que à Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que os estados só podem
gastar até 6% de suas receitas correntes com o Judiciário, mas o projeto fará
com que sete deles ultrapassem esse limite. Recente o governo concedeu um
aporte de 360 milhões para a Justiça do Trabalho. Isso não significa que os
gastos serão cobertos. È preciso repensar o custo/judiciário.
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
O
governo do presidente interino, Michel Temer e o ministro da Fazenda Henrique
Meireles, dentro do que alinham como “política de gastos públicos”, já tem
alinhavada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para ser enviada ao
Legislativo nas próximas semanas. No pacote de restrições a orçamentos, (considerado
o mais duro pacote anti-social do século 21) estão cortes na educação, saúde e no
judiciário, considerado a “ovelha negra”, em face de que não vem correspondendo
a reivindicação da sociedade, quanto à excessiva morosidade na resolução dos
conflitos.
Recente
um juiz de vara, trabalhista no TRT1 marcou sua audiência inaugural para março
de 2017. Já em Marabá o juiz trabalhista ouviu testemunhas pelo Skype com isso
trouxe celeridade ao processo. Os cortes na especializada que são na ordem de
43%, vem a ser (com percentuais menores) a repetição do que já vem ocorrendo neste
judiciário. Com 108 milhões de ações o judiciário brasileiro esta emperrado e
com isso causando ainda mais morosidade.
Alheio a eficácia do judiciário, vai ser aprovado Projeto de Lei que aumenta em 16,4% o salário dos
ministros do Supremo Tribunal Federal. O parecer da Comissão de Orçamento do
Senado, que examina o texto em discussão na Casa quer que seja então aprovado, com
isso as contas públicas sofrerão impacto de R$ 3,85 bilhões por ano a partir de
2017. Desse total, R$ 1,2 bilhão impactará o orçamento da União e R$ 2,6
bilhões, dos estados.
O parecer foi encomendado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
para fomentar o debate do projeto na Comissão de Constituição e Justiça do
Senado. O documento mostra uma situação preocupante tanto para a União quanto
para os estados, já que o salário dos ministros do Supremo é a base (nem todos)
para a fixação da remuneração de todos os servidores públicos. Aqui temos um
sinal latente, e desde já deve ser visto e revisto, diante da total
incredibilidade dos brasileiros na autenticidade e esmero dos membros do
judiciário.
Citando o
senador romano, Marco Túlio Cícero: “O Orçamento deve
ser equilibrado, o Tesouro Público deve ser reposto, a dívida pública deve
ser reduzida, a arrogância dos funcionários públicos deve ser moderada e
controlada, e a ajuda a outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá
à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver à
custa do Estado”. Ano 55 AC...
.
Recente, por
falta de verba o TRT paulista anunciou que fecha as portas no dia 1 de agosto. O
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO) irá demitir 94 estagiários,
que atuam principalmente na área judiciária, e 60 adolescentes que
trabalham na corte, além de devolver 97 equipamentos alugados. Todas as
medidas, segundo a presidência do TRT-18, visam manter o funcionamento da
Justiça do Trabalho em Goiás.
Em meio a este
turbilhão, através de um projeto, os ministros do STF vão ganhar
R$ 36,7 mil a partir de 1º de junho deste ano (retroativo) e R$ 39,2 mil a
partir de 1º de janeiro de 2017. O fato é que à Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece que os estados só podem gastar até 6% de suas receitas correntes com
o Judiciário, mas o projeto fará com que sete deles ultrapassem esse limite. Recente
o governo concedeu um aporte de 353 milhões para a Justiça do Trabalho. Isso
não significa que os gastos serão cobertos. È preciso repensar o custo/judiciário.
Sem argumentos razoáveis, juízes e
serventuários não conseguem convencer o trade trabalhista, dos erros e desmerecimento
que se traduzem na morosidade, no trato com as partes e na soberba de seus magistrados.
Na especializada este tem sido um dos maiores problemas para os advogados, que
reivindicam o cumprimento entre outros de norma do CNJ para que os alvarás sejam
emitidos em seu nome e o respeito às prerrogativas, constantemente aviltadas.
Por outro lado o cidadão, o
trabalhador que procura a justiça, o faz por estar compelido a utilizar o
estado, sendo esta a única via de acesso a justiça. O Juizado Especial criado
pela lei 9009/05, que teria que resolver a demanda em 60 dias, demora um ano e
meio. Hoje suas decisões são marcadas por indenizações baixas e com isso, a
pretensão é a de desestimular a procura da justiça. Se assim for, melhor será o
governo extinguir os tribunais, principalmente trabalhista e tratar linearmente
do direito do cidadão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário