A Olimpíada do Impeachment, da
baixaria e da politicalha. E a Olimpíada da competição e do desprendimento
HELIO FERNANDES
A primeira vem
de longe e ainda não acabou. È movimentada ha mais de 1 ano, por um comitê
executivo, comandado por Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Michel Temer. È
identificado pela sigla, CPB. (Comitê da Politicalha e Baixaria). Consideram
que obtiveram muitas vitorias, apesar da impopularidade e da falta de unidade
entre eles. O próprio Temer admite que está difícil se manter no poder, depois de
6 meses a partir da medalha da efetivação. E os outros dois, nem subirão ao pódio,
cometeram irregularidades acima do permitido.
Tudo
começou com o desembarque da Normandia, perdão, do PMDB. Sob o comando de
Romeró Jucá que recebeu a recompensa. Foi feito importante Primeiro Ministro, mas
dias depois passou a ser o primeiro ministro demitido, por excesso de conivência
ou convivência com a Lava-Jato. Outros seguiriam o mesmo destino, nada
surpreendente, pois o próprio presidente provisório é citado varias vezes, incluindo
a maior empreiteira roubalheira, a Odebrecht.
No
momento, Temer só tem uma obsessão: receber a medalha da efetivação e viajar. A
primeira e única viagem confirmada, era para a China. Mas agora já tem mais 4
ou 5 agendadas, quer ir o mais longe possível, mostrar de corpo inteiro: "Eu
sou o Temer, presidente do Brasil". Como não tem nada a fazer aqui, melhor
ir para bem longe, aproveitar o tempo possível e incerto.
Tem que
conviver com a possibilidade de 3 afastamentos do poder. Por improbidade de
recursos utilizados na campanha vice-presidencial. Pelos fatos que constituem o
que se chama o seu passado. E que servem e reforçam o poder de Eduardo
Cunha, de mobilizar contra ele, o que chama de intimidação. E que parece ser
mais do que confirmado, pois Eduardo Cunha obtem tudo o que deseja e exige do provisório,
E a
terceira visão da cassação, deveria ser a mais rápida e definitiva, vinda do
TSE. Mas Temer teve a sorte do mais alto tribunal eleitoral do país, ser
presidido pelo esdrúxulo e extravagante Gilmar Mendes. Denunciei que como
presidente do TSE, que tem 4 ações para cassar Temer, compareceu a uma
homenagem a ele. Depois, afirmou: "ACHO que o TSE não vai cassar Temer ISOLADO".
E agora,
revelando o que faltava para completar sua personalidade antimagistrado, afirma
e repete em entrevista: "Essa Lei da Ficha Limpa parece ter sido redigida
por bêbados". Foi imediatamente contestado por um Ministro verdadeiro do
Supremo, Luiz Barroso, que mostrou os grandes serviços, prestados por essa lei,
aplaudida pela comunidade.
Durante
as viagens de Temer, seu substituto será Rodrigo Maia. Até pouco tempo, um
deputado praticamente desconhecido. Agora presidente da Câmara até fevereiro de
2017. E nos próximos meses presidente da Republica, durante as viagens de
Temer. E estão intimissimos. De tal maneira, que o provisório fingiu
constrangimento, mas não desmentiu. Embora tivesse que jantar com a cúpula do
PSDB. Naturalmente ás custas do contribuinte.
A Olimpíada
da baixaria e da politicalha, não tem data para terminar. Mesmo que Temer
receba no fim do mês a medalha da efetivação, sempre estará na duvida e na
incerteza de ter que devolvê-la, sem resistência.
A grande Olimpíada do sucesso
Tentaram desmoralizá-la
até com pesquisas. Procuravam mostrar que a população do Rio estava contra a Olimpíada,
não iria comparecer. Pois já está na relação das maiores de todos os tempos.
Não digo a maior, seria exagero. Mas foi empolgante, comovente, emocionante.
Dentro das quadras, vibração e competição com grandeza e reverencia.
Quem
perdia, lamentava mas cumprimentava. Fora das quadras, entusiasmo até para
esportes praticamente desconhecidos. Por causa dos horários impostos pela NBC,
que tinha exclusividade para os EUA. Muitos jogos terminavam em plena
madrugada, com vários estádios lotados. Realmente sensacional.
Do ponto
de vista de resultados, a maior surpresa, negativa, foi a China. Especialistas,
jornais, rádios e televisões do mundo todo, apostavam numa disputa intensa
entre EUA e China. Não passaram nem perto. Os americanos dispararam na
conquista do ouro e no total das medalhas. No ouro, a China foi superada pela
Grã-Bretanha, numa participação eficiente e relevante.
O
Brasil obteve o resultado esperado. No total de medalhas, duas acima. No ouro.
Não podia passar do que obteve. Apesar do apoio maravilhoso da torcida. Em
todos os esportes,a qualquer hora, mesmo com chuva. Um só exemplo. Na final do vôlei
de praia,quando Alison e Bruno Schmidt lutavam pelo ouro que conquistaram,
Meia
noite, chovia terrivelmente. Pois de repente, aquele estádio lindíssimo, com 12
mil pessoas, ficou protegido por capas transparentes. Os vendedores não perdem a
oportunidade, os torcedores não perderam nem abandonaram o espetáculo.
Três dias
antes do começo da Olimpíada, fiz minha estimativa: na analise, não consigo
ultrapassar 6 ouros. Chegamos a 7, por causa da memorável vitoria do vôlei. Eu
esperava 3 ouros do vôlei, na quadra e na praia. Ganhamos 2. Mas é preciso
ressaltar, registrar e ressalvar a recuperação e a reviravolta da seleção do
Bernardinho.
