Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 17 de março de 2015

A MULTIDÃO CONTRA DILMA E A "DESECONOMIA", O IMPEACHMENT ESTÁ NA CONSTITUIÇÃO, MAS NÃO E PASSAPORTE PARA O GOLPISMO.

HELIO FERNANDES
17.03.15
A reunião da CPI da Petrobras, quinta-feira, foi das mais vergonhosas e constrangedoras. Começou bem cedo, com Eduardo Cunha fazendo depoimento preventivo e voluntario. Continuou sem perguntas nem respostas, com o plenário ajoelhado, aviltando e rebaixado.
Terminou bem tarde com quase todos fazendo reflexão (?) e se perguntando: "Afinal por que participamos dessa farsa, aplaudindo o presidente da Câmara, com quem não temos nenhuma afinidade".
Assistiram, aplaudiram, se acumpliciaram com o presidente da Câmara, que passou o tempo louvando a credibilidade que não tem. Parando de instantes a instantes para não interromper a onda colossal de elogios, que surgiam de todos os partidos e parlamentares.
PMDB, PT, PPS, PSB, DEN e muitos outros se arrojaram aos pés de Eduardo Cunha, da mesma forma como fizeram glorificando Renan Calheiros, quando num "golpe político", devolveu para o Executivo a medida provisória recebida tantas vezes, sem o menor protesto.
No mesmo dia em que isso aconteceu, escrevi e se transformou em realidade: "Os mais laureados lideres do PSDB, começando por Aécio Neves, continuando com Serra e outros, terminado com Ronaldo Caiado, (que estreava desastradamente), o que vão fazer agora?".
Anteontem o episódio se repetiu na Câmara, como uma espécie de vídeo-tape, com muito som, nenhuma credibilidade ou respeito, e repercussão negativa que atingiu a quase todos. Pode ser dito que foi um comício fora das ruas, sem povo, sem autenticidade e sem nenhuma novidade.
Essa manifestação agendada por Eduardo Cunha e orquestrada pelos que se dizem da oposição, naturalmente não sabem bem a quê, vinha de junho de 2013. Transitava pelo Congresso, a PEC 37, que acabava com a autonomia do Ministério Público, e seria aprovada por unanimidade.
Em junho desse 2013, o povo foi para as ruas, aglomerado diante do Congresso, gritava democrática e certeiramente: "Vocês não nos representam".
Essa espécie de vingança ou represália por causa do “mensalão", sofreu imediata e total reviravolta. Em vez de aprovada, a PEC 37 obteve unanimidade mas para ser vetada.
Agora, o objeto e objetivo é novamente o Ministério Público na pessoa do seu mais alto representante, o Procurador Geral da República. Eduardo Cunha e Renan, presidentes da Câmara e do Senado, fulminaram Janot, mentiram e falaram por quase todos sem procuração ou autorização: "Se houver prorrogação do seu mandato, não será aprovado".
Dona Dilma só se salva governando.
Falou tanto e tão acusadora culpando a oposição por querer um "terceiro turno", que agora sobrou para ela. O recado das ruas é totalmente contra Dilma. Pela inércia, incompetência, ausência, arrogância de se julgar acima do bem e do mal.
Enquanto o navio submergia, sem que ela, nem de longe pensasse ou usasse salva-vidas. Se enclausurava na imprudência, falava muito em diálogos, mas só conversava diante do espelho, assistida em silêncio pelos servos, submissos e subservientes, que só abriam a boca pra elogiá-la e criticar Lula em voz baixa, com medo de que ele soubesse.
O governo está tão impopular, que quase no fim do domingo, dois ministros, Rosseto e José Eduardo, (Mercadante logo descartado) foram escalados para comentar ou tentar explicar o que ocorrera que levara milhões ás ruas.
Falando num recinto fechado, mas com televisão em todo Brasil, acendia e apagava as luzes dos edifícios, buzinava, repetia e o panelaço que tanto assustou a presidente. Inédito, ministros vaiados estando longe. E se saíram ás ruas? Idem, idem para Dilma.
A principal promessa ou compromisso de Dona Dilma, através do ministro da Justiça vaiado: “Vamos editar imediatamente um pacote anticorrupção”. O que é isso? Já prometeu, não fez nada, se escondeu atrás de lugar comum; “Os corruptos serão punidos, doa a quem doer, haja o que houver”.
Alem de ninguém acreditar no que ela diz, Dona Dilma não é tratadista em corrupção. Não sabia nada sobre Pasadena, (apesar de confessar que assinou o relatório que deu inicio ao escândalo colossal) continuou sem saber da Petrobras, sempre presidida por amigos e amigas.
O dia de ontem, segunda.
1 – Foi preso Renato Duque, que fora libertado em dezembro. O Ministro Zavaski mandou soltá-lo, “ele não representa perigo para a investigação”. Como não tem foro privilegiado continuou sendo investigado, descobriram: “Continuava movimentando dezenas de milhões no exterior”. Pode recorrer, agora sem sucesso. Falam em Curitiba, que o próximo a ser preso, será João Vacari, tesoureiro geral do PT.
2 – Delfim Neto, inepto, inútil e incorruptível, deu entrevista tola e torpe: “Não há nada errado com a economia brasileira”. Serviu 12 anos á ditadura. Ministro da Fazenda de Costa e Silva e Médici, demitido por Geisel, novamente ministro (da Agricultura e da Fazenda) de Figueiredo.
3 – Dilma chegou cedo no Planalto, ficou o dia todo, mas era como se não existisse. Não sabe o que fazer e como começar. A manifestação foi toda contra ela, a economia, inflação, juros altos, desemprego, e principalmente CORRUPÇÃO.
Desperdiçou tempo recebendo 9 ministros, um-a-um. Não era despacho urgente ou importante, apenas beija-mão. Antes de almoçar, (sozinha) usou o lugar comum agora preferido do Planalto: “a manifestação foi legitima, tranquila, democrática. É o que todos desejam”.
Na volta do almoço falou rapidamente com Temer, resolveu corrigir seu ministro da Justiça, que no fim do domingo, vaiado, afirmara: “vamos dialogar com 200 milhões”. Exagero que ela retificou, ficou assim: “Vou governar para 200 milhões”.
Isso pode ser colocado nos 77 por cento que não acreditam no que diz. Aliás, qualquer presidente tem que governar para toda a população, que hoje é de 200 milhões, Na verdade 204 milhões, como sempre desinformada.
Respostas.

