Temer compromete o senado,
desmoraliza a política, desprestigia o país
HELIO FERNANDES
O ego de
Michel temer é colossal, não tem limites. Apesar do estilo dúbio, melífluo, supérfluo,
se considera um vencedor. Não apenas contraditório e provisório, mas efetivo e
efetivado. E age como se esse fosse ou um fato consumado.
Quando na
verdade, faltam ainda exatos 40 dias para que o plenário se manifeste
irreversivelmente. Mas desde que a traição conspiração produziu o resultado
impopular, de transformar o vice em presidente, em nenhum momento, Temer se
lembrou ou se convenceu da interinidade.
E á
medida que o tempo se esvai, considera que seu poder aumenta, vai falando sem
parar, como se presidente fosse. Descuidado e desligado das conseqüências, internas
e externas. Pela ordem dos fatos, a repercussão dos jogos Olímpicos que se
iniciam dentro de 14 dias.
Iniciamente
a previsão era no mínimo de 100 Presidentes e Primeiros Ministros. Agora o
calculo de especialistas, não passa de 50, com reticências.
O Ministério
do Exterior não sabe o que responder com tanta consulta ou interrogação. Pergunta
recorrente e que precisa de resposta imediata. Quem vai recebê-los no
aeroporto? Que assistência receberá, são Chefes de Estado e de Governo.
O
encontro é esportivo, mas pela importância dos personagens será inegavelmente
política. Pela incerteza, já se fala que logo depois da abertura, viajarão de
volta, sem demora.
Esse
desgaste externo, culpa exclusiva do provisório. E que provoca irritação
interna, começando pelo Senado. Como Michel Temer projeta sempre o seu futuro, já
sendo permanente e efetivado, os senadores a favor do impeachment, se irritam.
Pois fica
mais do que evidente que participam de uma farsa. Ratificam o que muitos já
denunciaram (incluindo ininterruptamente este repórter), que o "julgamento"
será político e não jurídico.
As
maiores queixas que saem do Senado e chegam ao Jaburu: "O governo só se
interessa pelos senadores que julga indecisos". Logo tratam de
convertê-los. Esquecendo os que combatem sem tréguas. E que pelas
circunstancias, nem podem mudar de posição.
Como a questão foi colocada num confronto, permanência
de Temer, volta de Dilma, ficam sem dilema ou alternativa. São ignorados e
abandonados pelo provisório, e são obrigados a efetivá-lo.
Para terminar
por hoje, com Temer, esse personagem interminável que trata os outros como coadjuvantes
e que projeta o futuro, longe dele mesmo. Mas os fatos, dominados cada vez mais
por sua vontade poderosa e irrefutável. Assim que Maia foi eleito presidente da
Câmara, convidou-o para líder do futuro governo. Afirmou: "Vou
aproveitar o recesso para acabar com algumas feridas".
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