Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 3 de maio de 2018


EMPRESÁRIOS RICOS ESTRAÇALHAM A PREVIDÊNCIA

HELIO FERNANDES

Quando Temer usurpou  a presidência, anunciou logo: "Minha prioridade é acabar com o formidável  déficit da Previdência". Anunciou varias vezes, "sem a reforma da Previdência, o país não resistirá". Foi contestado por mim, todas as vezes que insistia  que essa reforma, além de prioritária, era indispensável. 

Desmontei toda a retórica do Planalto. Mostrei, argumentei comentei, informei: "O sistema financeiro da Previdência, cumprido dignamente não permite déficit. (Prejuízo operacional. Mantida pelo recolhimento obrigatório de trabalhadores, empregadores e a União, demonstrei textualmente: "Déficit na Previdência,  só com roubalheira ou sonegação"

Insisti nisso, utilizando dados de 2 Ministros da Previdência, figuras acima de qualquer suspeita, e meus amicíssimos: Waldir Pires e Rafael de Almeida Magalhães. (Dois homens públicos que deviam ter chegado á presidência da Republica).

Minha tese da "sonegação" da contribuição, e ainda ressaltei: "O trabalhador é descontado compulsoriamente, o empresário sonega porque isso produz grandes lucros,  a União é caloteira por gosto, imprudência e incompetência.

Agora, alem de ter sido derrotadíssimo, o presidente usurpador, é desmontado e desmentido pela  CPI formada no Senado. Com um trabalho maravilhoso e conjugado, do presidente e do relator. Helio José (Brasília) e Paulo Paim, (RGS) a CPI honrou a verdade. E constatou e provou, que EMPRESARIOS (?) sonegaram 450 BILHÕES de reais.

PS- O presidente usurpador está na obrigação de vir a publico contestar  a CPI.

PS2- Ou então, reafirmar: "Estou sofrendo perseguição, por causa da minha REELEIÇÃO".

AS INDECISÕES DE RODRIGO MAIA

Já contei, com informação e comentário, a desistência do presidente da Câmara, da condição de presidenciável. Decisão acertada, não tinha nenhuma chance, ficaria 4 anos sem mandato. Compreendeu a tempo que seria suicídio político. Disputará a reeleição, com outros objetivos.

Por conta desse objetivo, não pode substituir Temer numa viagem deste. De agora até o fim do mandato. Se assumir, fica inelegível, impensável.

Mas fez consulta tola ao STF: "Eu posso ficar no Brasil e não assumir, ou tenho que sair do país?" O STF nem respondeu, a hierarquia da sucessão, é constitucional, federal e estadual. Assim que Temer viajar, Carmen Lucia assume. Por delicadeza, o presidente pode comunicar a ela que está viajando. 

O presidente do Supremo, Carmen Lucia, pode ficar apenas alguns dias, mas tem todos os poderes. Fernando Collor, presidente,viajou, passou o cargo ao vice Itamar Franco. Collor nem  tinha deixado o Planalto, Itamar assinava seu primeiro ato: demitia o ministro da Justiça, coronel Jarbas Passarinho.

Considerava absurdo um coronel ministro da Justiça, o cargo, eminentemente civil. Collor voltou, renomeou Passarinho. Nenhum dos dois exorbitou dos poderes.

PS- Na sucessão  do governador Lacerda, derrubada geral. Ele não  queria passar o cargo a Negrão de Lima, inimigo irreconciliável. Renunciou 12 dias  antes.
PS2- Passou o cargo ao vice, Rafael de Almeida Magalhães. Este também renunciou,  sobrou para o Presidente da Alerj, Eduardo Mendonça. Candidato á reeleição, renunciou.

 PS3 - Assumiu então o desembargador presidente do Tribunal de Justiça, Martinho Garcez Neto. Transferiu o cargo a Negrão, voltou para o tribunal, nenhum empecilho.

PS4 - Daqui até o  fim do ano, se Temer viajar, Maia e Eunicio viajam também, ou ficam inelegíveis.

