FRANCISCO O PAPA REVOLUCIONÁRIO. OUTRO
BALANÇO DA PETROBRAS. COMO NASCEU (E ESTÁ MORRENDO) A LIBERTADORES.
HELIO FERNANDES
18.05.15
Não é segredo
nem novidade: Rui Barbosa estudou atentamente a Constituição dos EUA, para
fazer o anteprojeto e ser o relator na constituinte de 1981. Nos 227 anos da
República americana, apenas uma Constituição.
Nos 126 anos
de República brasileira, muitas, varias, sem contar os “atos” e os “Decretos”
das duas ditaduras ostensivas. Assim, como houve tremenda deturpação, tratarei
apenas de importante questão do número de senadores e a duração dos seus mandatos.
Nos EUA: 6
anos e dois senadores, do inicio até hoje. No Brasil: 6 anos e dois senadores
até 1947. Em, 2 de dezembro de 1945, derrubada a Ditadura, houve eleição para
presidente e senadores. O mais alto cargo, mandato de 5 anos. (sem reeleição).
Senadores: os mesmos dois, mantido também a duração em seis anos.
Na
Constituição de 46 por pressão política, alteração e os senadores passaram a
ser três, a duração foi para oito anos. O que se concretizou em 19 de janeiro
de 1947, e se mantém até agora, quando o relator da “reforma política”, fez a
proposta de aumentar os mandatos para 10 anos. Ele mesmo recuou e confessou: “200
milhões de habitantes protestaram”.
Estou fazendo
a análise só do senado com alerta, advertência, e o lembrete; se alguns esperam
que surja reforma política (sem aspas), verdadeira, autentica, que sirva
realmente para a coletividade, perca a esperança.
Esse Legislativo
que está aí, cuida apenas dos seus interesses mesquinhos. Com as exceções de
praxe, que o Judiciário chama de data-venia.
Não querendo
me intrometer nas coisas divinas, mas já me intrometendo, parece que o Papa Francisco
caiu do Céu. Surgiu praticamente do nada, não fez campanha eleitoral, foi
aclamado, não agradeceu a ninguém. E desde o inicio deixou evidente: Não de
adaptaria á luxuosa liturgia da igreja.
Passou a aparecer
com insistência na janela do Vaticano, com linguagem inteiramente nova. E sem
se render á tecnologia computadorizada, é o que ele mesmo escreve a lápis, que
carreira em folhas de papel. E foi surpreendendo a todos, interna e externamente.
Até que um
dia, inesperadamente, mas aplaudido pelos milhares a sua frente e os milhões do
resto do mundo, proclamou: “Sejam todos revolucionários”. E não ficou na
indispensável verbalização, foi ele mesmo revolucionário na ação na pregação e
na realização.
Petrobras.
Bendine,
presidente substituto da empresa, informou e afirmou oficialmente; “Ainda em
2015, a produção do pré-sal vai aumentar 70 por cento”. Em nome da transparência,
devia informar qual é hoje a produção do pré-sal. 70 por cento de pouco pode
ser quase nada.
Como trouxe o
assunto a público, devia esclarecer, a opinião pública está interessadíssima: “O
sistema de exploração desse tipo de petróleo, mudará? A forma ou formula usada
até agora é altamente favorável á Petrobras”.
O que se fala
nos bastidores da própria Petro: “A empresa não tem equipamentos indispensáveis,
precisa conceder 30 por cento a um grupo multinacional”. Se necessita equipamentos,
pode compra-los, isso tem feito até aqui. Sem pagar o preço exorbitante e inaceitável
de dividir nossas riquezas com grupos gananciosos, predadores, nada confiáveis.
Alem do mais,
enorme contradição. Bendine afirma que a produção do pré-sal, aumentará 70 por
cento por outro lado informa com ares oficiais, que a falta de equipamentos
obriga a entrada de grupos avidos de fora.
