HELIO FERNANDES
Publicada em
22.05.14
Obrigado, Marcus
de Paula, pelo teu comentário sobre o que o então ex-deputado, falou no dia 2
de abril de 1964. Estava tão desaparecido quanto ele, preso, torturado,
assassinado e então rotulado como os generais bem entenderam. Teu comentário de
18 linhas, admirável, incisivo e definitivo.
Você termina com
a frase altamente bem colocada, tão irrefutável que chega a ser emocionante: “A
esperança é a última que morre”. Comparando com a descoberta do discurso de
Paiva, você diz que o meu depoimento de horas em 1981, na CPI do Terror, também
pode ser encontrado.
Até poderia, se
houvesse interesse. Mas a Comissão da Verdade não considera importante o
“atentado-teste” de fevereiro de 1981, destruição do jornal. No meu depoimento
não há revelação sobre o Riocentro, que só ocorreria três meses depois.
Eu não
adivinhava, apenas denunciava
Essa CPI do
Terror (o senador Montoro era o relator, depois governador de São Paulo),
importantíssima. E o meu depoimento tem nomes, sobrenomes, patentes, funções e
objetivos pretendidos com o atentado contra a Tribuna da Imprensa.
O nome do
general de Quatro Estrelas, Otavio Medeiros, é fartamente citado e denunciado
por mim. Era o Chefe Geral do SNI. E como tenho dito, os atentados, primeiro o
da Tribuna, o segundo contra o Riocentro, tinham como objetivo, a “prorrogação
da ditadura”. Ele seria o herdeiro natural, o último general a ser
“presidente”.
Mais uma vez, obrigado,
Marcus de Paula. Não apenas por mim, mas porque interessa a todo o país. Tua
confiança me alertou para a esperança do final da comunicação.
Dois atentados
entrosados
Para que todos
se lembrem: os dois atentados, foram praticados ou cometidos, depois dos
generais-torturadores terem publicado sem consultar ninguém, o que chamaram de
“anistia ampla, geral e irrestrita”. Mas só servia a eles, que assim puderam
comandar a transição.
Perderam a
“prorrogação”, mas garantiram a impunidade. E ROUBARAM do povo brasileiro, até
uma data para comemoração do fim dos 21 anos do regime arbitrário, autoritário,
atrabiliário e torturador.
A “Revolução dos
Cravos”
Portugal acaba
de comemorar com grande alegria das ruas, o fim da sua também terrível
ditadura. É a festa da “Revolução dos Cravos”, que acontece todos os anos. E o
cidadão brasileiro vai para as ruas em que data?
Comemorar a
posse de Sarney? Que depois de 5 anos de “presidência” (com as aspas da
ditadura), está completando quase 25 anos de poder? 25 sem contar os 5 de
“presidente” e os outros tantos que serviu à ditadura.
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