Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A Olimpíada do Impeachment, da baixaria e da politicalha. E a Olimpíada da competição e do desprendimento

HELIO FERNANDES

A primeira vem de longe e ainda não acabou. È movimentada ha mais de 1 ano, por um comitê executivo, comandado por Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Michel Temer. È identificado pela sigla, CPB. (Comitê da Politicalha e Baixaria). Consideram que obtiveram muitas vitorias, apesar da impopularidade e da falta de unidade entre eles. O próprio Temer admite que está difícil se manter no poder, depois de 6 meses a partir da medalha da efetivação. E os outros dois, nem subirão ao pódio, cometeram irregularidades acima do permitido.

Tudo começou com o desembarque da Normandia, perdão, do PMDB. Sob o comando de Romeró Jucá que recebeu a recompensa. Foi feito importante Primeiro Ministro, mas dias depois passou a ser o primeiro ministro demitido, por excesso de conivência ou convivência com a Lava-Jato. Outros seguiriam o mesmo destino, nada surpreendente, pois o próprio presidente provisório é citado varias vezes, incluindo a maior empreiteira roubalheira, a Odebrecht.

No momento, Temer só tem uma obsessão: receber a medalha da efetivação e viajar. A primeira e única viagem confirmada, era para a China. Mas agora já tem mais 4 ou 5 agendadas, quer ir o mais longe possível, mostrar de corpo inteiro: "Eu sou o Temer, presidente do Brasil". Como não tem nada a fazer aqui, melhor ir para bem longe, aproveitar o tempo possível e incerto.

Tem que conviver com a possibilidade de 3 afastamentos do poder. Por improbidade de recursos utilizados na campanha vice-presidencial. Pelos fatos que constituem o que se chama o seu passado. E que servem e reforçam o poder de Eduardo Cunha, de mobilizar contra ele, o que chama de intimidação. E que parece ser mais do que confirmado, pois Eduardo Cunha obtem tudo o que deseja e exige do provisório,

E a terceira visão da cassação, deveria ser a mais rápida e definitiva, vinda do TSE. Mas Temer teve a sorte do mais alto tribunal eleitoral do país, ser presidido pelo esdrúxulo e extravagante Gilmar Mendes. Denunciei que como presidente do TSE, que tem 4 ações para cassar Temer, compareceu a uma homenagem a ele. Depois, afirmou: "ACHO que o TSE não vai cassar Temer ISOLADO".

E agora, revelando o que faltava para completar sua personalidade antimagistrado, afirma e repete em entrevista: "Essa Lei da Ficha Limpa parece ter sido redigida por bêbados". Foi imediatamente contestado por um Ministro verdadeiro do Supremo, Luiz Barroso, que mostrou os grandes serviços, prestados por essa lei, aplaudida pela comunidade.

Durante as viagens de Temer, seu substituto será Rodrigo Maia. Até pouco tempo, um deputado praticamente desconhecido. Agora presidente da Câmara até fevereiro de 2017. E nos próximos meses presidente da Republica, durante as viagens de Temer. E estão intimissimos. De tal maneira, que o provisório fingiu constrangimento, mas não desmentiu. Embora tivesse que jantar com a cúpula do PSDB. Naturalmente ás custas do contribuinte. 

A Olimpíada da baixaria e da politicalha, não tem data para terminar. Mesmo que Temer receba no fim do mês a medalha da efetivação, sempre estará na duvida e na incerteza de ter que devolvê-la, sem resistência.

A grande Olimpíada do sucesso

Tentaram desmoralizá-la até com pesquisas. Procuravam mostrar que a população do Rio estava contra a Olimpíada, não iria comparecer. Pois já está na relação das maiores de todos os tempos. Não digo a maior, seria exagero. Mas foi empolgante, comovente, emocionante. Dentro das quadras, vibração e competição com grandeza e reverencia.

Quem perdia, lamentava mas cumprimentava. Fora das quadras, entusiasmo até para esportes praticamente desconhecidos. Por causa dos horários impostos pela NBC, que tinha exclusividade para os EUA. Muitos jogos terminavam em plena madrugada, com vários estádios lotados. Realmente sensacional.

Do ponto de vista de resultados, a maior surpresa, negativa, foi a China. Especialistas, jornais, rádios e televisões do mundo todo, apostavam numa disputa intensa entre EUA e China. Não passaram nem perto. Os americanos dispararam na conquista do ouro e no total das medalhas. No ouro, a China foi superada pela Grã-Bretanha, numa participação eficiente e relevante.

O Brasil obteve o resultado esperado. No total de medalhas, duas acima. No ouro. Não podia passar do que obteve. Apesar do apoio maravilhoso da torcida. Em todos os esportes,a qualquer hora, mesmo com chuva. Um só exemplo. Na final do vôlei de praia,quando Alison e Bruno Schmidt lutavam pelo ouro que conquistaram,
 Meia noite, chovia terrivelmente. Pois de repente, aquele estádio lindíssimo, com 12 mil pessoas, ficou protegido por capas transparentes. Os vendedores não perdem a oportunidade, os torcedores não perderam nem abandonaram o espetáculo.

Três dias antes do começo da Olimpíada, fiz minha estimativa: na analise, não consigo ultrapassar 6 ouros. Chegamos a 7, por causa da memorável vitoria do vôlei. Eu esperava 3 ouros do vôlei, na quadra e na praia. Ganhamos 2. Mas é preciso ressaltar, registrar e ressalvar a recuperação e a reviravolta da seleção do Bernardinho.

