E
NADA SERÁ COMO ANTES
FERNANDO CAMARA
12.05.15
A
semana passada representou um marco nas relações políticas, assim como,
guardadas as devidas proporções, o Plano Real mudou o relacionamento entre os
partidos, em 1993. Naquele ano, o PFL ofereceu apoio ao governo da mesma forma
que outros oposicionistas o fazem agora às medidas do governo Dilma, em
especial, a MP 665.
O apoio representou o início da aliança que no ano seguinte
elegeria Fernando Henrique presidente da República. O PT, aliado do governo Itamar
no período do impeachment, ficou contra e retomou o caminho da oposição. Da
mesma forma age agora o PDT se afastando do governo e disputando com o PSB a
condição de herdeiro dos votos petistas com viés de esquerda.
O PT
passa por um processo de desgaste, com direito a chuva de dólares falsos no
plenário da Câmara, com a foto de Dilma, Lula e João Vaccari Neto. O desgaste
parece não ter fim, ao ponto de o ex-presidente Lula discutir internamente uma
fusão com o PCdoB, um dos poucos que continua ao lado dos petistas para o que
der e vier.Deputado Paulinho da Força Sindical é um bom marqueteiro
OPOSIÇÃO
TÃO DIVIDIDA QUANTO O PT
Os
votos oposicionistas foram fundamentais para o governo aprovar o pacote e,
nesse caminho, os oposicionistas terminaram tão divididos quanto o PT, que
resistiu a dar um voto favorável à MP 665. A ideia de ACM Neto era de
público conseguir os recursos para o metrô de Salvador, mas o almoço com Temer
foi visto como um algo mais, no sentido de aproximação política. Vejamos o que
ocorrerá esta semana, quando uma nova MP que entra na pauta da Câmara, e se há
a perspectiva de novos encontros entre eles.
Enquanto
setores da oposição se aproximam do Planalto, a base aliada pede alto para
permanecer ao lado do governo. E fragilidade, o governo não tem alternativa,
senão nomear os cargos represados desde janeiro. Dilma, entretanto, adoraria
evitar um festival de nomeações políticas, mas não tem força para isso hoje.
Michel Temer, no papel de articulador, tem conseguido liberar os cargos a conta
gotas. Se os cargos não saírem, a tendência é a vida do governo virar um
inferno.
MICHEL
EM TESTE
Não
é apenas a vida do governo que promete virar um inferno se os cargos não forem
divididos com os aliados. Michel Temer precisa das
nomeações para se consolidar como aquele que "resolve pendências" e
assim tirar poder de fogo de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, que há alguns
dias vêm destravando pautas polêmicas. Só na semana passada, ELES sancionaram a
PEC da Bengala, que tira poder de Dilma de trocar os ministros do STF . E
o Congresso ainda concluiu a votação do projeto que regulamenta o FGTS dos
empregados domésticos.
NOVAS
FRENTES
Frente
Parlamentar em defesa do Comércio.
A
união política do deputado Manoel Júnior com o empresário Fernando Yamada está
reunindo um forte e enorme grupo de parlamentares e empresários na defesa do
Comércio, Serviços e Empreendedorismo. Duzentos e cinquenta deputados e 21
senadores e a UNESC, que congrega a ABRAS, ABAD, ABRASEL, ALSHOP, ANAMACO, CACB
e o CNDL irão caminhar juntos na defesa do setor.
Frente
Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético
O
deputado Sérgio Souza tomou posse como presidente da Frente, instalada em 2013
e até então coordenada pelo deputado federal e, agora, Secretário de
Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim. O setor enfrenta uma onda
de desinvestimentos, e uma maré de usinas desativadas ou fechadas.
PAUTA
POLÊMICA
MP
668
Nos
bastidores a luta está intensa entre o secretário Rachid e o relator Manoel
Júnior.
SABATINA
DO FACHIN
Se esta situação perdurar por mais tempo Luiz Fachin corre o risco de continuar
apanhando. Desde que foi indicado, ele não teve sossego. O parecer do Senado
sobre o exercício da advocacia terminou dando margem a pesquisas dos
jornais sobre para quem Fachin trabalhou. No sábado, reportagem do Correio
mostrou que ele trabalhou para Copel, empresa que tem como principal acionista
o governo do Paraná. Na mesma época, ele era procurador, responsável pela
defesa dos interesses do Estado.
Identificado
com um professor ligado ao PT, o advogado recrutou uma equipe, que carrega
quilos de papéis com processos, defesas, com fatos que, segundo ele, comprovam
o seu equilíbrio, e vem percorrendo os gabinetes dos senadores para convencer
de que é mais jurista do que petista.
POR
FALAR EM PT...
No
programa do partido que foi ao ar na semana passada, Lula botou a cara contra a
Terceirização e acabou jogando no próprio colo o desgaste que antes os petistas
diziam ser apenas da presidente Dilma Rousseff. Ou seja, está cada vez mais
límpido e cristalino que hoje nem Lula salva o PT.
A
temporada de desgaste não se restringiu aos petistas. No Paraná, o governador
Beto Richa foi obrigado a afastar Fernando Francischini da secretaria, depois
do choque entre a Polícia e professores em manifestação.
DESGASTE
ANIMA OUTROS PARTIDOS
Com
o PT vivendo seu calvário e o PSDB indefinido, outros vão se reaproximando,
caso do José Serra e Miro Teixeira, que jantaram juntos na semana passada.
Miro, embora esteja no PROS, é um dos articuladores da Rede de Marina Silva. A
dúvida, entretanto, é se Serra deixaria o PSDB.
Os
irmãos Ferreira Gomes, Ciro e Cid, buscam um porto com tempo de TV para um
projeto presidencial. Ainda não encontraram.
JOAQUIM
LEVY E OSMAR DIAS NA FPA
O
ministro foi almoçar com os parlamentares que defendem o setor agropecuário,
dentro da sede da organização. Foram servidas 150 refeições. De parlamentares,
registraram presença 70 deputados e dois senadores. O ministro ouviu do
presidente Marcos Montes PSD/MG solicitação para que haja solução aos problemas
do Seguro Rural, do financiamento da Safra e que não seja vetado o PL da
Terceirização. Ouviu mais reclamações de dezenas de deputados. Levy chegou com
o "Estádio" cheio... Quando começou a falar os parlamentares
almoçaram e começaram a se retirar, parecia jogo de campeonato onde um time
perde e a torcida se retira... Ao final estavam presentes menos de 15
parlamentares...
Osmar
Dias, vice-presidente de agricultura do Banco do Brasil explicou as metas do
banco e foi prestigiado pelos deputados. Naquela terça-feira os jornais traziam
a informação que neste primeiro trimestre de inflação, desmobilização da
indústria e desemprego, o lucro do Banco Itaú havia crescido 30% em comparação
com o mesmo período do ano passado. Isto é, a política recessiva do ministro
esta dando certo, os bancos agradecem.
PRORROGADO
O CADASTRO AMBIENTAL RURAL
No
decreto, Dilma Rousseff, sem força política, delega para a ministra Izabella
Teixeira adotar os termos e critérios da prorrogação. O Ministério do Meio
Ambiente (MMA) prorrogou o CAR por mais um ano, até maio de 2016, medida
prevista desde o lançamento do programa, no ano passado.
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