Dilma troca o imobilismo pelo
retrocesso
02.12.15
HELIO FERNANDES
Aproveitou
o espaço cedido a ela mas não conseguiu alça-lo á condição universal,digno da atenção
de 150 chefes de Estado. Falo da catástrofe de Mariana, quando a Samarco (e a
Vale) transformou terras e cidades habitadas em lamaçal indescritível e inabitável.
Ela pensou que sendo sumaria, seria elogiada, ouvida e compreendida. Foi breve,
identificou o fato como irresponsável, os poucos que ouviram, ficaram
assombrados, fizeram a pergunta sem resposta: "Como isso pode ter
acontecido?”.
Como
estava levando para o cenário externo um dos mais execráveis problemas internos,
sentiu saudades de casa, cancelou a viagem ao Japão e Vietnã, voltou imediatamente,
alegando problemas de economia, cortes no orçamento.
Precisa
cortar gastos no total de 120 bilhões, nada melhor do que economizar 2 dias de viagem.
Deixou tudo para a ultima hora, chegou no dia 1 de dezembro ,não sabe nem
com quem conversar.
Arriscado
a presidente usar a palavra irresponsável, nesse trauma,drama e tragédia que
emocionou,comoveu e assombrou o país de ponta a ponta. A palavra poderia ser
usada para identificar sua ação e atuação em tudo o que aconteceu nas terras da
Samarco-Rio Doce. Desde sempre, falta de fiscalização. Depois do lamaçal quilométrico,
desinteresse, desatenção , visita pelo alto, num helicóptero, 6 dias
depois de tudo ter acontecido. Multou simbolicamente a empresa em 250 milhões,
queria ficar com o dinheiro, revolta e protestos de toda a população abandonada,
desabrigada, sem saber como sobreviver.
O
Ministério Publica Estadual entrou em ação, intimou a Samarco, fizeram acordo inicial,
a Samarco entraria imediatamente com 1 bilhão para as indenizações pessoais e
continuaria a pagar o necessário para a repecuraçao, estimada pelo menos num
tempo não menor de 10 anos.
Falaram
num Fundo financeiro de empresas particulares. Samarco e Vale,
concordaram. Mas no bilhão inicial, pediram para depositar em duas vezes.
Só que sumiram com o dinheiro, que até agora não apareceu. E Dona Dilma só pensa
(?) em cortes para refazer o orçamento que ela mesma destruiu e desequilibrou, gastando
de forma imprudente e incompetente, muito mais do que arrecadava.
As ações
da Vale, que já estiveram a 58 reais, fecharam ontem na casa de três
reais.
E
obrigada a reduzir despesas, não teve duvida: determinou que a eleição de 2016,
volte a ocorrer com cédulas de papel, abandonando a urna eletrônica, uma
conquista do Brasil. Antes dela, lógico, que tem a vocação e a paixão pelo
retrocesso.
Assassinato policial
Revoltante,
monstruoso, abominável, indefensável, a morte desses cinco jovens, no bairro
ferroviário de Costa Barros, (Onde nasceu e morou o Ronaldo Fenômeno). Ale do
assassinato, a farsa habitual: “Fomos recebidos á bala, reagimos
obrigatoriamente". Depois forjaram tudo, covardemente, para jogar a culpa
nos mortos. Um deles, 20 anos, acabou de se formar em contabilidade, outro, 16,
ia mostrar a mãe o primeiro salário. Como explicar a elas o que
aconteceu?
O
comandante do batalhão foi demitido, os assassinos estão no centro
prisional, exclusivo para criminosos da PM. Como é publico e notório, levam
vida confortável com todos os privilégios. Está cada vez mais difícil viver no
Rio, qualquer que seja o local.
A inútil CPI do BNDES
Antes da
mudança da capital, todas eram importantes, deputados e senadores
"brigavam" para fazer parte, relator ou presidente, nem se fala. Agora,
em Brasília ,
no reino
da mordomia, da corrupção e da impunidade, pelo menos até chegar o fim da
Lava-jato, as CPIs começam e já se sabe como terminarão. Nem a CPI da
Petrobras, com tudo o que se sabia, "apurou" alguma coisa. O
relacionamento entre membros da CPI e os empreiteiros criminosos era intimo
demais.