Nos três primeiros jogos perdeu dois. Encerrando a fase de grupos, contra a França, o jogo de vida ou morte, classificação ou desclassificação. Ganhou, passou para o mata-mata não perdeu mais. Sendo que a semifinal contra a Rússia. A final com a Itália. Dois clássicos de sempre. Competição. Maior do que tudo a esportividade de fora da quadra e da disputa. Brasileiros e italianos se abraçavam chorando de emoção, não pela vitoria ou pela derrota.

Dois dos maiores jogadores da nossa seleção, Bruno e Lucão, jogam pelo Modena, grande time da Itália. No jogo com a Rússia, Serginho, 40 anos, Ted Tabachi, outros 40. Dos maiores jogadores de todos os tempos, confraternizavam através da rede. Rivais de muitas Olimpíadas, se abraçavam com qualquer resultado. Lutam pela vitoria, nada altera a amizade.

Das outras 6 vitorias nas quais acreditava, acertei por linhas travessas. Dos 3 primeiros ouros, apenas 1 era indicação do repórter. Coloquei Rafaela Silva como mais do que provável.Por causa do que aconteceu em Londres, o sofrimento, a superação total.Nunca ouvi falar em Thiago Braz e nos 6,03 no salto com vara. Idem, idem no boxe com o ouro de Caetano Conceição.

De uma certa maneira, nada mais efusivo, impressionante e inesquecível: a vitoria na vela, de Martina Grael e Khaena Kunze. O povo, povo mesmo num esporte mais aristocratizado, se apossou do triunfo, comemorou de forma inédita e consagradora. Tirou o barco da água, passearam com ele em terra, com as duas campeãs, no alto, triunfantes e emocionadas. Era a primeira Olimpíada, e a primeira e extraordinária conquista.

Citação especial para Izaquias, na canoagem. Inédito: três provas, três medalhas. Duas pratas, que poderiam ter sido ouro. Na ultima prova, foram derrotados pela diferença de um terço do tamanho do barco. De qualquer maneira, ele tem 22 anos.

A mídia dos EUA, se afogou com um nadador mentiroso e farsante

No inicio, até poderia ter acontecido mesmo. Nada é impossível. Os americanos assassinam heróis e estadistas. Lamentamos as mortes, mas não incorporamos o fato á índole ou habito do povo de lá. Quando o nadador conhecido no seu próprio país, como "bad boy", chegou dizendo que fôra assaltado com uma arma na cabeça, e sofrera extorsão, razoável que acreditassem. Apesar do passado e presente do personagem.

Quando começaram as controvérsias, uma parte considerável da mídia, continuou a apoia-lo e elogiá-lo. New York Time, Washington Post, US.Today, NBC televisão, insistiram na versão do assalto com extorsão. Só quando o trabalho da policia brasileira, foi elogiado pelo próprio FBI, houve modificação de comportamento. Começaram a criticá-lo, mas incentivando-o a pedir desculpas. Pediu, timidamente, mas insistiu na extorsão.

Agora, ele é acusado diretamente pelos 3 outros nadadores. 2 deles, retirados do avião, foram depor. E os três concordaram: "Tudo foi invenção dele, não quisemos contestar na hora, para que não tivesse a dimensão que tem agora".

E os jornalistas que cobrem a Olimpíada para órgãos dos EUA, confirmaram tudo. A policia dos EUA abriu investigação. O COI, (Comitê Olímpico Internacional) que não é subordinado a ninguém, está investigando o caso. Não atingiram nem de longe, a seriedade do país, a grandeza e a segurança dos jogos.

PS- Essa é uma Olimpíada inesquecível pelo indomável espírito de competitividade. E por dois fatos correlatos.O ouro Olímpico do futebol,conquistado  depois de 64 anos de participação.E o insulto gratuito, baixaria inominável, sem direito á defesa, perpetrado pelo locutor Galvão Bueno.

PS2- A seleção começou de forma inédita e inesperada, empatando de zero a zero com dois adversários, que normalmente deveria derrotar: África do Sul e Iraque. O que bastou para o locutor armar sórdido ataque aos jogadores, acusando-os dos maiores absurdos.

PS3- De uma certa maneira centralizou os ataques irresponsáveis, em Neymar e criticando, "o seu conhecido individualismo”. E isso foi o mínimo. Como não gosto de injustiça, defendi os jogadores: "Nada está perdido, a seleção não está de forma alguma eliminada". Ainda pode ganhar o ouro, concluí.

PS4- Locutor devia ficar apenas na locução. Na mesa que ele comandava, vários grandes ex-jogadores e ótimos comentaristas. Não concordavam. Mas não se manifestaram, é conhecido o espírito de represália do locutor. Com a recuperação da seleção, o locutor passou a usar o tom zombeteiro, estava assustado, a repercussão contra ele, terrível.

PS5- Com a seleção vitoriosa de forma insofismável. Com a consagração comovente e impressionante, o destino colaborou. E com a emoção da qual ninguém escapa, a vitoria veio nos pênaltis, e daquela forma inesperada: 4 gols para cada seleção. O goleiro brasileiro defendeu o quinto. E Neymar que o técnico Rogerio Micale deixara para ultimo, foi lá, bola para um lado, goleiro para o outro. Mais convincente e relevante do que uma goleada.

PS6- O locutor ficou sem saber o que dizer ou fazer. Mas apelou para o mau caratismo. "Eu colaborei para essa vitoria, contribuí para que milhões e milhões se emocionassem com a vitoria". Nem o mais tênue pedido de desculpas. A seleção ganhou o mundo. Primeiras paginas quase inteiras de O Globo, Folha, Estadão. O locutor tem que conviver com a locução, não devia abandoná-la.


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