Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

 Obama tenta dar adeus às armas.

09.12.15
HELIO FERNANDES

Foi um discurso importante, altamente necessário, mas que deveria ser acompanhado por medidas efetivas, o que não acontecerá. O presidente dos EUA tem 1 ano e quase 2 meses para derrotar o terrorismo. Como o Estado Islâmico vem intranquilizando o  mundo, cada vez mais armado e  poderoso, Obama considerou, junto com outros lideres , que é preciso restringir a fabricação, a compra e venda de armas, principalmente as de guerra. Seu objetivo é o de impedir que o Estado Islâmico reforce o seu já imponente arsenal.

 Quer também identificar quem está vendendo e faturando bilhões de dólares ou de euros. Não ha no mundo inteiro empresa mais importante em matéria de lucros do que a de armamento. Basta citar a ultima frase do general Eisenhower, ao terminar os seus 8 anos do governo dos EUA: "Agora eu sei por que o complexo industrial militar domina o mundo”.

A Câmara envergonha o Brasil

Não pode haver dignidade, honra, moral, credibilidade, numa sessão presidida pelo corrupto Eduardo Cunha. Raros escaparam, muitos, quase todos brigaram, a palavra certa, é, se engalfinharam, ou se ofenderam, se humilharam.  E não houve fim. Precisava ser eleita a Comissão que fará analise inicial do processo de impeachment. São 65 titulares e 65 suplentes, portanto, 130. A sessão foi interrompida, ficaram para serem eleitos hoje, 22 efetivos e 46 suplentes. Quer dizer, 68, só estão garantidos ainda, 62 deputados. 

A votação não terminou, por um motivo: parte da Câmara queria voto aberto, parte secreta. Eduardo Cunha decidiu: “Será secreta.” Hoje o Supremo responderá, praticamente certo que fará como fez com o Senado no julgamento do senador Delcídio. PT, PC do B, PDT e muitos partidos só votarão aberto, repudiam que se esconda o voto.

O clima degradante, desprezível, deprimente do impeachment.

È evidente que o impedimento de um Presidente está na Constituição. Mas é ato importante demais para ser tratado por politiqueiros sem categoria, que só tentam cuidar dos seus interesses pessoais e de suas ambições políticas nada democráticas.
È vergonhoso e acintoso assistir o corrupto Eduardo Cunha, comandando uma das ações mais responsáveis que é remover o presidente eleito numa democracia.  È inacreditável para qualquer um, assistir as caminhadas e decisões desse personagem.

Um dos juristas que condenaram o impeachment, publicamente condenou também o presidente da Câmara: "Um processo dessa importância não pode ter á frente, um corrupto acusado de diversos crimes, que surgem com provas irrefutáveis".

Cunha não respondeu, não tinha argumentos ou tempo, precisava tomar providencias para impedir a comissão de Ética de se reunir para julga-lo e condena-lo, já existe mais do que o numero necessário ou indispensável. Conseguiu, claro.

O choroso, lamentoso e lamentável vice-presidente.

Demorou para vir de São Paulo, informou que chegaria segunda, um aparato de noticia como se viesse da China ou do Japão. Chegou, mas quase no dia seguinte, já eram 23 horas. Cheio de razoes ou explicações. Enquanto Dona Dilma se humilhava com tantos elogios e reverencias, o vice redigia carta na qual se queixava do isolamento palaciano e presidencial.

Isso depois de pelo menos 4 anos em que coordenou o que mais gosta de fazer: comandar o troca-troca, acumulando milhas falsas para o governo, verdadeiras para ele. O vice não rouba, isso examinado do ponto de vista financeiro. Mas a carta é um prodígio de comunicação, dependendo de como Dona Dilma tenha disposição para examina-la. Se nada der certo agora, quem sabe não aparece (ou reaparece) como marqueteiro em 2018?

O tom da carta é dúbio, mistura idiossincrasia, hipocrisia, para terminar numa tentativa mais parecida com ficção. “Nada rebuscada, quase rabiscada, recorre ao lugar comum: "Fui um vice-decorativo". Todos foram, recorreram á conspiração de bastidores ou á lealdade fortuita e circunstancial de solenidades, quando só o presidente aparecia.

Temer fixou o tempo de ostracismo como vice em 4 anos. Nenhum vice se destacou a não ser quando substituía o efetivo. O país só teve a farsa da eleição indireta, com todos "escolhidos" nos subterrâneos do único partido.  56 anos depois da Republica, gozadoramente chamado de Republicano, foi eleito o marechal Dutra, 8 anos Ministro da Guerra da ditadura.

Se conhecesse Historia, Temer não precisaria alinhar tantos itens e queixas para revelar em publico, seu lamento por não ter sido tratado com mais consideração. Dominou inteiramente o que o governo tinha e tem de mais importante, o troca-troca, a função, exercendo naquele quilométrico e fantástico palacete, no qual o "presidente" Figueiredo adorava andar a cavalo.

O que Temer pretendia e Dona Dilma não entendeu ser Ministro dos Portos? Revoltado, apelou para a carta publica, e não para a destinatária exclusiva, como seria o correto para um vice mesmo contrariado. Mas escapar ou fugir do ostracismo é tudo que motiva um vice contrariado, mesmo deixando claro, que a desavença é apenas epistolar.

Sem hostilidade ou animosidade, numa analise isenta e insuspeita, mas rigorosamente verdadeira. Temer jogou numa roleta que não tem preto, só vermelho. Se der vermelho-impeachment, ele será presidente.  Dando vermelho-sem-impeachment, ninguém se lembrará mais do que aconteceu, o país tem enorme vocação para a "reunificação".
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