Titular: Helio Fernandes

sábado, 5 de dezembro de 2015

Impeachment: chantagem, baixaria e corrupção de Eduardo Cunha

05.12.15
HELIO FERNANDES

Jair V. Santos, obrigado pelo teu pedido de esclarecimento. Fico satisfeito com todo e qualquer debate, e é exatamente isso que você estabeleceu. Por que minha analise e conclusão deve ser única, sem poder ser contestada? Feitos os elogios e o reconhecimento, entremos no assunto.

Muita gente, pelas mais diversas formas, até pessoalmente, estranha que eu seja contra  o impeachment, mas critique duramente a presidente. Duas convicções do repórter, não posso abandona-las, embora aparentemente se conflitem.

O impeachment deveria ser objetivo, direto, e não indireto, subjetivo, sujeito á interpretação de um corrupto como Cunha. E submetido á disposição circunstancial de um grupo sem ética ou que não acredita mais nela. 

Quando Cunha, para tentar salvar seu mandato, mandou o impeachment para o plenário, ao lado dele, abraçando-o, deputados que deveriam ficar envergonhados, E outros, se julgando mais importantes, comemoravam escondidos. Entre esses, mais eufóricos por se julgar desde então como vitorioso, o vice Michel Temer.

Na historia do Brasil, os vices estiveram sempre, mesmo indiretos, contra os presidentes. O Marechal Floriano, vice de Deodoro, derrubou-o, ficou no cargo, não cumpriu nem a Constituição. 

Outros, vários, muitos, tentam seguir o mesmo roteiro, chegar ao poder sem voto, sem povo, sem urna, mas garantindo sem o menor constrangimento: "Estamos fazendo o que as ruas exigem". Mentem como sempre, não têm nem a coragem do grande jornalista do passado, J.E. de Macedo Soares.

Se existisse impeachment por incompetência, imprudência, omissão, votaria na saída de Dona Dilma, mas na atual circunstancia, na "falta de homens e ideias”, o cargo ficaria vago.

Só para mostrar como a luta será suja, traiçoeira, sem a menor respeitabilidade, dois fatos indecentes e quase inacreditáveis. 1-O governo quer que não haja o recesso parlamentar, que começa no dia 22. Assim a questão seria votada mais rapidamente, o país não ficaria parado meses e meses. 

Os que defendem o impeachment, já disseram não, se articulam para votar que em 2015, não haverá recesso. Mais claro é impossível.  Estão contra ela e contra o país.
2- O Ministro Elizeu Padilha, Ministro da Aviação Civil, é o mais intimo e o mais assíduo interlocutor do Vice Michel Temer. Assim que o corrupto Eduardo Cunha, (também do partido e do grupo de Temer) mandou o projeto para o plenário, o Ministro pediu demissão. Por carta, foi o conselho. 

De qualquer maneira, haja o que houver dois números não simbólicos e sim definitivos para derrubar a presidente. 342 na Câmara para começar o julgamento no Senado, sem ela no cargo. E 54 votos nesse ultimo caso, para condena-La. 
E entregar a presidência a Temer, como ele gosta e como aconteceu em toda a sua vida: sem eleição. Só que agora, é a mais alta representatividade do país.

Se isso acontecer, estaremos voltando aos tempos da Republica velha. Com velhos sonegadores da credibilidade, da lealdade, da respeitabilidade, do tão desacreditado no Brasil, regime democrático.  
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