REFORMA POLITICA ELEITORAL, FIM DO
PRESIDENCIALISMO-PARLAMENTARISTA
HELIO FERNANDES
31.03.15
Não
será feita de modo algum. Com o país dividido entre ditaduras e transições para
novos regimes de exceção, não sobra tempo para consolidação das Instituições. Desde
1933/34 (constituinte e Constituição) só houve retrocesso. Em 1933 deveria
funcionar a constituinte, que promulgaria a Constituição e fixaria a data
(dentro de 60 dias) para a primeira eleita direta no país.
Foi
um período de satisfação, de eleição, logo seguido pela decepção. As mulheres
votariam pela primeira vez para presidente, campanha memorável comandada pela
doutora Berta Lutz.
Vargas
que estava no poder desde 1930 como "chefe do governo provisório",
manobrou, mobilizou o Congresso, foi eleito indiretamente. A escolha direta
transferida para 3 de outubro de 1938, só que não chegamos lá. Em 10 de
novembro de 1937 Vargas implantou o vergonhoso e ditatorial "estado
novo", ficou arbitrariamente até 25 de outubro de 1945.
Temos
tantas constituições desde o golpe militar da República, que a confusão é total
e geral, não ha lembrança de progresso e sim de retrocesso. Nunca existiu
reforma política ou partidária. Desde 1934 confundiram tudo com o estranho,
esdrúxulo e extravagante regime híbrido e amaldiçoado, ao mesmo tempo
Presidencialista-pluripartidário. O presidencialismo é quase ditatorial, o
pluripartidário simultâneo, inaceitável, enclausura o país numa forma
ingovernável.
Ha
mais de 30 anos não se fala, não se debate, não se discute a consolidação de um
regime único. Presidencialista ou Parlamentarista. Escolhendo um deles, poderia
surgir vantagens e desvantagens, pelo menos haveria modificação. Alem das
indecisões, a manutenção dessa absurda forma de governo é reacionária,
incontrolável e incompetente.
Vou
passar logo para a reforma, defendida por alguns no mínimo ha 30 ano ou 40
anos. Agora, com a desmoralização mais do que evidente da representatividade
que não representa coisa alguma, trouxeram o assunto para o primeiro plano. Mas
enquanto o Congresso estiver dominado por Renan e Cunha, referendado pelo vice
Temer, não haverá modificação alguma.
Poderiam
fazer, imediatamente, eleição verdadeira, que permitiria, mais tarde completar
as outras, também imprescindíveis. A primeira, inadiável:a eleição direta para
deputados, excluída logo a votação proporcional e de coligação. Seria facílimo
fazer essa, a chave e o ponto de partida para os outros.
Mesmo
os países presidencialistas (EUA) e Parlamentaristas (quase toda a Europa) têm
voto Distrital. Poderiamos começar por isso, exemplos simplíssimos e facilmente
de adotar. O Estado do Rio tem 43 deputados, São Paulo 70, seriam eleitos os
mais votados, não existiriam "sobras", "receio de alguns
especialistas".
Na
Inglaterra, Churchil o grande vencedor da guerra, não se reelegeu pelo seu
Distrito, não voltou á Câmara os Comuns, não pôde ser Primeiro Ministro. Na
eleição seguinte corrigiram, novamente eleito e Primeiro Ministro.
Os
partidos não se acertam. PMDB e PSDB tentam "adivinhar" o que é
melhor para seus próprias personagens. O PT, perdão, Lula, defende a
"lista fechada", com farsa e mistificação, os amigos com mandatos
garantidos.
Todas
essas confusões geraram, o mensalão do PSDB o primeiro, o do PT, o segundo, e o
PMDB, de todas as horas e momentos. E o assalto á Petrobras é o resultado desse
regime de "troca-troca" dos 39 ministros, e todas se
"locupletando". Ou mudam agora, ou sofrerão as consequências.
Com
esse sistema político-eleitoral, vejam o que aconteceu em 1989, a primeira
eleição direta depois da ditadura de 21 anos. 1 – Ulisses Guimarães, grande
personagem, teve cinco por cento dos votos. Lula sofreu a primeira derrota, foi
para o segundo turno, não adiantou nada.
