Titular: Helio Fernandes

sábado, 29 de agosto de 2015

(REPRISE DAS matérias mais acessadas)
HELIO FERNANDES 
Publicada em 22.07.14

Bretton Woods 70, Bretton Woods 44 

PARTE – I

Inacreditável que supostas, presumidas ou assumidas sumidades do setor econômico, confundam as duas datas. E muitos desses personagens não apenas influenciam o setor econômico, mas são também economistas. Nenhum país, a não ser os Estados Unidos pode fazer festa para comemorar esses 70 anos.

Eu não estive em Bretton Woods em 1944, embora já fosse Secretário-Adjunto da revista “O Cruzeiro”. E a revista ainda caminhava discreta e lentamente para ser a mais importante e de maior tiragem de todos os tempos. 

Só em 1947 a revista chegou a espantosos 750 mil exemplares semanais, tiragem não alcançada nem mesmo por jornais e revistas de hoje.

Nessa época, o Brasil tinha a metade da população, e ainda não existiam as assinaturas. Quem quisesse ler a revista tinha que comprar nas bancas. Esses 750 mil exemplares de 1947, (há 67 anos), hoje corresponderiam a mais de 2 milhões e 500 mil exemplares semanais. Isso se a revista mantivesse a qualidade profissional, editorial e jornalística de 1947.

Em julho de 1944, (mês e ano do encontro de Bretton Woods), o Millôr com 22 anos, revolucionou a revista e o próprio jornalismo lançando, o que chamou de “Pif-Paf”. Eram duas páginas centrais, com texto e desenho inacreditáveis, maravilhosos, usem as palavras que quiserem, pois todos se entusiasmaram, o “Cruzeiro” foi atingido números elevadíssimos, cada vez maiores.

Logo vieram outros jornalistas praticamente desconhecidos, que se destacaram, obtiveram enorme sucesso. Só que o sucesso jornalístico é quase a véspera do fracasso, o contrário também é rigorosamente verdadeiro.

Isso durou 20 anos, o próprio Millôr foi demitido sumariamente. Escreveu matéria normal sobre religião, o Cardeal se revoltou, pediu a Assis Chateaubriand, dono da revista, para demiti-lo. Foi atendido imediatamente.

Da mesma forma como subiu, a revista desceu, foi caindo, caindo, até chegar ao chão em matéria de tiragem, e logo desapareceu. Quase todos foram para outros lugares. Este repórter já estava no “Diário de Notícias”, comecei a fazer coluna e artigo diários, coisa que jamais alguém tentou em qualquer parte do mundo.

Isso durou 50 anos, o Millôr me identificava assim: “Não posso passar sem ler diariamente tuas colunas e artigos, mas só um jornalista maluco, faz sem interrupção, um trabalho como esse”.

E na revista, a “liberdade de imprensa”, era a “liberdade do proprietário” e não da coletividade. Mas li e estudei o assunto a fundo. 

SEGUNDA-FEIRA,  PARTE II
......................................................................................................................................................

Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, através do: e-mail: blogheliofernandes@gmail.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário