Titular: Helio Fernandes

sábado, 22 de agosto de 2015

CASTELO SE UNIU A GOLBERY PARA DERRUBAR COSTA E SILVA, NÃO CONSEGUIRAM. MAS O GENERAL-MINISTRO ASSUSTOU A TODOS. 

HELIO FERNANDES
publicada em 17.12.14

Parte - I

Como todos já perceberam agora, alguns sabiam antes ou sempre, é impossível contar o número de golpes de um lado e do outro, mas todos existiram. Com civis no Poder apoiados por militares, ou os generais nesse mesmo Poder. Garantidos por civis ambiciosos. Essa dualidade era inquebrantável, irresponsável, irrefutável, inacreditável, mas indissolúvel.

E no julgamento deles mesmos, não como analistas mas como participantes, invencíveis. Essa unidade foi quebrada em 64, quando os militares agiram sozinhos. Enganaram a comunidade, iludiram a opinião pública.

“Apareceram isolados, como salvadores da Pátria, livrando a todos dos comunistas que estavam perto de chegar ao Poder, o país corria riscos seríssimos”. Estava longe de ser fato verdadeiro, era apenas a “mistificação necessária”.

Para reforçar essa mistificação, organizaram a “passeata com Deus, pela Pátria e a Família”, mais do que um slogan mentira colossal. Mas que levou ás ruas, milhares de pessoas. Ora, os comunistas desde 1948, quando tiveram o registro do partido cassado, desapareceram, não ameaçavam ninguém, viviam na clandestinidade, que dominavam com espantosa competência.

Participaram da Constituinte de 1945 que debateu, aprovou e promulgou a bela Constituição de 1946 que não atingiu a maioridade, destruída precisamente pelo golpe de 64.

Na constituinte, um senador (Prestes), 13 deputados, entre eles Jorge Amado, Mariguela, Grabois, José Maria Crispin, Roberto Morena, (Que como carpinteiro ajudara a confeccionar as cadeiras do Palácio Tiradentes, onde anos depois sentaria como deputado). Era a representatividade do PCB.

Foi meu primeiro trabalho importante, mocissimo, “cobriria” esses 8 meses de trabalho, escrevendo diariamente para a revista “O Cruzeiro”, que era semanal.

Ficava surpreendido vendo Prestes e Plínio Salgado, sentados um ao lado do outro. E depois, um na tribuna e o outro aparteando, se insultando mutuamente.


Tomaram o Poder com extraordinária facilidade, em 1º de abril de 1964. Mas como o Brasil, é o “Dia da Mentira”, mudaram para 31 de março, quando as tropas de Mourão Filho saíram de Minas. 

Ficaram surpreendidos em não encontrar a menor resistência. Mas a divisão entre os generais, completa e absoluta.

Leiam a Segunda Parte na Segunda-Feira.

AS OBRAS DE ARTE DOS CORRUPTOS-CORRUPTORES, VÃO PARA O BELO MUSEU NIEMEYR, TAMBÉM EM CURITIBA.
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