Dentro de 2 meses, 144 milhões estarão votando. Meirelles,
o admirador de si mesmo.
HELIO FERNANDES
Proporcionalmente, é o maior eleitorado do mundo. E com a pior
representatividade. Basta fazer a analise e comparação a partir de 1966. 50
anos depois da primeira farsa eleitoral da ditadura, tentando transformar o
golpe em revolução, atingimos agora um estagio irrecuperável. A não ser que
façamos as reformas partidárias mais simples, sem precisar de alterar a
Constituição. Apenas 4, irrefutáveis e irrevogáveis.
1-Fim das
coligações proporcionais, que favorece candidatos sem votos. 2- Clausula de barreira
consciente e construtiva, que com efeito iminente e fulminante, transformará 35
partidos em 6 ou 7. 3- Acabar para sempre o abominável fundo partidário,
pago com dinheiro do contribuinte.
(O
Ministro Gilmar Mendes, anteontem, em entrevista publica, revelou
estarrecedoramente: "Com dinheiro do fundo partidário, compram helicópteros,
jatinhos". Como é presidente do TSE, (Tribunal Superior Eleitoral) está na
obrigação de tomar providencias saneadoras. Como ninguém faz nada, TODOS os
partidos, apanhados em flagrante de corrupção eleitoral, respondem: "As
nossas despesas, estão declaradas e aprovadas pela Justiça eleitoral".
4-Jogar
para sempre na lixeira eleitoral, o inexplicável e insuportável horário de
radio e televisão GRATUITO. Esta ultima palavra vai em maiúscula, embora na
pratica seja minúscula. Outra decisão imposta mentirosamente ao cidadão, que
paga sem saber.
Essas 4
providencias melhorariam em alta velocidade, a credibilidade dos políticos. Os
eleitores têm total impossibilidade de escolher em quem votar, nessa avalanche
de siglas. Algumas até com 1 ou 2 nomes respeitáveis mas sem condições de
influir no processo ou renová-lo.
Muitos
desses “nanicos", esgotam sua participação, negociando as legendas que só
servem para isso. Os manifestantes autênticos em frente ao Congresso, em 2013,
gritavam para deputados e senadores assustados: "Vocês não nos
representam". Como não houve modificação, o povo continua sem
representantes.
A eleição
municipal deveria ser a mais importante e respeitada, pelo fato da realidade
nacional surgir ou se realizar a partir do município. Todos os 200 milhões de
brasileiros moram e votam no município. Do Presidente da Republica ao mais abandonado,
desigual ou desprezado trabalhador, votam no município. Sejam os 9 milhões de
SP, ou os 900 da cidade de Araguaia.Em Goiás.
Agora em
outubro, serão eleitos 5 mil prefeitos e no mínimo 50 mil vereadores. Votarão
desajeitada, desinformada ou até inconformadamente, três quartas partes da
população nacional. Os deputados, senadores, governadores e até presidentes (excluídos
os provisórios), sabem que dependem muito do voto municipal. Os eleitores, deveriam
ser os grandes beneficiados. Mas são prisioneiros, reféns, seqüestrados de
verdadeiras quadrilhas. Que transformam a política, "de arte de governar
os povos'", em profissionais da politicalha, para enriquecer á custa dos
que acreditaram neles.
A eleição
municipal é complexa. E o voto é exercido quase sem reflexo, por causa da
complicação imposta pelos poderosos. Que começam suas carreiras humildemente
pelo município. Muitos anos depois, voltam como mandatários, comandam a
eleição, desaparecem pelo tempo que lhes interessa. Nos EUA, no plano municipal
não existe Câmara dos Deputados e sim Câmara dos Representantes.
Prova
final da necessidade irrefutável e irrevogável, de uma clausula de barreira
autentica e moralizadora, com 4 ou 5 por cento do total. (20 ou 25 deputados, sem
coligação proporcional). O Partido Comunista (partidão) pela primeira vez
disputou eleição. Em 1945, depois de 56 anos de indiretas.
