RENAN CALHEIROS, PRESIDENTE DO SENADO,
EDUARDO CUNHA, PRESIDENTE DA CAMARA. TENTANDO SE SALVAR, AMEAÇAM PARALISAR O
CONGRESSO, INTIMIDANDO E ISOLANDO A PRESIDENTE DA REPUBLICA.
HELIO FERNANDES
09.03.15
Até agora
ninguém foi indiciado, acusado, ameaçado de se transformar em réu. São 47
políticos, (fora os que serão investigados, não pelo Supremo), quase todos
altamente vulneráveis. Mas apenas 19 deles são poderosos, pelos cargos que
ocuparam ou ocupam.
Nenhuma
dúvida de que participaram de tudo. Só que com quase certeza, eram e continuam
coadjuvantes. Receberam muitas, variadas ou altas propinas? A investigação vai provar que sim. Mas de
todos esses 19, apenas 2 ameaçam, e com gravidade o funcionamento das
Instituições, ameaçam a democracia.
São o
presidente do Senado e da Câmara, que já se colocaram em posição de combate a
tudo que possa atingi-los. Hoje, aqui, agora são os personagens preponderantes,
tratarei deles. Como tudo isso levará muito tempo, talvez anos (igual no
mensalão), examinarei exclusivamente os dois, simultaneamente ameaçados e
ameaçadores. Não estou abandonando os outros investigados, apenas haverá muito
tempo para investiga-los, jornalisticamente.
Colocação,
elucidativa, conclusiva definitiva: os 47 investigados vieram a público com
declarações rigorosamente vazias e repetidas: “Repudio com veemência essas
insinuações. Não conheço nenhum diretor ou ex-diretor da Petrobras, não sei por
que citaram meu nome, a verdade será restabelecida”.
O Presidente
do Senado e o da Câmara, foram os únicos que não usaram o chavão, fizeram
questão de partir para o ataque, “revoltados” com a colocação dos seus nomes na
lista.
Renan Calheiros.
Acusou
abertamente o governo na pessoa da presidente. Desferiu golpes contra o
Ministro da Justiça textualmente: “Ele foi o responsável por colocar o meu nome
na lista”. Continuou: “Meu direito de defesa foi cerceado, não fui ouvido para
coisa alguma”. Bobagem colossal e inqualificável de um ex-ministro da Justiça, de
(FHC). Não está sendo indiciado, acusado, não é réu de coisa alguma, como pode
ter “o direito de defesa cerceado?”.
A partir
desta semana, com o começo das investigações, com o provável e possível sigilo
telefônico. Fiscal e bancário, todos serão ouvidos, poderão contestar o que
quiserem. Pretender ser ouvido antes do Procurador Geral compor a lista que
enviou ao Ministro Teori Zavaski, arrogância, petulância, imprudência. É
oportunidade á parcialidade e protecionismo. Está acostumado a isso.
Insistindo na
imprudência, na incompetência e inconsequência, afirmou publicamente: ”Esse
procurador Geral não pode continuar no cargo”. O que não ficou claro para a
opinião pública, explique-se. O Procurador Geral tem mandato de 2 anos, que
termina em junho.
Pode ser
renovado por mais dois, decisão do presidente da República, que têm que
submetê-lo a sabatina no senado. Por isso a baixaria de Renan, deixando claro
que indicado. Renan conversou com Eduardo Cunha, que em declaração, afirmou:
“Temos que nos livrar desse Procurador”.
O presidente
do senado continuou: “Nenhum Projeto ou Medida Provisória do executivo será
examinado, votado ou aprovado no Legislativo, é nossa obrigação e
propriedade". (Joga também com os altíssimos mas não surpreendente
impopularidade de Dilma e sua incapacidade ou indecisão praticamente não o cargo).
O país vive
terrível crise econômica, financeira, política, administrativa, dólar sem
controle, inflação disparada, juros sem limite, dívida pública crescendo
pejorativamente, a divisão das autoridades governistas a favor ou contra a
d-e-s-o-n-e-r-a-ç-ã-o. A presidente diz que é indispensável que continuará, o
Ministro da Fazenda afirma: “é uma brincadeira'', e reforçou, “grosseira”.
Tudo isso faz
parte do momento do país. Renan vai explorar tudo para não passar de
investigado a acusado, tornando réu em ação penal. E logicamente condenado.
Renan lembra de 2007, quando entregou a presidência para não perder o mandato.
Alem de outros episódios.
Ninguém
conhece Renan tão bem quanto ele mesmo, daí o seu medo, não interessa o que
aconteça ás instituições, e que o passado desabe sobre o futuro, destruindo seu
presente. A “revolta“, não interessa ás
Instituições.
Para Renan
tudo é dominado pelo interesse pessoal, e para isso tem que estar no poder.
Nenhuma convicção política, desapreço total pela ética, moralidade, dignidade.
Agora isso será ameaçado, percebeu desde o inicio.
