(REPRISE
DAS matérias mais acessadas)
HELIO
FERNANDES
Publicada em 22.07.14
Bretton Woods 70, Bretton Woods 44
PARTE – I
Inacreditável
que supostas, presumidas ou assumidas sumidades do setor econômico, confundam
as duas datas. E muitos desses personagens não apenas influenciam o setor
econômico, mas são também economistas. Nenhum país, a não ser os Estados Unidos
pode fazer festa para comemorar esses 70 anos.
Eu não
estive em Bretton Woods em 1944, embora já fosse Secretário-Adjunto da revista
“O Cruzeiro”. E a revista ainda caminhava discreta e lentamente para ser a mais
importante e de maior tiragem de todos os tempos.
Só em 1947 a revista chegou a
espantosos 750 mil exemplares semanais, tiragem não alcançada nem mesmo por
jornais e revistas de hoje.
Nessa
época, o Brasil tinha a metade da população, e ainda não existiam as
assinaturas. Quem quisesse ler a revista tinha que comprar nas bancas. Esses
750 mil exemplares de 1947, (há 67 anos), hoje corresponderiam a mais de 2
milhões e 500 mil exemplares semanais. Isso se a revista mantivesse a qualidade
profissional, editorial e jornalística de 1947.
Em julho
de 1944, (mês e ano do encontro de Bretton Woods), o Millôr com 22 anos,
revolucionou a revista e o próprio jornalismo lançando, o que chamou de
“Pif-Paf”. Eram duas páginas centrais, com texto e desenho inacreditáveis,
maravilhosos, usem as palavras que quiserem, pois todos se entusiasmaram, o
“Cruzeiro” foi atingido números elevadíssimos, cada vez maiores.
Logo
vieram outros jornalistas praticamente desconhecidos, que se destacaram,
obtiveram enorme sucesso. Só que o sucesso jornalístico é quase a véspera do
fracasso, o contrário também é rigorosamente verdadeiro.
Isso
durou 20 anos, o próprio Millôr foi demitido sumariamente. Escreveu matéria
normal sobre religião, o Cardeal se revoltou, pediu a Assis Chateaubriand, dono
da revista, para demiti-lo. Foi atendido imediatamente.
Da mesma
forma como subiu, a revista desceu, foi caindo, caindo, até chegar ao chão em
matéria de tiragem, e logo desapareceu. Quase todos foram para outros lugares.
Este repórter já estava no “Diário de Notícias”, comecei a fazer coluna e
artigo diários, coisa que jamais alguém tentou em qualquer parte do mundo.
Isso
durou 50 anos, o Millôr me identificava assim: “Não posso passar sem ler
diariamente tuas colunas e artigos, mas só um jornalista maluco, faz sem
interrupção, um trabalho como esse”.
E na
revista, a “liberdade de imprensa”, era a “liberdade do proprietário” e não da
coletividade. Mas li e estudei o assunto a fundo.
SEGUNDA-FEIRA,
PARTE II
......................................................................................................................................................
Nossos leitores podem fazer
comentários e se comunicar com os
colunistas, através do: e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário