Partidarização deformou a
especializada
“O judiciário inchou, se
atrapalhou, e o já lento serviço dos cartórios, se tornaram mais demorados e
confusos. O custo foi para o bolso do trabalhador, que viu sua demanda se
esvair no tempo. Já os atores do judiciário, em nada lhes afeta, o contra - cheque
continuou chegando de forma pontual e robusto, eis que temos o judiciário mais
caro do planeta”.
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
Temos uma
caricatura de judiciário laboral. Estamos diante de uma modelo, ultrapassado,
cartorial (serventias obsoletas), sem a confiança do jurisdicionado, fato que
deriva de sua própria natureza, cultura e isolamento do contexto universal dos
princípios do equilíbrio e igualdade.
A visão de que este
jurisdicionado é um templo para o trabalhador, há muito se esvaiu. E na medida
em que a tão almejada prestação jurídica se perde na ociosidade que impera
neste jurisdicionado ausência do bom direito, segurança jurídica e a
credibilidade. O fato é que temos uma justiça
laboral (especializada) com 67% de ações sem solução.
E os juízes se
mostram incapazes de entregar o direito alimentar do trabalhador. Por essa
razão, e ainda a explícita arrogância desses senhores, poderiam sequer,
ostentar titulo de magistrado (mestres), tamanha a incapacidade de apresentar
solução para as demandas.
Gilmar Mendes - Os
Poderes, Executivo e Legislativo atrelados materialmente ao executivo foram
profundamente fragilizados. Hoje, um ex-presidente da República está condenado,
dois estão sob investigação, e o atual é objeto de várias denúncias. Dos
últimos 13 presidentes da Câmara dos Deputados, apenas três não têm
investigação tramitando na Justiça, e dois estão presos.
Esta semana (quarta dia 02
de maio), o STF levou um dia para sacramentar 10 votos a favor do foro
privilegiado, e assim mesmo, o ministro Gilmar Mendes, só fecharia a votação no
dia seguinte. Posição inútil, mesquinha retrato dessa Corte que definha em seus
próprios erros e desmandos jurídicos.
Os 16,2 mil juízes em atividade no Brasil
ganham, em média, R$ 46 mil mensais. (três em cada quatro juízes recebem mais
do que o teto do funcionalismo público), de R$ 33,7 mil. É produto de
“indenizações” e “gratificações” recorrentes, e estranhas a trabalhadores que
não usam toga – entre elas, o auxílio moradia para quem tem moradia própria.
Toga - A posição partidária navega na superfície
da Justiça brasileira e isso, com toda convicção, isso envenena e contamina o
direito e se constitui uma ameaça à democracia. Bem lembrado a EC 45/04, serviu
para aplacar o movimento para extinguir a justiça trabalhista, em troca da sua
manutenção, toda demanda fiscal da Previdência Social, Fazenda Federal e outros
títulos, foram para sua competência.
O judiciário inchou, se atrapalhou, e os já
lentos serviços dos cartórios se tornaram mais demorados e confusos. O custo
foi para o bolso do trabalhador, que viu sua demanda se esvair no tempo.
Já os atores do judiciário, em nada lhes afeta,
o contra - cheque continuou chegando de forma pontual e robusto, eis que temos
o judiciário mais caro do planeta.
Gasto astronômico - Cada membro iniciante do Ministério
Público leva para casa 14 vezes a renda média do Brasil. Nos países membros da
União Européia, um juiz da mais alta corte recebe em média 4,2 vezes a renda
dos habitantes locais.
Ter
mais juízes recebendo salários mais realistas (ou, ainda, salários que não
ultrapassem o teto, como é o caso de três em cada quatro juízes brasileiros) seria
uma solução. Mas ela contraria o próprio interesse da categoria, daí que estar
conectado com o núcleo parlamentar é necessário para o lobby quando necessário
frear as medidas que diminuam suas vantagens, mesmo as mais discrepantes, a
exemplo do auxílio moradia.
Gastamos
com o judiciário R$ 110 bilhões por ano. Como resposta: temos o 30º Judiciário (fonte: Banco Mundial) mais
lento do mundo, dentre 133 países.
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