Nos três
primeiros jogos perdeu dois. Encerrando a fase de grupos, contra a França, o
jogo de vida ou morte, classificação ou desclassificação. Ganhou, passou para o
mata-mata não perdeu mais. Sendo que a semifinal contra a Rússia. A final com a
Itália. Dois clássicos de sempre. Competição. Maior do que tudo a esportividade
de fora da quadra e da disputa. Brasileiros e italianos se abraçavam chorando
de emoção, não pela vitoria ou pela derrota.
Dois dos
maiores jogadores da nossa seleção, Bruno e Lucão, jogam pelo Modena, grande
time da Itália. No jogo com a Rússia, Serginho, 40 anos, Ted Tabachi, outros
40. Dos maiores jogadores de todos os tempos, confraternizavam através da rede.
Rivais de muitas Olimpíadas, se abraçavam com qualquer resultado. Lutam pela
vitoria, nada altera a amizade.
Das
outras 6 vitorias nas quais acreditava, acertei por linhas travessas. Dos 3
primeiros ouros, apenas 1 era indicação do repórter. Coloquei Rafaela Silva
como mais do que provável.Por causa do que aconteceu em Londres, o sofrimento,
a superação total.Nunca ouvi falar em Thiago Braz e nos 6,03 no salto com vara.
Idem, idem no boxe com o ouro de Caetano Conceição.
De uma
certa maneira, nada mais efusivo, impressionante e inesquecível: a vitoria na vela,
de Martina Grael e Khaena Kunze. O povo, povo mesmo num esporte mais
aristocratizado, se apossou do triunfo, comemorou de forma inédita e
consagradora. Tirou o barco da água, passearam com ele em terra, com as duas
campeãs, no alto, triunfantes e emocionadas. Era a primeira Olimpíada, e a
primeira e extraordinária conquista.
Citação
especial para Izaquias, na canoagem. Inédito: três provas, três medalhas. Duas
pratas, que poderiam ter sido ouro. Na ultima prova, foram derrotados pela
diferença de um terço do tamanho do barco. De qualquer maneira, ele tem 22
anos.
A mídia dos EUA, se afogou com um nadador mentiroso
e farsante
No
inicio, até poderia ter acontecido mesmo. Nada é impossível. Os americanos
assassinam heróis e estadistas. Lamentamos as mortes, mas não incorporamos o
fato á índole ou habito do povo de lá. Quando o nadador conhecido no seu próprio
país, como "bad boy", chegou dizendo que fôra assaltado com uma arma
na cabeça, e sofrera extorsão, razoável que acreditassem. Apesar do passado e
presente do personagem.
Quando
começaram as controvérsias, uma parte considerável da mídia, continuou a
apoia-lo e elogiá-lo. New York Time, Washington Post, US.Today, NBC televisão,
insistiram na versão do assalto com extorsão. Só quando o trabalho da policia
brasileira, foi elogiado pelo próprio FBI, houve modificação de comportamento.
Começaram a criticá-lo, mas incentivando-o a pedir desculpas. Pediu,
timidamente, mas insistiu na extorsão.
Agora,
ele é acusado diretamente pelos 3 outros nadadores. 2 deles, retirados do
avião, foram depor. E os três concordaram: "Tudo foi invenção dele, não
quisemos contestar na hora, para que não tivesse a dimensão que tem
agora".
E os
jornalistas que cobrem a Olimpíada para órgãos dos EUA, confirmaram tudo. A
policia dos EUA abriu investigação. O COI, (Comitê Olímpico Internacional) que
não é subordinado a ninguém, está investigando o caso. Não atingiram nem de
longe, a seriedade do país, a grandeza e a segurança dos jogos.
PS- Essa
é uma Olimpíada inesquecível pelo indomável espírito de competitividade. E por
dois fatos correlatos.O ouro Olímpico do futebol,conquistado depois de 64
anos de participação.E o insulto gratuito, baixaria inominável, sem direito á
defesa, perpetrado pelo locutor Galvão Bueno.
PS2- A
seleção começou de forma inédita e inesperada, empatando de zero a zero com
dois adversários, que normalmente deveria derrotar: África do Sul e Iraque. O
que bastou para o locutor armar sórdido ataque aos jogadores, acusando-os dos
maiores absurdos.
PS3- De
uma certa maneira centralizou os ataques irresponsáveis, em Neymar e criticando,
"o seu conhecido individualismo”. E isso foi o mínimo. Como não gosto de
injustiça, defendi os jogadores: "Nada está perdido, a seleção não está de
forma alguma eliminada". Ainda pode ganhar o ouro, concluí.
PS4- Locutor
devia ficar apenas na locução. Na mesa que ele comandava, vários grandes
ex-jogadores e ótimos comentaristas. Não concordavam. Mas não se manifestaram,
é conhecido o espírito de represália do locutor. Com a recuperação da seleção,
o locutor passou a usar o tom zombeteiro, estava assustado, a repercussão
contra ele, terrível.
PS5- Com
a seleção vitoriosa de forma insofismável. Com a consagração comovente e impressionante,
o destino colaborou. E com a emoção da qual ninguém escapa, a vitoria veio nos pênaltis,
e daquela forma inesperada: 4 gols para cada seleção. O goleiro brasileiro
defendeu o quinto. E Neymar que o técnico Rogerio Micale deixara para ultimo, foi
lá, bola para um lado, goleiro para o outro. Mais convincente e relevante do
que uma goleada.
PS6- O
locutor ficou sem saber o que dizer ou fazer. Mas apelou para o mau caratismo. "Eu
colaborei para essa vitoria, contribuí para que milhões e milhões se emocionassem
com a vitoria". Nem o mais tênue pedido de desculpas. A seleção ganhou o
mundo. Primeiras paginas quase inteiras de O Globo, Folha, Estadão. O locutor
tem que conviver com a locução, não devia abandoná-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário