CASTELO SE UNIU A GOLBERY PARA
DERRUBAR COSTA E SILVA, NÃO CONSEGUIRAM. MAS O GENERAL-MINISTRO ASSUSTOU A
TODOS.
HELIO FERNANDES
publicada em 17.12.14
Parte - I
Como todos já
perceberam agora, alguns sabiam antes ou sempre, é impossível contar o número
de golpes de um lado e do outro, mas todos existiram. Com civis no Poder
apoiados por militares, ou os generais nesse mesmo Poder. Garantidos por civis
ambiciosos. Essa dualidade era inquebrantável, irresponsável, irrefutável, inacreditável,
mas indissolúvel.
E no
julgamento deles mesmos, não como analistas mas como participantes,
invencíveis. Essa unidade foi quebrada em 64, quando os militares agiram
sozinhos. Enganaram a comunidade, iludiram a opinião pública.
“Apareceram
isolados, como salvadores da Pátria, livrando a todos dos comunistas que
estavam perto de chegar ao Poder, o país corria riscos seríssimos”. Estava
longe de ser fato verdadeiro, era apenas a “mistificação necessária”.
Para reforçar
essa mistificação, organizaram a “passeata com Deus, pela Pátria e a Família”,
mais do que um slogan mentira colossal. Mas que levou ás ruas, milhares de
pessoas. Ora, os comunistas desde 1948, quando tiveram o registro do partido
cassado, desapareceram, não ameaçavam ninguém, viviam na clandestinidade, que
dominavam com espantosa competência.
Participaram
da Constituinte de 1945 que debateu, aprovou e promulgou a bela Constituição de
1946 que não atingiu a maioridade, destruída precisamente pelo golpe de 64.
Na
constituinte, um senador (Prestes), 13 deputados, entre eles Jorge Amado,
Mariguela, Grabois, José Maria Crispin, Roberto Morena, (Que como carpinteiro
ajudara a confeccionar as cadeiras do Palácio Tiradentes, onde anos depois
sentaria como deputado). Era a representatividade do PCB.
Foi meu
primeiro trabalho importante, mocissimo, “cobriria” esses 8 meses de trabalho,
escrevendo diariamente para a revista “O Cruzeiro”, que era semanal.
Ficava
surpreendido vendo Prestes e Plínio Salgado, sentados um ao lado do outro. E
depois, um na tribuna e o outro aparteando, se insultando mutuamente.
Tomaram o
Poder com extraordinária facilidade, em 1º de abril de 1964. Mas como o Brasil,
é o “Dia da Mentira”, mudaram para 31 de março, quando as tropas de Mourão
Filho saíram de Minas.
Ficaram surpreendidos em não encontrar a menor resistência.
Mas a divisão entre os generais, completa e absoluta.
Leiam a Segunda Parte na Segunda-Feira.
AS OBRAS DE ARTE DOS CORRUPTOS-CORRUPTORES, VÃO PARA O BELO MUSEU NIEMEYR, TAMBÉM EM CURITIBA.
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