O final do holocausto político e
individual. Faltam as conseqüências. Dilma só reverteu 1 voto
HELIO FERNANDES
O segundo dia do
impeachment, planejado, premeditado e executado por Cunha e Michel Temer,
começou ás 10,30. Ao contrario de ontem, quando teve inicio ás 9. Vai haver
exibição de advogados de defesa e acusação. Como havia pouca assistência de
publico e de participação de senadores, resolveram que a primeira oradora seria
a jurista-judoca, Janaina Pascoal. Mais contida e menos espalhafatosa, foi
repetindo pedaços de discursos, já pronunciados.
A isenção
da doutora Janaina, se manifestava assim: "A presidente mentiu
deliberadamente", ela "praticou estelionato eleitoral", sabia
que "estava burlando a lei, enganando o eleitor". O "líder
"Cássio Cunha Lima e o jovem presidenciável Aécio Neves, na primeira fila,
queriam aplaudir. Como é proibido, riam e balançavam a cabeça, de forma
afirmativa.
Dona
Janaina continuava, cumpria o papel destinado a ela. E que proporcionava o
abandono do incomodo ostracismo. Não ligava para o ridículo e as afirmações sem
provas. Os que garantiram essa tribuna para que ela dissesse o que bem
entendesse, vibravam. E consideravam que o retorno do investimento verbal, fora
bastante
proveitoso. Ela falou exatamente por 1 hora.
Aí,
surpreendentemente, o senador Aloizio Nunes Ferreira, quebrou o roteiro. Chamou
os adversários de "sequazes", foi replicado. O presidente Lewandowski
teve que suspender a sessão. Nunes Ferreira, que sempre foi contra Temer, mudou
rapidamente de posição. Para ganhar o cargo de líder, nada melhor do que
arruaça. Na véspera não quis defender Temer. Agora para prestar serviço,
arruaça e palavras insultuosas.
Lewandowski
restabeleceu a calma, reabriu os trabalhos. Com outro advogado de acusação. Miguel
Reale Junior, cumprindo seu papel, de "abnegado" defensor de
interesses, que ele mesmo diz, "são abandonados". Não entusiasmou ninguém.
Acertadamente, não desperdiçou mais de 17 minutos.
Foi
sucedido pelo jovem presidenciável Aécio Neves, que usou o microfone por 5 minutos.
Ninguém entendeu. Com 5 minutos, nem Carlos Lacerda transmitiria alguma coisa. Apesar
de ser identificado por mim, como "o tribuno da imprensa". Ao meio
dia em ponto, começou a falar José Eduardo Cardoso. Aí o plenário ficou
lotado.
Todos
reconhecem: é a grande revelação desse impeachment, desde os tempos da Câmara. Vem
combatendo a partir dos os tempos que se encerraram no tenebroso domingo de 17
de abril. Quando Eduardo Cunha consolidou, pelo voto, a traição de Michel
Temer. O advogado de defesa, não ganhará nada, a não ser o reconhecimento do brilhantismo.
Vitoria? Não está no roteiro, escrito antecipadamente pelos vencedores.
O mesmo
aconteceu com Dona Dilma. Tirou ou retirou forças, não se sabe de onde. Assombrou
adversários e correligionários. Fugiu do usual ou habitual, se destacou. Mas
não reverteu 1 voto. (Um senador, amigo e informante de sempre, me disse: "Helio
não publique o nome, mas ela ganhou 1 voto. O meu"). Elogiada discreta ou
exageradamente, mas está fora do jogo.
No Jaburu
acompanham tudo com impaciência. Até assustados com a possível mudança no
resultado. São tolos, dispersos, incompetentes. Para impedir o impeachment os
partidários de Dona Dilma, precisam conquistar 8 senadores. Nenhuma
possibilidade em 1 milhão, como venho dizendo com insistência.
Uma única
duvida, que vem sendo discutida e debatida nos bastidores. Outra coisa,
dominando o lado da presidente afastada: o fim de tudo, com a votação final. O
presidente Lewandowski, fez cálculos e informou: "A votação acontecerá na
madrugada de terça para quarta".
Os
"dilmistas" e até jornalistas, tentam transferir para a manhã de
quarta. Os "dilmistas" querem tempo, que já acabou ha muito tempo. Os
jornalistas querem publico, sem ele não existem.
PS- De
qualquer maneira, poucas duvidas. Também gostaríamos que não acabasse de
madrugada.
PS2- Haja
o que houver, continuaremos.
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