EMPRESÁRIOS RICOS ESTRAÇALHAM A
PREVIDÊNCIA
HELIO FERNANDES
Quando
Temer usurpou a presidência, anunciou logo: "Minha prioridade é
acabar com o formidável déficit da Previdência". Anunciou varias vezes,
"sem a reforma da Previdência, o país não resistirá". Foi contestado
por mim, todas as vezes que insistia que essa reforma, além de
prioritária, era indispensável.
Desmontei
toda a retórica do Planalto. Mostrei, argumentei comentei, informei: "O sistema
financeiro da Previdência, cumprido dignamente não permite déficit. (Prejuízo operacional.
Mantida pelo recolhimento obrigatório de trabalhadores, empregadores e a União,
demonstrei textualmente: "Déficit na Previdência, só com roubalheira
ou sonegação"
Insisti
nisso, utilizando dados de 2 Ministros da Previdência, figuras acima de
qualquer suspeita, e meus amicíssimos: Waldir Pires e Rafael de Almeida
Magalhães. (Dois homens públicos que deviam ter chegado á presidência da
Republica).
Minha
tese da "sonegação" da contribuição, e ainda ressaltei: "O
trabalhador é descontado compulsoriamente, o empresário sonega porque isso
produz grandes lucros, a União é caloteira por gosto, imprudência e
incompetência.
Agora,
alem de ter sido derrotadíssimo, o presidente usurpador, é desmontado e
desmentido pela CPI formada no Senado. Com um trabalho maravilhoso e
conjugado, do presidente e do relator. Helio José (Brasília) e Paulo Paim,
(RGS) a CPI honrou a verdade. E constatou e provou, que EMPRESARIOS (?)
sonegaram 450 BILHÕES de reais.
PS- O
presidente usurpador está na obrigação de vir a publico contestar a CPI.
PS2- Ou
então, reafirmar: "Estou sofrendo perseguição, por causa da minha
REELEIÇÃO".
AS INDECISÕES DE RODRIGO MAIA
Já contei,
com informação e comentário, a desistência do presidente da Câmara, da condição
de presidenciável. Decisão acertada, não tinha nenhuma chance, ficaria 4 anos
sem mandato. Compreendeu a tempo que seria suicídio político. Disputará a
reeleição, com outros objetivos.
Por conta
desse objetivo, não pode substituir Temer numa viagem deste. De agora até o fim
do mandato. Se assumir, fica inelegível, impensável.
Mas fez
consulta tola ao STF: "Eu posso ficar no Brasil e não assumir, ou tenho
que sair do país?" O STF nem respondeu, a hierarquia da sucessão, é
constitucional, federal e estadual. Assim que Temer viajar, Carmen Lucia
assume. Por delicadeza, o presidente pode comunicar a ela que está
viajando.
O
presidente do Supremo, Carmen Lucia, pode ficar apenas alguns dias, mas tem
todos os poderes. Fernando Collor, presidente,viajou, passou o cargo ao vice
Itamar Franco. Collor nem tinha deixado o Planalto, Itamar assinava seu primeiro ato:
demitia o ministro da Justiça, coronel Jarbas Passarinho.
Considerava absurdo um coronel ministro da Justiça,
o cargo, eminentemente civil. Collor voltou, renomeou Passarinho. Nenhum dos
dois exorbitou dos poderes.
PS- Na sucessão do governador Lacerda,
derrubada geral. Ele não queria passar o cargo a Negrão de Lima, inimigo
irreconciliável. Renunciou 12 dias antes.
PS2- Passou o cargo ao vice, Rafael de Almeida
Magalhães. Este também renunciou, sobrou para o Presidente da Alerj,
Eduardo Mendonça. Candidato á reeleição, renunciou.
PS3 - Assumiu então o desembargador
presidente do Tribunal de Justiça, Martinho Garcez Neto. Transferiu o cargo a
Negrão, voltou para o tribunal, nenhum empecilho.
PS4 - Daqui até o fim do ano, se Temer viajar,
Maia e Eunicio viajam também, ou ficam inelegíveis.
