24 horas inesquecíveis
e inesperadas.
16.12.15
HELIO
FERNANDES
Se cada
um falar 1 hora, terça, ontem, ficará marcada para sempre, como gosta de dizer
um ex-presidente da Republica, nunca jamais se viu algo parecido. Acordei ás 6
da manhã, como habitualmente, ligeiramente depois das 7, começam a se comunicar
comigo, ligo a televisão, fico assombrado. Depois da prisão do senador Delcídio,
a determinação do Ministro Zavascki, insuperável.
Vou para
o computador, escrevo o que vejo e o que recebo de informe e informações,
coloco no Blog, deixando bem claro que estava mudando todo o panorama visto da
ponte da política, melhor, da politicalha.
A
primeira mudança, na Comissão da falta de ética: tentaram de todas as maneiras
adiar mais uma vez a votação que só tinha uma palavra para ser aceita ou
recusada: admissibilidade. Depois de 3 horas de pedido de mais adiamento, votação:
11 a 9 pela abertura do processo, agora começa o julgamento.
Cunha
retomara o palácio oficial e monumental, assistia a votação com amigos,
afirmou, “minha vida segue o normal, não fui atingido".
Dia do Ministério Público.
Estava
marcada para ontem, na Câmara, presidida por Eduardo Cunha, essa justíssima
consagração. Houve mas Cunha e Janot não compareceram. O Procurador mandou
mensagem, tirei este trecho, textual: "Tenho que responder sempre, até
onde vai à lava jato. Não escondo, até onde for ou continuar indo a audácia da
corrupção".
O PMDB perdido, aturdido e surpreendido,
Logo que
explodiram os acontecimentos, três reuniões que duraram o dia todo, entraram
pela noite, representando os três grupos que dominam ou pretendem dominar o
partido: Temer, Renan, o próprio Eduardo Cunha, alvo principal mas não único,
de toda a rumorosa mas aplaudida operação.
Temer e
Renan não fizeram analise, não são bons nisso. De instantes a instantes, todos
se perguntavam, como se falassem com todos ou com eles mesmos. O presidente do
Senado mostrava satisfação quando soube que seu nome estava na lista de busca e
apreensão, foi retirado pelo Ministro Zavascki. Mas voltava o desespero
lembrando a intervenção na sede do PMDB de Alagoas, (por quê?) e o aparecimento
do nome do ex-senador do Ceará, ha 7 anos representando Renan, na importante
Transpetro, a maior subsidiaria da Petrobras.
O vice,
contrariado por ter sido atingido, não tinha paciência ou complacência para
passar recibo. Como sua casa monumental ficou lotada o tempo todo, perguntava
quase num sussurro: "Como estão Renan e Cunha?". Não era preocupação,
e sim comparação, e a vontade de saber ou perceber se estavam com mais poder do
que ele dentro do partido.
A coletiva de Eduardo Cunha.
Não
parecia que era com ele. Calmo, foi falando, não esperava perguntas. "O
país todo acordou com estranheza , não havia explicação".Como surgiram rumores
de que deixaria a presidência para se manter como deputado (Renan, 2007)
respondeu com veemência:"Não renunciarei, continuarei minha luta pela
democracia".Era meia verdade, pensara e admitira isso ,recuara,
continuaria com foro privilegiado, mas a mulher e a filha, iriam para
Curitiba.
Lembraram
a ele que Bumlai, o amigo intimo de Lula, está em desespero, perto da delação premiada,
por causa da prisão do filho e da nora. Sem o menor constrangimento, Cunha
terminou com duas frases. "O PMDB tem que romper imediatamente com o
governo Dilma, tem um Ministro da Justiça e um Procurador Geral, que só pensa
em nos prejudicar". Parou um pouco, terminou: "Vou entrar com
recurso". Não explicou se era contra a decisão da Comissão, sem ética ou
contra a "busca e apreensão".
Atingiram Temer.
Depois do
fiasco da carta vazia, que Renan classificou de "desabafo pessoal", e
nada a ver com o partido, Temer voltou , buscando os holofotes reclamando da
presidente, publicamente: "A senhora tem que deixar de interferir com o
PMDB". Agora, para ser coerente e intransigente, deveria fazer o mesmo
pedido ao Supremo. Nada mais justo que a ação tão demorada, atingisse no
momento, unicamente o corrupto presidente da Câmara. Aliás, os dois, Temer e
Cunha, têm andado muito unidos.
A propósito,
o fato mais importante de hoje, quarta feira, será a sessão plenária o mais
alto tribunal do país. Ninguém pedirá vista, mas o assunto fascinante, poderá
seduzir os Ministros, e leva-los a votos muito longos. Se cada ministro falar
1 hora, serão 11 horas.
Hoje,
terça, a politicalha de Brasília não terá fim de tarde, de noite, de madrugada.
Ultrapassando essa madrugada tormentosa, (quem conseguirá dormir?) surgirá
a nada radiosa manhã de quarta. Se for igual à de terça quem aguentará?
Um
assunto polêmico mas obrigatório no PMDB, é a antecipação da convenção. Mesmo os
que só pensavam nisso, agora não sabem mais nada. Mas tentarão conversar.
Assunto
recusado por todos, dentro e fora do Congresso: o futuro de Eduardo Cunha. A repercussão
contra ele foi terrível. Observação ou conclusão geral. Eduardo Cunha não tem? Presente, como pensar em futuro?
1- Como
tudo é corrupção não podemos deixar de falar na manifestação em frente á sede
da CBF da capital. Exigem o fim dessa quadrilha que assaltou o futebol, não queremos
que surja um novo 7 a 1. Ou até mesmo a não classificação nas eliminatórias.
Jamais aconteceu, são 5 vagas para 10 países, mas o que adianta se classificar,
e ser enterrado em Moscou?
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