2 –
Fernando Collor não tinha partido nem representação, se elegeu com o apoio da
organização Globo, que falsificou o resultado da eleição. Menos de dois anos
depois, sofreu o impeachment, o primeiro da nossa História (querem repetir
agora) desastre completo.
3 –
Como Itamar,o vice que assumiu, não podia se reeleger, plantou o caminho para o
retrocesso de 80 anos em 8, do abastado e politicamente bastardo, FHC.
Aproveitou o tempo, comprou a malsinada reeleição, vendeu o patrimônio do país,
patrocinado pela Fundação Ford, “recebendo” em moedas podres.
4 –
Chegou a vez de Lula, com direito á reeleição, queria o terceiro mandato, não
conseguiu, mas consolidou o mensalão desde 2005, “não sabia de nada”. Passou o
cargo para Dona Dilma, que alem de “não saber de nada” do mensalão, também
ignorava tudo de Pasadena e da Petrobras. Alem de mergulhar ela mesma, Lula e o
PT numa catástrofe que não sabe até onde irá. Mantendo o
“presidencialismo-pluripartidário”, tudo poderá acontecer.
Wilson Figueiredo, a situação do Charlie é difícil
e complicada. Concluíram que só com os quatro que sobraram é quase impossível
manter a regularidade. No fim de semana os chargistas tiveram reunião com
diretores do “Liberation”, que rodam o semanário. Nada resolvido, não sei se
sairão amanhã.
Natalia Parente, como mestra da língua portuguesa,
colocou muito bem o problema do governo. Não ha como avaliar o que a presidente
faz ou não faz, o problema dela não é sofrível e verbal, mas também político
eleitoral, administrativo, econômico.
O problema do BNDES, Sabino P. Alvarez, vem desde
1960, quando era apenas BNDE. (Não tinha o S de Social hoje tem o S, mas
continua sem o S de Social). O presidente Lula acertou em cheio nomeando para o
banco, o excelente economista Carlos Lessa.
Só que este errou contando a Lula, a fonte de escândalos
e privilégios do banco. Lula disse a ele, “estou impressionado”. Quando ouviu que
o BNDES emprestava dinheiro a apaniguados, a três e quatro por cento, que reemprestavam
a sete ou oito por cento, Lula ficou mais impressionado, um mês depois demitiu
Lessa sumariamente.
Resposta.
Que prazer te reencontrar, José Anchieta Nobre de
Almeida. Hoje 12 anos depois tenho a maior satisfação de ter sido um dos
primeiros a ler e escrever sobre teu primeiro livro, “Brasil, o que fomos, o
que somos, o que seremos”.
Não sabia que você era advogado. Conselheiro da OAB
e a seguir, por direito de conquista, historiador. Abraços fraternais, apesar
de não termos ainda esclarecido, o que fomos e o que somos. Enquanto não
esclarecermos as duas questões, dificilmente encontraremos o caminho da
esperança e a palavra sobre o que seremos.
PS- O Sportv, começou um programa excelente,
“Seleções” com Marcelo Barreto. Precisa todo dia de grandes personalidades, mas
é muito bom. Só que domingo e segunda, (ontem) o mesmo canal com duas
“patriotados” inconcebíveis. (O “Seleções” precisa ter cuidado para não se
transformar num “Bem amigos”).
PS2- Comentando o 1 a 0 sobre a fraquíssima seleção
da França, repetiu 17 vezes durante o jogo e depois: ”Em oito jogos foi a
oitava vitória do Dunga”. A seleção da França é modestíssima, só em 1998 foi
quase invencível ganhou do Brasil por 3 a 0. Desapareceu.
PS3- No jogo de tênis (máster de Miami) Bellucci
precisou de três horas para superar o uruguaio sem ranking. O canal vibrou,
passou o domingo e a segunda até 13:30 exaltando o jogador brasileiro. Quebrou
o set do ucraniano, chegou a 6/5 sacando.
PS4- Como não, sabe ganhar, perdeu três sets
seguidos, 7/5 para o jogador da Ucrânia. No segundo set podia ter levado o jogo
para o tiebrak, foi quebrado, derrotado, eliminado. O surpreendente é que tinha
tudo para ser um expoente, agora aos 27 anos, o que esperar?
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