ENCRUZILHADA DA REPÚBLICA, MARTÍRIO DO
POVO BRASILEIRO.
HELIO FERNANDES
23.03.15
Chegamos ao
fim do poço e não é o do pré-sal ou da Petrobras e sim da governabilidade. Não
há mais tempo ou espaço para soluções “acomodadas”, panaceias, remendos num
sistema que nem deveria ter sido utilizado. Todos os males acumulados desde a
constituinte de 1933 e a constituição de 1934, têm um nome que seria a saída e
até a solução da República
.
O fim do
absurdo, contraditório e negativo sistema que se chama PRESIDENCIALISMO-PLURIPARTIDÁRIO.
O mundo tem 208 países, que se dividem entre presidencialismo, parlamentarismo,
ditadura que sobrevive mais ou menos tempo, ditadura com um ditador “eleito”
(Síria) ou farsa total da “democracia” de (Angola), com guerra civil terrível e
um personagem há 36 anos no poder, e as farsas mais ou menos combinadas do
Oriente Médio.
Mas esse
sistema esdrúxulo e sem a menor possibilidade de construir alguma coisa solida
e permanente, só no Brasil. Há mais de 30 ou 40 anos prego a destruição dessa
farsa dita republicana, que chamo e chamei sempre de RENOVOLUÇÂO. Não é
novidade, os políticos sabem disso, mas como o Legislativo é que tem que substituí-lo,
não haverá a mudança. E esse regime nefasto que gera todas as consequências,
incongruências e incoerências, continuará indefinidamente.
Falam muito e
até defendem o impeachment, que não é a solução para coisa alguma. Desapreço,
desprezo, desperdício, descuido, desatenção, desesperança e até desespero,
admitir que tirar Dilma-PT e colocar o PMDB-malabarista e desleal de Temer ou o
PMDB Lava-jato de Cunha ou Renan, seja saída para alguma coisa. Ou até mesmo o inimaginável aparecimento do PSDB-FHC, retrocesso de 80 anos em 8, que tenta se
arvorar em progresso e saída, já ocupa os holofotes, e a mídia mais ou menos
ávida, despreparada, deslavada, descuidada
.
Com Dilma-PT
não chegaremos a lugar algum. Mas com esse PRESIDENCIALISMO-PLURIPARTIDÁRIO,
ninguém chegará, qualquer que seja o caminho ou o trajeto que percorra até
atingir o poder. E pensar que estará governando.
O povo
brasileiro está pagando todas as contas. Pagou nos primeiros quatro anos, não
percebeu que estava sendo sacrificado no altar de algumas conquistas ou
concessões improvisadas, votou nela novamente, por causa das “promessas e
compromissos” da campanha eleitoral.
Mas as
pesquisas feitas com menos de 1 mês do segundo mandato 77 por cento já diziam
revoltados: “Dilma mentiu na campanha presidencial”. Logo depois desse
desabafo, ficou em casa nas manifestações patrocinadas pelo governo. Foi para
as ruas, quando sentiu que estava na hora de defender seus empregos, seu nível
de vida, sua aposentadoria, seus direitos trabalhistas e até da aposentadoria,
que impensada e surpreendentemente a própria Dilma cortou.
Com base
nessa famosa passeata, (com bandeiras, hinos, famílias e sem o menor atropelo
apesar de serem milhões) o Datafolha (por que os outros Institutos se omitiram?)
fez levantamento e constatou: “De toda badalada popularidade da presidente, apenas
13 por cento acharam que seu governo era BOM ou OTIMO”. 62 por cento, não se
intimidaram, disseram que “seu governo era ruim ou péssimo”.
Desacreditada,
Dilma se manteve em silencio. Mas na mesma noite da manifestação, chamou Lula
para jantar, conversaram de forma desconfortável, ele quase agressivo e
impaciente, ela desacostumada com esse tom, resolveu falar. Foi muito pior do
que o silencio, Discursou duas vezes de improviso, aí então desastre maior.
Em outras
oportunidades foi “gozada” pelo PMDB Lava-jato e pelo PMDB malabarista e
desleal. Sobre economia, incrível mas textual: “Estamos numa crise pontual
(sic), que vai passar logo (sic), quando sairmos disso (sic), voltaremos a
crescer”.
E reafirmando
a falta de ideias e convicções: “Alguns estão apostando (sic) no pior possível,
não se pode apostar (sic) contra o país”. O presidente da Câmara e do senado nem
responderam, riram, e continuaram maquinando projetos contra ela. Como esse que
está nas gavetas, “restringindo em 20 o número de Ministros”. 39 Ministros é
abominável. Mas o legislativo não pode intervir no Executivo dessa maneira.
