HELIO FERNANDES
Publicada em 30.06.15
Suprema Corte dos EUA
Tem nove juízes vitalícios. Há
mais ou menos 13 anos está dividida que os conservadores, quatro progressistas,
o presidente decide, geralmente por 5 a 4. Esta semana, duas decisões
importantes. Uma de caráter interno, que estava parada desde 2010. Obama mandou
projeto ao Congresso, permitindo que o Executivo (presidente da República)
financiasse planos de saúde.
O Congresso vetou, o recurso á
Corte levou cinco anos. A votação ficou 3 a 3, o quarto a votar era um
conservador inovou, ficou 4 a 3 a favor do recurso. Aí o progressista fez 5 a
3, o presidente 6 a 3. Um avanço para milhões de pessoas.
Quatro dias depois, entrou em
pauta, um projeto de repercussão mundial, e que esperava julgamento há anos e
anos: autorização para casamento oficial entre pessoas do mesmo sexo. 14
estados (entre 50) já decidiram a favor. Agora vale para todo o país a decisão
da sexta feira, 5 a 4, anula e revoga tudo o que já aconteceu nos estados.
As duas decisões coincidem com o
que Obama defende, o que favorece os Democratas na eleição de 2016, Problemas
para os Republicanos, que estão na contramão da Suprema Corte, e da vontade da
opinião pública, constatada em pesquisa isenta. Precisam explicar, não podem
mudar nada.
A propósito: qualquer cidadão,
indicado á Corte pelo presidente da República, aprovado pelo senado, empossado,
sabe que nunca presidirá a Corte. O presidente é vitalício, não ha rodízio como
no Brasil. (Não estou nem julgando, apenas comparando duas realidades).
O juiz Hendell Holmes
presidiu a Corte por 34 anos, criando o que se chamou de “Corte Holmes”.
Aposentado, participou da Comissão que investigou o assassinato do Presidente
Kennedy.
Resposta
Celina Policarpo quer saber se
Carlos Lacerda seria presidente. É difícil responder depois de 38 anos da sua
morte, principalmente por causa deste enigmático SERIA. Uma coisa é certa
porque já era realidade há 51 anos. (1964). Ele e Juscelino seriam candidatos a
presidente em outubro de 1965, se não tivesse havido o golpe.
Juscelino passou o governo a
Jânio em 1960, e na transmissão, oficialmente lançou sua candidatura para
dentro de cinco anos. Só o ciclo democrático desta República cheia de
interrupções e sem eleições, o “trafego peralta”, já tramava com militares
golpistas e ambiciosos, a denuncia para voltar com “plenos poderes”.
Carlos Lacerda era
candidatissimo, podia não ganhar (eis uma parte da resposta para a tua
pergunta), mas já estava lançado, tinha um partido, a UDN, que também queria
que fosse candidato.
Os governadores dos maiores
estados eram candidatos, (Lacerda, Ademar de Barros, Magalhães Pinto, Mauro
Borges, Ney Braga, Brizola) e mais Juscelino, possivelmente concorreriam. Com a
posse de João Goulart, que começo logo a conspirar surgiram os militares. E deu
no que deu, 21 anos perdidos, e até hoje não recuperados, e um futuro cada vez
mais incerto e duvidoso.
Liomar Nascimento perde tempo com
uma pergunta desnecessária, quer saber se sou de esquerda, centro ou de
direita. Vou completar 94 anos, já fiz 80 de jornalismo. Digamos que tenha
levado 10 anos de formação, com 254 anos para a Revista “O Cruzeiro”, a
cobertura da constituinte que promulgou a bela Constituição de 1946.
Foi histórica para o Brasil e
para a minha carreira. A partir daí dirigi jornais e revistas, inovei, atuante,
participante, beligerante cassado em 1966 quando era candidato a deputado pelo
MDB da oposição à ditadura.
Com a volta da suposta
democracia, em 1980, Brizola me convidou para candidato a senador, ele
governador. Logo depois, Tancredo Neves, candidato a governador de Minas,
também me convidou para senador, aceitei. No lançamento da minha entrada no
seu partido, afirmou e informou com aquele vozeirão: “Estamos incorporando ao
partido o jornalista Hélio Fernandes, candidato a senador e o maior
oposicionista que o Brasil já conheceu”.
Logo depois Figueiredo extinguia
os partidos, o quadro mudou completamente.
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