Donato Vianna, Macaé, "tenho orgulho de ser jornalista, você é o nosso mestre". Obrigado. Com 11 anos, já órfão de pai e mãe, terminei o primário (escola pública, maravilhosa na época) com 12 fui fazer o ginasial no Pedro II. Banca examinadora excelente. Depois de me interrogarem sobre tudo, dois disseram: "Menino você não tem nada a aprender e sim a ensinar". Mestres, não sabiam das coisas, passei a vida querendo aprender cada vez mais. Com 13 entrava para a revista O Cruzeiro, fiquei em redações até 2008, quando a ditadura, remanescente, conseguiu seu objetivo.

Vantuil Goes, RJ, diz que passa pela Lavradio fica triste, espera ver a Tribuna circulando novamente, será o nosso "Charlie". Longe da Lavradio, também fico triste, mas não posso fazer comentários ou reflexões sobre o futuro, com uma justiça, mais para injustiça, que mantém um processo sem decisão durante quase 36 anos.

Passos, RJ, diz que continua lendo o blog, espera que eu escreva. Obrigado é com o maior prazer que escrevo diariamente, por vontade própria não vou parar.

PS- Todos, no governo e na oposição, aceitaram naturalmente os números da Polícia Militar em São Paulo e em todo o Brasil. No maior estado do país, 1 milhão de participantes, é especialista, trabalha com isso desde 1940.

PS2- Foi imediatamente contestada pelo Datafolha, que "achava" 210 mil. Esse Instituto que criou renome nas pesquisas eleitorais e assim mesmo errando muito, apresentou forma de trabalho não utilizada para avaliação de "povo nas ruas". Ficaram longe, bem longe da realidade mais do que visível. Lamentável.

PS3- O que se sussurrava: o grande desgaste público de Dona Dilma se acentuou com a pesquisa do Datafolha, (republicada por todos os órgãos jornalísticos e até a internet) afirmando: "77% das pessoas interrogadas, responderam que Dilma mentira durante a campanha".

PS4- Isso, logo no início do suposto segundo mandato, já que no primeiro não existiu, arrasou e desorientou a presidente. Agora, a tentativa de descaracterizar 1 milhão para 210 mil, a forma de compensação, que não atingiu o objetivo. Pois no Planalto ou Alvorada, ninguém faz restrições á presença de 1 milhão de pessoas.

PS5- De qualquer maneira, multidão presente, resistente, competente, visível de qualquer lugar. Até "adjacências", palavra usada pelo Instituto.
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As respostas serão publicadas aqui no rodapé das matérias. (NR). E as  mensagens selecionadas só serão postadas com o primeiro nome e a cidade do internauta.
Helio,
Sobre a manifestação do povo brasileiro no dia 15 de março.
Escrevo para citar entre outros as manchetes dos principais jornais do mundo.
O The Wall Street Journal divulgou que em todo o país demonstrando frustração com o governo da presidente Dilma. 1 milhão de pessoas foram para as ruas em, no mínimo, 11 capitais e dezenas de cidades . Os sites da rede britânica BBC e do jornal norte-americano The Wall Street Journal deram destaques para o protesto na primeira página. O diário britânico The Guardian também fez uma matéria sobre as manifestações em várias cidades brasileiras, citando que milhares de pessoas pediam o impeachment de Dilma. 
O jornal francês Le Figaro também fez uma manchete citando que havia mais de um milhão de manifestantes em São Paulo. Até o jornal alemão Der Spiegel trouxe o título "Brasil: centenas de milhares vão às ruas para protestar contra o governo", ilustrado por uma foto dos atos.

Caro Helio Fernandes, acho que não é o caso de impeachment, mas de melhorar essa “pouca vergonha” e da presidente parar com esse “não sabia de nada”. Bartolomeu ... São Luiz - MA

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