Agora, depondo
inicialmente, o presidente do órgão a ser investigado, economista Luciano Coutinho,
montou um roteiro que em Hollywood valeria uma fabula. Só que ficou longe dos
fatos, que eram inteiramente do conhecimento do ex-presidente Lula. O
pecuarista Dumlai, mais conhecido como "amigo do Lula", quando era
presidente, ganhou Habeas Corpus para não falar o que sabe. Para ele vale o
ditado popular: ”O silencio é de ouro”. Lula também acha.
Bumlai não
falou mas a reunião continuou com o que já se viu mas não se ouviu, a
"palavra" de ordem era não falar. Mas continuavam perguntando.
A reunião
da Comissão de Ética marcada para as l4 horas, durante quase duas horas.
Balburdia completa e total falta de Trepica. Um deputado que defendia Eduardo
Cunha, disse para outro com posição contraria: "V.Excelencia é um
mentiroso".
Nenhum protesto.
“Mas a seguir, outro “eduardista”, retumbou, "o senhor não merece nem
honra o mandato". O protesto veio por ter sido chamado de
"senhor". O clima não melhorou, até que o presidente ás l6 horas em
ponto chamou o primeiro orador, pró Eduardo Cunha, tem mandato popular, todos são
a favor dele, estão em todo lado. Não é verdade, mas parece.
Sessão
cansativa, monótona, estranha, extravagante, longa e insuportável, mas não surpreendente.
Ha l5 dias escrevi aqui que o resultado seria de 11 a 10, para um lado ou para
o outro,não tinha a menor importância, de qualquer maneira quem decidiria seria
o plenário. Pelo encaminhar da votação, muito antes de votarem, (se votarem)
acertarei na diferença de votos, mas corro o risco de errar o resto da análise.
Neste momento, existe a impressão de que as coisas cainham no sentido de uma coalizão
e não de colisão.
O
primeiro a falar foi o advogado de defesa, que naturalmente defendeu, sem
entusiasmo, dava a impressão de que sabia que não precisava. A seguir, o
relator, que seguiu a linha da defesa, fazendo um tratado sobre o
obvio,concluindo: “Se esta Comissão decidir que o Presidente da Câmara, o
terceiro homem na linha da sucessão, é inocente ou se a conclusão for à de culpado,
isso será o que esta Comissão aprovará.” E deu o chute final na insolvência
mental: "Aprendi a não prejulgar". E se despediu com o quarto
data-venia da noite, parecia um magistrado não foi nem um simples relator.
Às 19
horas o deputado Onix Lorenzini em constrangimento, afirma: "Estão
tramando alguma coisa, que precisa ser denunciada". “Começa falar Chico
Alencar, seu voto e sua vida publicam são conhecidos e reconhecidos, afirma
logo na primeira frase: “Nesta sessão preliminar”, e continua de forma
admirável”. Este repórter a quilômetros de distancia antecipou que a sessão da
terça feira, não seria definitiva. Com Eduardo Cunha como personagem, a opinião
publica só aceita uma finalização: ele fora da vida publica. Isso acontecerá,
mas ainda falta tempo. Se o PT, PSDB e PMDB (fora os outros) cumprissem seus
deveres e os compromissos assumidos, Cunha não seriam mais presidente nem
deputado.
1-
Finalmente resolvem explodir a ética, precisamente na Comissão que tem por
dever e honra, preservar a grandeza da palavra. E apresentam um voto em
separado, uma afronta a Comissão, á Câmara, aos Três Poderes, a todo o povo
brasileiro.
2-
Eduardo Cunha reconheceria a ADMISSIBILIDADE, (palavra chave do processo) e
seria punido (?) com uma advertência por escrito, sem afastamento do cargo ou cassação
do mandato.
3- Levando
a ignomínia ao ponto mais alto da subserviência, a ação se encerraria na própria
Comissão, sem qualquer recurso ao plenário.
4- Lembro
da primeira vez foi Bernard Shaw, foi a Nova Iorque, levado por
amigos para visitar a Estatua da Liberdade. Perguntado o achara, respondeu: "Meu
gosto pela ironia não vai tão longe". Eduardo Cunha e o voto separado e
antecipado, não merecem a mesma consideração.
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