Comissão sem ética. Supremo,Temer e FHC,
conspiração.
15.12.15
HELIO FERNANDES
Semana ainda
mais tumultuada do que os últimos meses, longe de qualquer decisão, mas pelo
menos perto de um roteiro no qual se possa acreditar. Hoje, terça, mais uma reunião
para decidir um fato simplíssimo, que vem sendo transformado em baixaria.
Apenas uma
palavra chave, para decidir o destino de Eduardo Cunha: ADIMISSIBILIDADE. Já levaram
8 sessões, e o próprio criminoso que deve ser julgado e naturalmente condenado
pelo plenário da Câmara, comanda tudo.
Como é
publico e notório são 513 deputados, nenhum deles ou qualquer partido intervém
nessa baixaria ou lamaçal, confraternizam e se abraçam publicamente com o
corrupto aparentemente invencível. Não haverá solução hoje, o novo relator
tomará posse, dirá, "na próxima terça trarei o relatório".
Ficará
valendo, ninguém protestará , estaremos na véspera do recesso. O grande objetivo
do (ainda) presidente da Câmara. Não ir para Curitiba onde seria julgado pelo
juiz Sergio Moro. E o Procurador Geral da Republica, não se manifesta?
Quarta, a voz do Supremo.
Na Comissão
sem ética, imoralidade, indignidade, falta de credibilidade. No mais alto
tribunal do país, duvida, hesitação, excesso de responsabilidade, a certeza de
que estarão decidindo para a Historia . Decidam como decidir, estarão votando
sem que haja qualquer recurso.
Mas
afinal, quando assumiram, tinham que saber que em quase todos os momentos, não
viveriam nem praticariam atos vulgares. O mínimo que arriscariam, seriam suas consciências.
Nem poderiam alegar, somos humanos, estamos sujeitos a erros.
Não podem
de jeito algum.
O único
que já revelou publicamente seu voto, é o Ministro Gilmar Mendes. Dono de
todas as certezas , não hesita, não se preocupa, antes ou depois do voto.Numa
oportunidade, ficou 1 ano e meio com um processo , sabia que não poderia mudar
o conteúdo. Mas tinha uma certeza: toda a opinião publica esperava sua palavra,
mais do que um voto, a verdadeira convicção do domínio do fato.
Temer e FHC, juntos novamente depois
de 20 anos.
Voltaram
a se encontrar, a partir de l995, quando foi pedido o impeachment do então presidente.
Temer, presidindo a Câmara, apesar de suplente que "arranjou" uma
vaga, tomou posição para favorecer FHC. Este merecia o impeachment por causa
das "moedas podres”, (como rotulei imediatamente) e o complemento
vergonhoso e escandaloso, da colossal bandalheira da Comissão de Dezestitação.
FHC
fez mais uma "estratégia de poder", comprou a reeleição, a primeira da
Historia do Brasil. Pagou á vista, utilizando um ministro que já morreu. Agora,
arrogante e pretensioso como nos tempos em que era financiado mensalmente pela
Fundação Ford, dá entrevistas e faz afirmações como esta: "Existem muitas
razões para afastar Dilma". E possível, mas no caso dele, os fatos eram
rigorosamente verdadeiros. Só que o PSDB está dividido, pelo menos a metade do
partido, prefere a cassação de Dilma com Temer junto.
O
vice sabe disso, mas não tem saída, precisa conspirar abertamente, sem
risco, mas também sem muita esperança. Tem que forçar a desmoralização da política,
transforma-la em politicalha, aí estará perto dos 342 votos, indispensáveis
para tirar a presidente do cargo.
Depois
então, pela primeira vez o Senado tem participação constitucional. Aí haverá a
votação definitiva, a batalha pelos 54 votos indispensáveis, rigorosamente condenatórios.
Antes disso, Renan e os outros senadores podem apenas impedir que Temesse
"compre" os votos. O que ele está fazendo abertamente, mas
transformando tudo em ação "subterrânea", examinada do ponto de vista
moral e não territorial.
O povão vibra com a lava jato.
O
Ministério Publica Federal denunciou ontem á tarde, vários poderosos
empreiteiros e ex-diretores da roubadissima Petrobras. Entre esses: Cerveró,
Zelada, Fernando Baiano, e o ex-tesoureiro do PT (mais um) João Vacari. Pouco antes
de receber essas denuncia, o juiz Sergio Moro assinara a condenação do proprietário
da Engevix. 19 anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Como está em
liberdade, poderá continuar, cabe recurso.
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