IV - EXCLUSIVO - STF
PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA
NÃO FOI
ROSA WEBER QUE GARANTIU O 6 A 5, E SIM LUIZ ROBERTO BARROSO QUE FIXOU O 5 A 6,
DERROTANDO LULA, E CRIANDO UM VENDAVAL DE INTERPRETAÇÂO ERRADA
HELIO FERNANDES
No
julgamento da quarta que terminou já na madrugada desta quinta, escrevi o dia
todo. Comecei ás 9 da manhã, fui antecedendo o que aconteceria, até ir dormir á
meia noite, com o resultado antecipado e mais do que confirmado por
mim.Só faltavam votar Celso de Mello e Carmen Lucia, 2 votos mais do que certos
e garantidos, um para cada lado, confirmando o 6 a 5.
Agora, na
manhã desta quinta não retomo o exame, continuo as informações e os comentários,
na mesma linha em que deixei no inicio da madrugada. Bem cedo abro O Globo e a
Folha, constato estarrecido, que são rigorosamente iguais, na diagramação, na
informação, na interpretação, e até na foto que escolheram para
ornamentar a primeira.
Tudo o
que aconteceu de verdadeiro, está no sumario que coloquei como titulo desta
matéria. Exatamente o contrario nos dois jornais. Manchete de duas linhas,
palavras quase iguais. O Globo usou 10 palavras, a Folha, 11. A foto de Rosa
Weber, quase a mesma, um destaque sem razão de ser, pois não foi o seu voto que
decidiu o julgamento, e também já era mais do que conhecido.
Na sessão
preliminar da ultima semana, (que não valia nada), Rosa Weber declarou que
estava em conflito com ela mesma, mas já se decidira. Ela merece a homenagem,
até eu elogiei seu voto. Solido, mas já conhecido.
Quem
definiu e decidiu o placar, foi o ministro Luiz Roberto Barroso. Seu voto
surpreendente a favor da prisão em segunda instancia, fixou o 5 a 6 contra o
Lula. Se ele tivesse votado como se esperava, o resultado teria terminado em 6
a 5, pela prisão depois da questão ter transitado em julgado. E a vitoria do HC
de Lula.
Barroso
decidiu votar pela prisão imediata, depois de Gilmar Mendes ter oficializado na
televisão, seu voto a favor de Lula. Aí, Barroso se decidiu, não
poderia votar na mesma linha do inimigo. Ontem, ás 14 horas, eu comentava: "Os
ministros não estão votando por convicção e sim por hostilidade". E
acrescentava: "O ministro A vota de um modo, o Ministro B, de outro".
No caso, Gilmar foi o A, Barroso o B.
Barroso
fez um malabarismo de 1 hora e 9 minutos, divide em 4 definições. E copiou
descontraidamente, frases e mais frases do Procurador chefe da Lava-Jato.
Este insistiu sempre, "corrupção, mata pessoas". O que é
verdade, mas passou a ser o carro chefe de Barroso.
Muitas
incongruências, que palavra. A começar pela presidente do STF. Depois do voto
do ministro Barroso, decidiu não interromper mais a sessão, queria saborear a
vitoria mesmo na madrugada. Declarou seu voto na televisão: "Haja o que
houver, votarei pela prisão imediata".
Meia
noite em ponto, o advogado Batochio fez um apelo a Carmen Lucia: "Presidente,
não vote". Isso ela não podia atender, estava presente, era a sua vez de
votar. Podia até mudar o voto, mas não deixar de votar.
PS- Haja
o que houver nada terminou. As conseqüências estão aí e precisam ser
interpretadas.
PS2- Mas
com muitas saídas e nenhuma solução correta.
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