Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

EM 1940/41, HITLER MANDOU DESTRUIR PARIS, O MUNDO SE PERGUNTAVA: “PARIS ESTÁ EM CHAMAS?”. AGORA A CORRUPÇÃO CHEGANDO MAIS PERTO É O BRASIL, “O PLANALTO ESTÁ EM CHAMAS?”.

HELIO FERNANDES
publicada em 05.12.14

Em 1940, sem um tiro, Hitler tomou Paris, entrou como conquistador na cidade símbolo do mundo. Formados dois grupos, os “colaboracionistas” e os “resistentes”, estes liderados por Mitterrand, que seria depois duas vezes presidente pelo voto direto. De 1981 a 1988, daí a 1993, ia conquistar o terceiro mandato, veio o adversário invencível, o câncer, morreu sem a vitória.

Em 1941, o Marechal Petain, “herói” na Primeira guerra, “vilão” na Segunda, fugiu e organizou em Vichy um governo nazista. Nomeou Primeiro Ministro o ultra-comunista Pierre Laval, que acabaria como traidor, enforcado.

Nesse mesmo ano, no fim de 1941, Hitler foi pessoalmente a Paris, chamou o general comandante. Ordenou: “Destrua a cidade, quero ver Paris ardendo em fogo, não pode sobrar coisa alguma”. Naquela época a informação era precária, e ainda mais com todos os jornais e revistas fechados, só se ouviam e passavam para o exterior, sussurros e não informações.

(O Fígaro, Le Monde, Le Parisien, a maior revista do mundo, “Paris Match”, na qual eu com 13 anos já me acostumava a admirar o extraordinário fotografo, Cartier-Bresson, que depois republicaria muito na revista “O Cruzeiro”. Todos os jornalistas convocados).

O mundo, perplexo, se perguntava: “Paris está em chamas?”. Quase, mas ninguém sabia que o general-comandante nazista teve um momento de grandeza, desprendimento, generosidade, não acendeu a última centelha que destruiria aquilo que não poderia ser reconstruído.

Paris sobreviveu, Hitler muito longe, já estávamos em 1942, ele tentava avançar e conquistar a União Soviética, para implantar seu objetivo, que chamou de “Reich dos mil anos”. Mandava telefonar com insistência para Paris, as comunicações, precaríssimas, morreu sem saber que Paris estava cada vez mais viva.

Foi feito um filme maravilhoso, com o mesmo titulo da ordem de Hitler para o comandante: “Paris está em chamas?”. Com interrogação e tudo. Hoje, com um “clique”, apertando o “play” de um celular, Hitler destruiria esse templo do mundo.

O Planalto está em chamas?

Agora é a corrupção que ameaça muita gente, impede a formação do segundo governo de Dona Dilma. E mais grave ainda, agora sem muita duvida ou incerteza, repete a pergunta de 72 anos antes, apenas mudando o cenário: “O Planalto está em chamas?”.

Aparentemente, sim. Os depoimentos vão chegando cada vez mais perto dela e da legenda. E não apenas agora, com a prisão de alguns, (apenas alguns) dos que assaltaram, como quadrilha, a fortaleza da Petros. Mas remontando a história e a histeria de Pasadena, com a firmação taxativa: “Pasadena (a compra BILIONÁRIA) não existiria sem a participação da própria Dilma”.

Esse já era fato notório, pelos cargos que Dona Dilma ocupava e pelas afirmações que coinfirmavam sua autoconfissão. Cargos: Ministra de Minas e Energia, Chefe da Casa Civil, comandando o Conselho da Petrobras. Tendo portanto a ultima palavra para o que se fez de forma c-o-r-r-u-p-t-i-s-s-i-m-a em Pasadena.

“Autoconfissão”, sem direito a duvidas ou retificações: “Só assinei autorização para a operação de Pasadena, porque o relatório era falho e não tinha informações”. Em Suma: tudo o que era indispensável para vetar a negociata, que usou para autorizar.

E o empresário Gerdau, geralmente conselheiro dela, por que nunca foi interrogado? Uma vez afirmou que não examinara o assunto. Logo depois, mudava de convicção. Dizia: “O Conselho autorizou a operação”.

PT nas manchetes de jornais, acusado por receber propina. A “delação” e o medo.
Manchete da Folha: “Executivo diz ter pago propina em doações oficiais para o PT”. O Globo, denunciando e já interpretando: “Propina virou doação oficial ao PT, diz delator”. A direção da legenda, com acusações novas, usa a velha tática: “Não sabemos de nada”.

O Planalto está “intransitável” Em matéria de discussão sobre “delação premiada”. Não se pode falar do assunto nem mesmo quando Dona Dilma está ausente, existe sempre o susto de que alguém conte a ela.

Três Ministros da fazenda, e apenas um com Poder.

Deixemos um pouco de lado a corrupção, essa fogueira vai arder ainda por tanto tempo, que temos que cuidar de outros assuntos, como esse que está o título. O novo Joaquim, antes mesmo de ser empossado, afirmou publicamente: “Não admito que o tesouro repasse recursos para bancos oficiais”.

Explicação para os não iniciados. O objetivo era o BNDES, mas também outros bancos oficiais. Motivo: o Tesouro repassa ALTISSIMOS e o BNDES entrega a privilegiados juros BAIXISSIMOS. Sem que isso seja elogio, é posição altamente defensável.


Só que imediatamente, o ministro da Fazenda demitido há seis meses só que ainda não “desempossado”, poucos minutos depois afirma publicamente: “esse dinheiro é para empresários comprarem equipamentos”. Juros de 12 entregues a 4 por cento.
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