O STF DO BRASIL, E A SUPREMA CORTE DOS EUA
HELIO FERNANDES
A
comparação é vergonhosa para nós, mas obrigatória pela disparidade do
comportamento. Aqui, cada um faz o que quer, lá existe um regimento
interno claríssimo e cumprido sem restrição. Nos dois países, as Cortes se
identificam como "Guardião da Constituição".
Só que a
Corte americana julga no máximo 100 processos por ano, o STF julga (?) processos
que deveriam ser encerrados na primeira instancia ou num tribunal de bairro.
Para que
fique bem claro, nenhuma dificuldade de entendimento, citarei o problema, e
mostrarei como é tratado nas duas Cortes.
PAUTA -
Aqui, Carmen Lucia (e presidentes anteriores) não se cansa de dizer, "quem
organiza a pauta sou eu, e não abro mão desse poder". Lá, a pauta é
organizada por oficiais de justiça, seguindo rigorosamente a ordem de chegada
dos processos.
Já foi
incumbência dos juízes (lá não existem ministros, desembargadores estaduais e
federais), houve suspeita de favorecimento. Mudaram. Não que o oficial de
justiça seja mais honesto, é apenas mais vulnerável, pode ser punido, demitido,
até preso.
VOTO -
Cada juiz tem no máximo 30 minutos para desenvolver seu pensamento. Quando
completa 25, acende uma luz no seu lugar, ele sabe que tem que encerrar.
VISTA- Nem
pensar. Aqui, Gilmar Mendes ficou com um processo 14 meses, ia votar em 7 a 1
contra.Seu voto não mudaria a questão.O STF esperou. Toffolli ficou 6 meses com
o processo sobre foro privilegiado, nenhum protesto.
MAIORIA -
São 9 juízes, 4 conservadores, 4 liberais progressistas. Como é obvio, existe
muito empate. O presidente que fica no cargo sem RODIZIO, até morrer ou
resolver se aposentar é conservador, mas muito respeitado.
Quando
foi votada a questão altamente polemica do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, ficou naturalmente 4 a 4. O presidente conservador, levando em
consideração que 12 estados já haviam aprovado o casamento, desempatou a favor.
Foi aplaudido até pelos que eram contra.
TELEVISÃO
- Nem imaginar. O Brasil é o único país do mundo, com julgamentos
TELEVISADOS. (È assim que se escreve e não TELEVISIONADOS, como tantos falam ou
escrevem, equivocadamente).
DATA
VENIA- Existem divergências, até mesmo entre juízes do mesmo grupo,
conservadores e liberais.Mas procuram se conter, não chegar ao ponto de não
poderem se cumprimentar.
COMPORTAMENTO
DISCRETO - È impossível ver ou ler juízes da Corte Suprema de lá, antecipar
seus votos, publicamente.
Ideologicamente,
todos são definidos.
PS- Essa
comparação comprova a falta de credibilidade do STF. E agora esse
"julgamento" torpe das Turmas.
PS2-
Ontem, quase á mesma hora em que Aécio era derrotado numa Turma, o ex-senador
Demostenes Torres era glorificado na outra. Cassado e inelegível até 2027, por
promiscuidade com a bandidagem, foi absolvido, e já disputará eleição
este ano.
PS3 -
Essa decisão ultrajante, terá influencia na Lei da ficha limpa.
ALCKMIN EM QUEDA, TENTAM EMPURRAR BARBOSA, MAS QUEM CRESCE É
MARINA
O
ex-governador de SP vinha em queda, registrei. Agora, a demolição de Aécio,
atingiu duramente "seu" candidato. Não era o nome ideal ou
eleitoralmente confiável, mas insistiram. Motivo: é de SP, o maior eleitorado
do país. Mas é depreciativamente do PSDB.
Um grupo
sem identidade, credibilidade ou prestigio, resolveu lançar o ministro do
mensalão, Joaquim Barbosa. Já contei o seu passado de carreirista, sem nenhuma
credencial. Em 2008, depois do mensalão, publiquei a primeira pagina da Tribuna
sobre ele. Com duas fotografias.
Se
destacou no mensalão, pelo fato de aplicar condenações altíssimas, a
personagens insignificantes. (José Dirceu e Roberto Jefferson, foram
cassados porque travaram uma tremenda e mortal guerra entre eles, que só podia
terminar com a cassação, Barbosa nada a ver com isso).
Quem está
subindo de verdade, é Dona Marina. Candidata em 2010, teve 20 milhões de votos.
Em 2014, segunda candidatura, 19 milhões. Dela e não de qualquer partido. Só
muito depois, criaria seu próprio partido Rede. Além de já ter sido Ministra e
Senadora, não passa nem perto de qualquer acusação, seja da Lava Jato ou até
mesmo por crime eleitoral como fazem quase todos os outros.
PS- O
eleitor brasileiro é incerto, inseguro e até contraditório. Essas 3 palavras
definem perfeitamente o ex-prefeito João Doria.
PS2-
Começou a carreira como prefeito eleito pelos votos do Governador Alckmin. Logo
na posse, se revelou. Textual: "Não sou político, sou gestor, e não
disputarei a reeleição".
PS3-
Passou todo o tempo em que ficou na Prefeitura, tentando se afirmar como
presidenciável. Não conseguiu. Deixou a Prefeitura repudiado totalmente. É
candidato a Governador do Estado. Curiosa e contraditoriamente, está liderando
as pesquisas.
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