Esse número de
ministros e o de partidos, (agora 32, que irão aumentar) consequência obvia do
impraticável sistema PRESIDENCIALISTA-PLURIPARTIDÁRIO, que massacra o país,
empobrece o povo de todas as classes. Mas como, onde e quando esse nefando
sistema de governo influiu para desgastar mais ainda Dilma foi no episódio Cid
Gomes.
Deixando o
ministério da Educação vago ai, surgiram rumores, “o PMDB quer esse cargo”. Os “conselheiros”
do Planalto ouviram, contaram a ela, lá veio o improviso calamitoso de sempre; “Vou
nomear Ministro da Educação, um nome notável, que não seja indicado por
ninguém, que não pertença a partidos”.
Até agora não
saiu do interino. Mas recebeu criticas e gozações diretas. Jornalistas perguntaram
a Renan se o PMDB queria o cargo. Resposta quase rindo: “O PMDB não se
manifesta, o regime é presidencialista, cabe á presidente fazer a indicação”.
Eduardo Cunha, no seu “estilo” revidou: “A presidente é quem indica os ministros,
se for do PMDB decidiremos se aceitamos ou recusamos”.
A saída para
a presidente Dilma e a solução para o País, sem nenhuma dúvida, o fim do
sistema hibrido, a mudança para um sistema único. Parlamentarismo e Presidencialismo,
têm vantagens e desvantagens, o existente, um descalabro completo.
Dona Dilma nunca
pensou nisso, poderia começar a repudiar os “conselheiros” inúteis do Planalto,
a se aproximar dos muitos que sabem das coisas.
Até mesmo de
lula, (a quem deve tudo), que já disse a ela: “Eu e o PT precisamos de você no
Planalto até 2018”. Se ele, exatamente como ela, no mensalão ou no petróleo, “não
sabiam de nada”, agora, surpreendentemente, Lula pode revitalizar a República.
Não se
surpreendam, sempre defendi a democracia, o desenvolvimento, “o
por do sol é para quem olha”, como ensina a República montada pelo Millor, que
só tem esse capítulo. A minha também, mesmo na mais cruel ditadura da tortura,
da selvageria e da incompetência.
O escândalo do PSDB de São Paulo.
Finalmente o
Ministério Público denunciou 11 empresas que formaram o chamado cartel, para
fraudar ou ganhar ilicitamente licitações na CPTM, (Companhia Paulista de Trens
e Metrô). De uma certa maneira, tudo a ver com o assalto das empreiteiras á
Petrobras.
O assunto
está no noticiário há muito tempo, mas houve protelação, descuido ou desinteresse
em formalizar a denuncia. O que foi feito agora, com um ponto importantíssimo:
o MP denunciou as empresas e localizou o tempo das fraudes e das roubalheiras:
de 2001 a 2007.
Havia discussão
entre diversos políticos importantes do PSDB, que estão no governo de SP desde
1994 até agora, 2015. Covas foi eleito governador, com Alckmin de Vice, em
1994, sendo reeleitos em 1998. Covas ficou muito doente, sua saúde se deteriorou
no fim de 2000, morreria em 2001.
Alckmin
assumiu oficialmente em 2001 (no dia da morte de Covas) foi reeleito em 2002.
Ele já governava mesmo com Covas vivo, mas sem saber de coisa alguma. Portanto,
como o Ministério Público diz que o escândalo aconteceu entre 2001 a 2007,
nenhum mistério, apenas investigação e responsabilização. Podem existir outros
culpados ou cúmplices, mas não tanto quanto Alckmin.
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As respostas serão publicadas aqui no
rodapé das matérias. (NR). E as mensagens
selecionadas só serão postadas com o primeiro nome e a cidade do internauta.
Helio
Fernandes,
No
dia 13 de abril, ao que tudo indica teremos outro “panelaço”, sem panelas, mas
com uma multidão espantosa em protesto contra o desgoverno Dilma. Achei uma
grande conquista popular a de 15 de março, porque não teve confusão e nem
infiltrações de toda ordem a exemplo do que ocorreram nas de junho de 2013. Apesar
de que existe suspeita de que a polícia militar colocou homens a paisana para
incitar os estudantes a baderna Inclusive com violência total, e quebra-quebra.
Você acredita que a próxima vai levar milhões as ruas? – Maria Anelize Gomes –
Rio de Janeiro – RJ.
Jornalista Helio,
José
Machado aqui de Itaboraí-RJ. Milhares desempregados por conta da crise da
Petro. Fale sobre o problema, você sabe colocar bem o problema. O número de desempregados passam de 20 mil.
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