A TRAGÉDIA DA FALTA DE MORADIA, E A NOTÓRIA, IMPOPULARIDADE
DO PRESIDENTE USURPADOR
O
desastre de SP, como foi dito pelo próprio governador, foi "uma tragédia
anunciada". Muitos querem colocar a culpa nos moradores ocasionais ou
eventuais, na verdade as únicas vitimas. Antes da tragédia, por não ter onde
morar, correr todos os riscos, ocupando prédios abandonados e sem a menor
segurança.
Agora,
alem de continuarem sem ter onde dormitar (em vez da morar), traumatizados pela
tragédia. Sem falar que existem quase 50 desaparecidos, que sem duvida estarão
mortos.
Agravando
a culpa de governadores e prefeitos, os grandes ausentes, omissos e
incompetentes para resolver os problemas da comunidade. Problemas que
começam e se agravam com a falta de local para morar. .E não apenas em
SP.
Já foi
vastamente publicado: no centro mesmo de SP, existem mais de 70 edifícios
abandonados e ocupados. O ultimo prefeito da capital, o ausente, suntuoso e
ambicioso João Doria, cumpriu (?) 16 meses de um mandato de 48, abandonou o
cargo, sem tomar conhecimento do problema.
Passava
diariamente ali, sem providencias. Só pensa no Palácio dos Bandeirantes,
acredita que será sua próxima residência.
Qualquer
solução será dificultada pela falta de recursos e até de tempo, por causa da
proximidade da eleição presidencial. Esse problema é restrito a SP, temos
que reconhecer que o presidente Temer, nesse caso, não tem a menor culpa, toda
a responsabilidade é rigorosamente dos "administradores"
locais.
Mas
Temer, que completará 2 anos de governo no dia 22, não foi ás ruas
uma vez sequer. Circula entre palácios ou aeroportos, internos ou externos. Com
medo do povo, é impopularíssimo, ele sabe muito bem. Por isso se
apresentou.
PS-
Inesperadamente resolve se transformar em personagem da tragédia, comparecendo
ao local, que era visivelmente explosivo. Lógico, queria se promover e se
projetar. Não houve um só dos "amigos íntimos" para aconselhá-lo a
não cometer essa insensatez.
PS2 -
Cometeu, foi, mas durou poucos minutos. Hostilizado de todas as maneiras, vi na
televisão: estava na iminência de ser agredido fisicamente. Foi salvo pelos
seguranças, que o empurraram (é a palavra) para dentro do carro, chutado
pelo povo.
PS3 - Lamentável.
Triste. Melancólico. Seria caso de impeachment, se ele tivesse sido
eleito.
MAIS UMA DECEPÇÃO OU FRACASSO DO STF
Gastaram
o dia todo, para não decidir coisa alguma sobre o tão criticado foro
privilegiado. Só faltavam votar 3 ministros, 8 já haviam votado, CONTRA a
permanência do privilegio. Botei o CONTRA em letra maiúscula, para chamar a
atenção. Esses aprovavam não o fim do privilegio, mas sim RESTRIÇÃO aos
mais de 50 mil beneficiados.
O
relator, Dias Toffoli, falou por mais de l hora e meia. Apresentou uma lista
impressionante de mais de 50 mil beneficiados, até vereadores, ou
personagens inteiramente desconhecidos.
Apesar
disso, o relator votou por manter o privilegio, com restrição. Quer dizer: os
que não tiverem tanto prestigio, irão para a vala comum.
Tivemos
que aturar o dia todo, os apartes de Gilmar Mendes. Na Suprema Corte dos EUA, o
juiz (ministro) que está votando, alem de ter o tempo fixado em 30 minutos (que
é muito), não pode ser interrompido ou aparteado. Cada um diz o que quer,
enquanto estiver votando. Alem do mais, Gilmar é intragável, pessoalmente ou no
plenário.
Depois de
Lewandowski fazer 10 a zero, a presidente Carmen Lucia suspendeu a sessão.
Termina amanhã, quando também terminarei a analise.
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