Judiciário
moroso e vetusto ganha mais 41,7%.
(...) Estudo divulgado pelo Ministério da Justiça
denominado "Diagnóstico do poder Judiciário", comparando o salário
dos magistrados brasileiros com o de outros 29 países revela que o juiz no
Brasil está entre os que mais ganham. Segundo dados do Banco Mundial, que
constam no diagnóstico, o salário dos magistrados brasileiros só perde para o
dos canadenses, na primeira instância (varas federais).
ROBERTO MONTEIRO PINHO
18.08.15
O judiciário brasileiro é o maior do planeta,
e o que mais demora atender os litigantes. Com tribunais em quase todos os
estados da federação, 22 mil cargos nomeados (políticos) no Governo Federal, e
um total de 540 mil servidores estáveis. Na especializada onde enorme massa de
trabalhadores lidera o ranking de ações, em busca de seus direitos, a maioria violados,
por terceirizadas, prestadoras de serviços em órgãos do governo federal,
estadual e municipal os problemas são múltiplos.
Ademais é uma justiça lenta, desestruturada e
conflitante em suas decisões, a mesma matéria, o mesmo pedido, são julgados de
forma diferenciada entre seus juízes. Sobre o custo da justiça. Recente ao
comparar a destinação de recursos públicos para o Judiciário, o Ministério da
Justiça verificou que o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de repasses de
subsídios em um grupo formado por 35 países: englobando as esferas da União,
dos Estados e dos municípios. Inclui a lista: Itália, Espanha, África do Sul,
Dinamarca e Noruega.
Há pouco o Supremo Tribunal
Federal (STF) e o Ministério do Planejamento chegaram a um consenso sobre o
reajuste dos servidores do Poder Judiciário. O percentual individual deve
oscilar entre 16,5% e 41,47%. De acordo com os números oferecidos
pelos institutos que verticalizam as questões sociais, notadamente o emprego no
mundo, os países que encontram as maiores dificuldades são aqueles que fazem
incidir sobre a folha de pagamento de pessoal um maior número de encargos.
Quem se detiver, por exemplo, no exame da
nossa Constituição Federal verificará, com enorme perplexidade, o quanto é
grande o rol de direitos sociais assegurados aos trabalhadores urbanos e
rurais. São, ao todo, (37) trinta e sete incisos, com a ressalva feita pelo
caput do art. 7º que podem existir outros que visem a melhoria de sua condição
social. Muitos direitos e poucos respeitados.
As partes com
manifesta vontade de transigir, podem eleger através da arbitragem (lei
9397/1996), ou então nas Comissões
de Conciliação Prévia, (Lei
n. º 9.958/2000), criada no âmbito da Justiça do Trabalho e o Rito Sumaríssimo
(Lei 9.957/2000), com a tramitação dos processos judiciais trabalhistas até 40
salários mínimos. O fato é que nenhum desses dispositivos prosperou na
especializada.
Estudo divulgado pelo Ministério da Justiça
denominado "Diagnóstico do Poder Judiciário", comparando o salário
dos magistrados brasileiros com o de outros 29 países revela que o juiz no
Brasil está entre os que mais ganham. Segundo dados do Banco Mundial, o salário
dos magistrados brasileiros só perde para o dos canadenses, na primeira
instância (varas federais). Na segunda instância (3º) e nos tribunais
superiores (7º), os vencimentos dos juízes nacionais figuram entre as dez
maiores do mundo.
Uma pesquisa realizada pela
Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas – FGV indica que 89% da população
considera o nosso Judiciário moroso. A mesma pesquisa revela que, 88% disseram
que os custos para acessar o Poder são altos e 70% dos entrevistados acreditam
que o Judiciário é difícil ou muito difícil para utilizar. O dado do
levantamento indica também que duas em cada três pessoas consideram o
Judiciário pouco ou nada honesto e sem independência.
O fato é que mais da metade
da população (55%) questiona a competência do Poder. A má avaliação do
Judiciário piorou ainda mais ao longo dos últimos três anos segundo pesquisa
realizada pela FGV.
Agora
temos a notícia de que o passivo trabalhista das empresas brasileiras deve
subir cerca de 36% depois da troca de índices de correção monetária pelo
Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O novo cálculo é retroativo a junho de 2009. A
Corte trabalhista decidiu trocar a Taxa Referencial Diária (TR) pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) para que as pendências
trabalhistas fossem reajustadas de forma adequada frente à inflação. Num
processo de 10 mil, o valor passará ser de 13,6 mil. Com certeza teremos uma
“avalanche” de recursos.
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