Eduardo
Cunha.
Com um
passado tenebroso, acintoso em termos de comunidade, perigoso, chegou surpreendentemente
a presidente da Câmara, antigamente ocupada por deputados importantes. Para
ele, relevante á sua posição tem como ocupação profissional o lobby, e distração
o hobby de processar jornalistas. Já moveu mais de 100 ações não ganhou
nenhuma. Nos tempos da Tribuna de papel, 3 processos contra este repórter. 3
derrotas.
Nenhum juiz verdadeiramente
magistrado daria ganho de causa a um eduardo cunha tão subalterno, cujo nome só
dava e pode ser escrito em minúsculo. Mas ele se julga sempre em posição
altíssima e altaneira.
Desde que
chegou á presidente, subverteu tudo, mostrou qual seria a prioridade de sua
atividade. Encantado com a presidência da Câmara e o palácio residencial da
realidade, ficou empolgado com um objetivo inimaginável: por circunstancia
politicas consequência de impopularidade de Dona Dilma, acreditava na sua
elevação hierárquica numa sucessão circunstancial. Ganharia moradia, não mais
residência pessoal e sim palaciana do poder.
Isso é chamado
por ele e mais alguns de impeachment. Dona Dilma a cada dia mais impopular e
derrotadíssima pela dupla sertaneja Renan e Cunha, teve uma vitoria inesperada
e que ela mesma ainda não avaliou ou percebeu: não há mais clima para
impeachment, político-jurídico-vingativo.
Como teria
que começar obrigatoriamente pela Câmara, quem tentará isso?
Eduardo Cunha
também atacou o Procurador Geral. Disse irresponsavelmente: “Quem manda na
Câmara sou eu, continuarei fazendo indicações para os mais variados cargos, nem
quero saber se estou sendo investigado”.
Como fala
muito e não tem conhecimento, ontem irritou todos os 47 que estão sendo
investigados: “O Procurador Geral juntou todos na mesma lama, não faço parte
dessa lama”.
Recebeu
parabéns apenas de Renan Calheiros, este sabe que em relação a ele, a citação
bíblica pode ser adaptada, ficaria: “És lama e á lama retornarás”. No caso de
Renan (e do próprio Cunha) a palavra “retornará”, impropriedade visível e
deslocada.
Para terminar
por hoje, por hoje a afirmação dele, que representa mais impropriedade e
utilização indevida de órgãos ou funcionários públicos: “vou me defender
representado pelo Departamento Jurídico da Câmara”.
Isso é
absurdo. Ele não está sendo investigado e possivelmente mais tarde incriminado,
por ser presidente da Câmara e sim pela atuação como corrupto. Apenas
investigado mas que terá o destino que procurou. Terá que se defender com
advogado particular, contratado pessoalmente.
A
inquietação, a angústia a ansiedade que tiveram uma resposta na sexta-feira a
partir de 9 da noite, se prolongou, no sábado, domingo e agora não será interrompida.
Tudo é incógnita, indefinido, precisa ser provado, mas para muitos personagens
se transformará num temor longo, exaustivo, e que provavelmente não será
recompensado por uma possível absolvição ou arquivamento.
PS- Não posso
deixar de tratar imediatamente de dois cidadãos, abaixo de qualquer suspeita,
mas importantíssimos pelo poder que já representaram, ostensivamente ou de
bastidores; Romero Jucá e Antonio Palocci.
PS2- Jucá
teve uma investigação arquivada, mas a outra confirmada. Devia ser investigado
nas duas e em outras. Nos bastidores manda tanto ou mais do que Renan Ministro
da Previdência, deixou de ser citado em inúmeras irregularidades. Foi líder no
Senado, de FHC, Lula e Dilma, uma fantástica demonstração de falta de
convicções.
PS3- Antonio
Palocci é o próprio “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”. E sem
respeitabilidade. Prefeito do interior de São Paulo, as acusações se
acumulavam. Quando Lula nomeou-o Ministro da Fazenda, quem o conhecia não
acreditava.
PS4- O
presidente dizia e repetia: “Espero que o Palocci me dê sinal verde para baixar
os juros”. Inesperadamente foi demitido sem nenhuma injustiça. Coordenador da
campanha da reeleição de Dona Dilma, ei-lo Chefe da Casa Civil. Demorou
pouquíssimo foi demitido sumariamente. O enriquecimento ilícito estava acima do
permitido pelo seu grupo.
PS5- Esses
dois não podiam ficar para depois. Outros 28 dos 47 que serão investigados,
podem esperar. O tempo (e o contratempo) será longo.
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Sr. Helio Fernandes.
Não
consigo entender a presidente Dilma Roussef, fora da operação Lava-jato. 47
supostamente envolvidos, boa parte NE se discute a cumplicidade. Mas existe uma
blindagem vergonhosa no Alvorada? Seria isso o tal poder dos poderosos? –
Marcelino ... Niterói-RJ.
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