SEM O
GOLPE DE 64, JK, BRIZOLA E LACERDA SERIAM PRESIDENCIÁVEIS EM 65.
HELIO FERNANDES
Publicada em 30.06.15
Resposta.
Celina
Policarpo quer saber se Carlos Lacerda seria presidente. É difícil responder
depois de 38 anos da sua morte, principalmente por causa deste enigmático
SERIA. Uma coisa é certa porque já era realidade há 51 anos. (1964). Ele e
Juscelino seriam candidatos a presidente em outubro de 1965, se não tivesse
havido o golpe.
Juscelino
passou o governo a Janio em 1960, e na transmissão, oficialmente lançou sua
candidatura para dentro de cinco anos. Só o ciclo democrático desta República
cheia de interrupções e sem eleições, o “trafego peralta”, já tramava com
militares golpistas e ambiciosos, a denuncia para voltar com “plenos poderes”.
Carlos
Lacerda era candidatissimo, podia não ganhar (eis uma parte da resposta para a
tua pergunta), mas já estava lançado, tinha um partido, a UDN, que também
queria que fosse candidato.
Os
governadores dos maiores estados eram candidatos, (Lacerda, Ademar de Barros, Magalhães
Pinto, Mauro Borges, Ney Braga, Brizola) e mais Juscelino, possivelmente
concorreriam. Com a posse de João Goulart, que começo logo a conspirar surgiram
os militares. E deu no que deu, 21 anos perdidos, e até hoje não recuperados, e
um futuro cada vez mais incerto e duvidoso.
.
Liomar
Nascimento perde tempo com uma pergunta desnecessária, quer saber se sou de
esquerda, centro ou de direita. Vou completar 94 anos, já fiz 80 de jornalismo.
Digamos que tenha levado 10 anos de formação, com 254 anos para a Revista “O
Cruzeiro”, a cobertura da constituinte que promulgou a bela Constituição de 1946.
Foi
histórica para o Brasil e para a minha carreira. A partir daí dirigi jornais e
revistas, inovei, atuante, participante, beligerante cassado em 1966 quando era
candidato a deputado pelo MDB da oposição à ditadura.
Com a
volta da suposta democracia, em 1980, Brizola me convidou para candidato a senador,
ele governador. Logo depois, Tancredo Neves, candidato a governador de Minas, também me convidou para senador, aceitei. No
lançamento da minha entrada no seu partido, afirmou e informou com aquele
vozeirão: “Estamos incorporando ao partido o jornalista Hélio Fernandes,
candidato a senador e o maior oposicionista que o Brasil já conheceu”.
Logo
depois Figueiredo extinguia os partidos, o quadro mudou completamente.
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