Elegeu 12
deputados e 1 senador (Luiz Carlos Prestes). Agora, 70 anos depois de tudo o
que aconteceu no país, expulsaram Prestes (a grande figura da sua e de varias
gerações, eterno, apesar dos erros e dos equívocos repetidos), se refugiaram no
que identificam como PC do B. Concorreram a diversas eleições, continuam com 12
deputados, mas perderam o senador. Só que estão sempre em cargos proeminentes. Até
o Ministério da Defesa, uma contradição evidente.
Em suma:
os 144 milhões que votarão dentro de 2 meses, deveriam se conscientizar. Podem
realizar ou pelo menos começar a verdadeira Revolução. Sem armas, muita
convicção, e perguntando ou tentando se lembrar de onde ouviram as palavras:
LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.
Meirelles, fracasso no BC, "empavonado"
na Fazenda
Enriqueceu
no exterior, fez fortuna no setor bancário. No ano 2 mil resolveu voltar para o
Brasil, seduzido pela carreira política. Em 2002, "conseguiu" um
mandato de deputado, com 183 mil votos. Milagrosos. Caíram do céu. Também em
2002, Lula foi eleito Presidente na quarta tentativa. Encontrou Meirelles no
aeroporto, não se conheciam pessoalmente, Lula convidou-o para presidir o Banco
Central. Meirelles aceitou imediatamente. Não podia se licenciar, renunciou, tomou
posse logo depois de Lula.
Começou
uma disputa com Palocci, Ministro da Fazenda, mais poderoso do que ele. Ficava
irritado quando Lula elogiava o Ministro da Fazenda, se esquecia do Banco
Central. Palocci saiu no meio, por motivos óbvios. Meirelles ficou os 4 anos do
primeiro mandato. Soube pelos jornais que não continuaria. Era o
"estilo" Lula, mas Meirelles não merecia continuar. Penou 10 anos no
ostracismo, seu nome aparecia, quando ele mesmo alardeava, que fora sondado por
Dilma para ocupar a Fazenda. O que não aconteceu, a presidente jamais cogitou
do seu nome.
Sofreu de
2006 a 2016. Temer conheceu-o, quando foi a JBS, resolver problemas de caixa 2.
A JBS era extraordinária doadora, Meirelles presidente do holding. Está
completando 3 meses, só promessas ou ameaças. Principalmente de aumento de
impostos, que ele chama de "pontuais". Para significar que não serão
para sempre. Efetivamente, nenhuma realização. Mas está sempre se repetindo na
televisão. E acredita que está "agradando", e assumirá no Alvorada
como residência, e não no Jaburu. Outra crença sem lastro de Meirelles: será
indicado por Temer para a sua sucessão.
Turquia e Trump
Dois
problemas sérios para os quase 6 meses que faltam para Obama entregar a presidência.
Em 20 de janeiro. A Turquia, fonte de preocupação sem limite. Ele ficou contra
o golpe, mas se recusou e extraditar o clérigo, pedido do presidente Erdogan.
Obama recomendou calma, sabia (como ressaltei e registrei aqui, que
aconteceria) que ele é muito vingativo. Só que está indo alem do previsto ou
imaginado.
E não é
só a grave questão da pena de morte. O numero de prisões de civis é espantoso.
Não se sabe o numero exato de "responsáveis" pelo golpe. Chegam
a mais de 120 mil. Certo, 46 jornalistas, que estavam trabalhando. A reação dos
países da UE, tímida em relação á brutalidade e crueldade do presidente da
Turquia. Apenas ameaçam com veto á entrada na UE, se for aprovada a pena de
morte.
Outra
grande preocupação para Obama: sua sucessão. Não que Hillary esteja derrotada
ou a caminho disso. Mas Trump é um
susto permanente. Como o mundo se radicaliza, o bilionário atrai os radicais de
todas as origens. E naturalmente inconseqüências. O fato do senador Sanderes, não
estar conseguindo transferir apoio para a ex-adversaria, até compreensível. Mas
inaceitável. Trump não pode de jeito algum presidir os EUA. Digamos que se eleja
e queira vir ao Brasil?
Nenhum comentário:
Postar um comentário