A TRAGÉDIA  DA FALTA DE MORADIA, E A NOTÓRIA, IMPOPULARIDADE DO PRESIDENTE USURPADOR

O desastre de SP, como foi dito pelo próprio governador, foi "uma tragédia anunciada". Muitos querem colocar a culpa nos moradores ocasionais ou eventuais, na verdade as únicas vitimas. Antes da tragédia, por não ter onde morar, correr todos os riscos, ocupando prédios abandonados e sem a menor segurança.

Agora, alem de continuarem sem ter onde dormitar (em vez da morar), traumatizados pela tragédia. Sem falar que existem quase 50 desaparecidos, que sem duvida estarão mortos.

Agravando  a culpa de governadores e prefeitos, os grandes ausentes, omissos e incompetentes para resolver os problemas da comunidade. Problemas que começam  e se agravam com a falta de local para morar. .E não apenas em SP. 

Já foi vastamente publicado: no centro mesmo de SP, existem mais de 70 edifícios abandonados e ocupados. O ultimo prefeito da capital, o ausente, suntuoso e ambicioso João Doria, cumpriu (?) 16 meses de um mandato de 48, abandonou o cargo, sem tomar conhecimento do problema.

Passava diariamente ali, sem  providencias. Só pensa no Palácio dos Bandeirantes, acredita que será sua próxima residência.

Qualquer solução será dificultada pela falta de recursos e até de tempo, por causa da proximidade da eleição presidencial. Esse problema é restrito a SP, temos  que reconhecer que o presidente Temer, nesse caso, não tem a menor culpa, toda a responsabilidade é rigorosamente dos "administradores" locais. 

Mas Temer, que completará 2 anos  de governo no dia 22, não foi ás ruas  uma vez sequer. Circula entre palácios ou aeroportos, internos ou externos. Com medo do povo, é  impopularíssimo, ele sabe muito bem. Por isso se apresentou.

PS- Inesperadamente resolve se transformar em personagem da tragédia, comparecendo ao local, que era visivelmente explosivo. Lógico, queria se promover e se projetar. Não houve um só dos "amigos íntimos" para aconselhá-lo a não cometer essa insensatez.

PS2 - Cometeu, foi, mas durou poucos minutos. Hostilizado de todas as maneiras, vi na televisão: estava na iminência de ser agredido fisicamente. Foi salvo pelos seguranças, que o empurraram (é  a palavra) para dentro do carro, chutado pelo povo.

PS3 - Lamentável. Triste. Melancólico. Seria caso de impeachment, se ele tivesse sido eleito. 

MAIS UMA DECEPÇÃO OU FRACASSO DO STF

Gastaram o  dia todo, para não decidir coisa alguma sobre o tão criticado foro privilegiado. Só faltavam votar 3 ministros, 8 já haviam votado, CONTRA a permanência do privilegio. Botei o CONTRA em letra maiúscula, para chamar a atenção. Esses aprovavam não o fim  do privilegio, mas sim RESTRIÇÃO aos mais de 50 mil beneficiados.

 O relator, Dias Toffoli, falou por mais de l hora e meia. Apresentou uma lista impressionante de mais de  50 mil  beneficiados, até vereadores, ou personagens inteiramente desconhecidos.

Apesar disso, o relator votou por manter o privilegio, com restrição. Quer dizer: os que não tiverem tanto prestigio, irão para a vala comum.

Tivemos que aturar o dia todo, os apartes de Gilmar Mendes. Na Suprema Corte dos EUA, o juiz (ministro) que está votando, alem de ter o tempo fixado em 30 minutos (que é muito), não pode ser interrompido ou aparteado. Cada um diz o que quer, enquanto estiver votando. Alem do mais, Gilmar é intragável, pessoalmente ou no plenário. 

Depois de Lewandowski fazer 10 a zero, a presidente Carmen Lucia suspendeu a sessão. Termina amanhã,  quando também  terminarei a analise. 

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