A corrupção
na Petro, (que denuncio desde 1975, quando o “japonezinho” Shigeaki Ueki
Presidente da empresa, fez fortuna e hoje vive no Texas como bilionário) pode
ter acabado, o que duvido. Mas a “desadministração” continua. Por isso insisto
no exemplo da galinha e do ovo: “Quem nasceu primeiro, a corrupção ou a má-administração”.
A propósito:
corrupção não prescreve. Em plena ditadura, Ueki roubou fartamente. Denunciado,
foi promovido, passou a Ministro de Minas e Energia, a quem a Petrobras é hierarquicamente
subordinada.
Não podem
chama-lo para a CPI da fantasia, perdão, da Petrobras. Quanta ingenuidade. Se
não convocaram os empreiteiros que roubaram e corromperam agora, por que convocar
alguém que roubou alucinadamente em plena ditadura?
PS- Depois do
degradante, humilhante e vergonhoso espetáculo da Bonbonera (estádio do Boca
Juniors) que marcou para sempre a Libertadores, é preciso contar como surgiu
essa competição. Em 1948, corajosamente, a Federação do Chile resolveu organizar
esse torneio, com campeões dos 10 países da América do Sul.
PS2- O representante
do Brasil foi o então poderoso time do Vasco da Gama, identificado como “expresso
da vitória”. O presidente da Vasco, Ciro Aranha, (irmão do estadista Osvaldo e
do Luiz, presidente do Botafogo) me convidou. Aceitei, naquela época quase nem havia
voo comercial, comigo apenas Ricardo Serran, do Globo e Oduvaldo Cozzi, expoente
da Radio Nacional.
PS3- jogavam
todos contra todos, ficamos lá 45 dias, eu mandando matéria para a revista O
Cruzeiro, o Cozzi numa das primeiras transmissões internacionais. Os favoritos,
Vasco e River Plate. Os dois times tinham ataques goleadores, chegaram á afinal
o jogo terminou zero a zero, o Vasco campeão, jogava pelo empate.
PS4- O River
tinha um jogador que pela primeira vez se apresentava fora do país. Seu nome, Di
Stefano, apelidado de “sete rubio”, por causa da cor dos cabelos.
PS5- Um gênio
do futebol, logo depois vendido ao Real Madrid, onde jogou a vida inteira. Foi
comprado com dinheiro liberado pelo ditador Franco, que tinha horror e ódio do Barcelona.
Esportivamente sempre ganhava do Real e politicamente como cidade-país, fazia
oposição á ditadura.
PS6- Essa
pré-Libertadores foi criada para ser um confronto esportivo, e uma competição
fraternal. Acabou nisso que se vê, com Boca “inocentado” de tudo. Pelo menos
enquanto escrevo.
..............................................................................................................................................
Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os
colunistas, através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
Prezados,
Sou
pesquisadora da área de Linguística e estou desenvolvendo um trabalho sobre
identificação de autoria. Na busca por materiais de jornalistas que publicaram
na época da ditadura militar com pseudônimos, me deparei com o Sr. Hélio
Fernandes que escrevia com pseudônimo de 'João da Silva', porém não há acesso a
textos publicados nesta época, nem com o nome original do jornalista, nem com o
pseudônimo. Gostaria de saber como acessar estes textos para a pesquisa. Também
gostaria de saber se há outros jornalistas e seus respectivos textos que foram
perseguidos nesta época (com pseudônimos).
Grata,
ZELI
MIRANDA GUTIERREZ GONZALEZ
Mestra
Linguística Aplicada - PUC-SP
Doutoranda
Linguística Aplicada - PUC-SP
...
Helio
É
verdade que você mal ajudou a eleição presidencial de Juscelino e assim que ele
tomou posse, você passou para a oposição? E quanto a Carlos Lacerda no governo,
aconteceu o mesmo. Lucio Caldeira – Belo horizonte – MG
Helio
Fernandes,
Alguém
comentou na ABI que a tribuna voltaria a ser editada só eletronicamente. Isso é
verdade? Se for como andam as negociações? Estimo que volte, é um veículo de
comunicação ímpar na historia do jornalismo brasileiro. Estou torcendo. Abraços,
do
Angelo
Pietro Nascimento – Rio de Janeiro - RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário