Temer: critica
restrição, gozação, humilhação.
10.12.15
HELIO FERNANDES
A
perplexidade é total e absoluta, nos dois lados, os que são contra ou a favor
do impeachment. Pois é da derrubada da presidente que se trata. 60 anos
depois da carta grandeza de Vargas, surge à carta menor e sem substancia de
Michel Temer. Vargas era presidente, abriu mão do cargo e da própria vida,
no que ele mesmo chamou de testamento.
A carta
de Temer, surpreendente, reivindica uma herança que não lhe pertence, e que
ainda não está á disposição de ninguém, pois o bem a ser herdado, a presidência
da Republica, tem dono (a) vivo, tentam assassina-lo. Temer tomou a iniciativa,
enviou a carta exatamente enquanto a Câmara votava a formação da Comissão que
examinaria, apenas examinaria o impeachment.
Tudo planejado e antecipado
Na manhã
de terça até mesmo na madrugada de segunda, em São Paulo, Temer sussurrou a respeito
do "protagonismo que assumirei". Não levaram a serio o vice na
tentativa de promoção, ele foi para o hotel, no dia seguinte a carta estava com
a destinatária. Publicada a carta, Temer protestou que era confidencial. Como
só existiam duas fontes, procurei dois jornalistas tidos e havidos como tendo
grande relacionamento com o Planalto e Jaburu. Até agora não sei quem fez a revelação,
não iria perguntar nem eles responderem.
Mas existem
duvidas e indagações se a fonte não foi o próprio Temer. Quem escreve uma carta
como aquela, deve se considerar genial e querer tudo publicado. Suspeita também,
do vazamento ter acontecido no Planalto. Alguém percebeu o estrago que
causaria (e causou) na imagem já deteriorada do vice, e soltou.
A intervenção (correta) do Ministro Fale
Ontem não
houve votação por causa da decisão do Ministro, que interrompeu todos os
trabalhos sobre o impeachment, até quarta feira. Como faltavam votar 22
titulares e 46 suplentes que esperavam o voto aberto, (como ele determinou no
julgamento do senador Delcídio no Senado) esses só votarão semana que vem.
Facchin poderia ter anulado a votação total. Como era um voto monocrático, e em
respeito aos colegas, recorreu para o plenário, que pode ratificar a decisão do
Ministro ou modifica-la, transformando toda a votação em secreta.
A sessão vergonhosa, jamais vista.
Não houve
vitoria na terça feira, como alguns proclamaram de forma retumbante. O deputado
que como secretario foi acusado de ser responsável pela morte de muitos
moradores de Santa Tereza (bairro que ficou sem bondes por mais de 2 anos)
abriu os braços e gritou: "Estou orgulhoso de ter participado, votado e
conquistado esta grande vitoria".
Não houve
vitoria, porque nada se decidia. Os "defensores" do impeachment,
mesmo contando os 272 votos da chapa paralela, ainda precisam de outros 70 numa
votação decisiva dentro de um tempo ainda não estabelecido. Os que lutam contra
o impeachment, tiveram 199 apoios, com l72 derrotam os admiradores do caos, da
desordem, da não democracia.
Dois esclarecimentos importantes
Estão
"falastrando" errado e esclarecendo ainda pior. Para aprovar o impeachment,
são indispensáveis 342 votos. Se tiverem 341, estarão derrotados, não importa o
total dos que lutam contra. Outra diferença entre o impeachment de agora
e o de l992, é fundamental, precisa ser divulgada com a maior intensidade. Derrotado
Collor, assumiu Itamar, praticamente por 2 anos, não havia reeleição.
Itamar
então jogou tudo na eleição de FHC, achavam que perderiam para o Lula,
reduziram o mandato presidencial de 5 para 4 anos. Agora, se derrubarem Dona
Dilma, Temer assume o mandato pelo tempo que faltar, entre 2 e 3 anos, e ainda
tem a oportunidade de mais 4 anos, sem deixar o Planalto, o Alvorada, e ainda
colocando um apaniguado no Jaburu. Os que o apoiam na aventura de agora,
pensando em 218, lembrem que Temer tem um calendário anotado até 2023, quando
termina o segundo mandato.
Em matéria
de ambição, Temer não pode ser desprezado ou descuidado. Foi presidente da Câmara
sendo suplente de deputado. “Renan ajudou a posse dele, agora é o primeiro a
dizer publicamente: “Temer não fala pelo PMDB, fez apenas um desabafo
pessoal”“.
Ascensão e queda fulminante
Seu nome,
Leonardo Picciani .Muito moço, foi feito presidente da Comissão de Constituição
e Justiça. (Nessa Comissão da Câmara conheci Milton Campos, Afonso Arinos,
Capanema, Djalma Marinho). Terminado o tempo, Eduardo Cunha, num acordo com o
pai, colocou-o como líder do PMDB, já virtual candidato a presidente da própria
Câmara. Para isso, afirmou: "Deixo uma eleição para prefeito do Rio".
Substituído por Leonardo Quintão, que recusou um ministério oferecido por Dona
Dilma.
A vergonha da Comissão SEM ética
È inacreditável,
foi à quinta vez que não decidiram nada, Eduardo Cunha, de longe,
dirige,coordena , comanda tudo. Ontem a baixaria foi monumental. O vice
presidente da mesa , sentado ao lado de Cunha ,mandou oficio ao
presidente da Comissão que tenta julgar Cunha, determinando que
"demitisse o relator que estava eleito, e nomeasse outro".
Assim foi feito na hora. Um dos mais assíduos defensores de Cunha, (da Paraíba)
pediu a palavra falou: "Presidente o novo relator tem que sair de uma
lista TRÍPLICE DE TRÊS”.
...........................................................................................................................................................
Nossos leitores podem fazer comentários
e se comunicar com os colunistas,
Jornalista
Helio
No dia 10
de dezembro o mundo comemora o Dia Internaciobnal dos Direitos Humanos. No
Brasil é constantemente violado, seja na política, submentendo a população ao
sacrificio de muitos para poucos privilegiados (discriminação). No trabalho, a exploração
de mão de obra (patrão versus empregado). Trabalho escravo, mão de obra
explorada. E a homofobia latente, que é uma mistura de ironia e falso pudor,
quando a própria constituição fala em “livre arbítrio”. Comemorar??? Quando puder fale sobre isso.
Sayonara
Mattos – Coletivo descontentes de tudo.
Helio,
Saudações
Sou
leitor do seu blog, e fico feliz em saber que existe uma remota, mas existe de
fato a volta da Tribuna no formato eletrônico. Foi isso que li, e entendi. Confirme por favor!
Saulo
Rinaldi Pereira – Rio
Nenhum comentário:
Postar um comentário