Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 6 de maio de 2015

BETO RICHA, O DESGOVERNADOR. O EX-DIRETOR DA PETROBRAS, SEIS HORAS DEPONDO SEM TORNOZELEIRA.

HELIO FERNANDES
06.05.15
Essa CPI dita da Petrobras, é farsa, mistificação, roubo do tempo dos brasileiros, pois tem cobertura total de jornais, sites, blogs, televisão. Roubaram a empresa, agora enganam sem constrangimento, não são contraditados imediatamente.
Ontem foi a vez do ex-diretor Paulo Roberto Costa, dirigir o espetáculo com ele brilhando durante horas, Não vou fazer o leitor perder tempo, quase tudo nessa CPI tem um objetivo interesseiro, que vão conseguindo. Por isso serei o mais sumário possível, o assunto não vale mais do que isso. O leitor não ganharia nada com o resumo do que o "delator premiado" falou.
O presidente dessa falsa CPI é do PMDB. Mas só faz o que manda o Presidente da Câmara, cada vez mais enrolado, encrencado com as investigações da Lava-Jato. Como tem foro privilegiado, uma contradição, não se sabe quando será chamado pelo Supremo e suas relações com o Ministro Toffoli.
O relator é do PT, faz perguntas tão bobas, sem aproveitar o "emaranhado" do depoente, (ontem Paulo Roberto) que parece imitando Chacrinha, "vim para confundir e não para explicar".
A oposição quer dizer, o PSDB, tenta levar tudo para o caminho do impeachment, fica longe do objetivo. O diretor deu muitas chances para ser triturado, ninguém aproveitou. Reconheço, perceberam, mas o roteiro não interessava a eles.
1 - O depoente afirmou logo no inicio, "estou arrependido", silêncio nas três bancadas. 2 - "É impossível a algum diretor agir sozinho, tudo na empresa, é feito de forma corporativa". Ninguém perguntou, como e que ele (corporativou) suas propinas.
3 – Não citou uma só vez o nome de Barusco, simples gerente que confessou ter recebido 97 milhões de dólares de propina. E isso num regime de execução, totalmente “corporativo”.
4 – Quando o relator perguntou, “o senhor pode explicar quanto recebeu de propina?”. E o depoente respondeu, “não sei, não acompanhava os pagamentos”, o relator devia ter “explodido”, e dito bem alto: “Assim não é possível”. Lembrou que é do PT, silêncio.
5 – A seguir o interrogatório passou para um deputado do PSDB, que deveria ter começado, pedindo resposta para a pergunta do relator. Não pediu. Dava a impressão de ter chegado naquele minuto.
6 – Depois de seis horas de depoimento, Paulo Roberto fez afirmação surpreendente para o PT, e como no vôlei uma levantada para o PSDB cortar: “O Conselho da Petrobras aprovou a compra da refinaria de Pasadena”.
7 – O empresário Gerdau, que era do Conselho, disse a mesma coisa, depois desmentiu. Para que ninguém lembrasse que Dona Dilma presidia esse Conselho, e também aprovou a compra, desnorteado e surpreendido, o relator deu por encerrada a sua participação.
A sessão continuou até muito depois das 18 horas. O ex-diretor foi para casa no próprio carro, podia ter ido dirigindo. Nenhuma dificuldade, estava sem tornozeleira, é só para usar quando está em prisão domiciliar.
Vou encerra imitando Bernard Shaw, a primeira vez que foi visitar a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (Mannhatan): “Meu gosto pela ironia não vai tão longe”.
A CPI está quase morta, mas pode ressuscitar imediatamente. Basta que mude a medicação. Faça uma pauta de depoentes, assim: todos os 23 proprietários, executivos, acionistas das empreiteiras. Incluir os políticos citados, eles têm “foro privilegiado” na Justiça, não numa CPI. Já assisti CPIs notáveis, até com Ministros depondo. Fingir de CPI, não dá.
Beto Richa, o deseducador.
A chacina dos professores repercutiu e repercute no estado, no Brasil e no mundo. Mas só a violência, mas também o aplauso público e veemente do governador aos policiais covardes e sem respeito á própria corporação. E sem grandeza, não repararam nem que se transformavam em seres desumanos e cruéis.
Admitamos que o governador não soubesse, sua preferência é pelo gabinete e a omissão e não a rua e a informação. Mas assim que soube (por deputados estaduais, que são também culpados pela omissão), publicou, aquela nota de aplauso á violência, á repressão contra professores.
Apressadamente é a palavra que domina toda ação e atuação de Beto Richa. Em outubro de 2008, foi eleito prefeito de Curitiba. 15 meses depois, em 3 de abril de 2010, deixou o cargo, se candidatou a governador. Reeleito, já se preparava para deixar o cargo novamente no meio, pretendia (tem que ser no passado) se candidatar a presidente em 2018.
Insensatamente péssimo analista, não percebeu que não era cacique nem tinha cacife para a pretensão. Alem do mais, também não teria legenda. Na frente dele, Alckmin, Serra e até Aécio, que se desgastou ainda mais com a contradição de defender uma posição no plano nacional, e outra inteiramente diferente no estadual, protegendo e “blindando”, um companheiro de partido.
Só que o episódio ainda não terminou, Beto Richa pode ser surpreendido pela reviravolta dos fatos.
Petrobras.
No mercado internacional, o barril de petróleo fechou ontem a 62 dólares. (já esteve a 46). Se mantiver a elevação dos preços, será ótimo para a Petrobrás quando começar a produzir e exportar do pré-sal. Para valer e não para inglês ver.
Aqui as ações ordinárias da empresa, chegaram a 15,68, não havia vendedor. Excelente, se lembrarmos que já esteve a 8,20. Continua longe de casa, mas pode estar se aproximando. As preferenciais, sempre mais valorizada, não passaram de 14,30.
Perdão por dizer (onteontem), que as professores não conseguem nada. Continuam com os salários miseráveis, não têm reconhecidos os direitos que alguns países já completaram 100 anos. “ganham” a repressão violenta da policia do Paraná, que age com a proteção e o aplauso do governador Beto Richa, e a omissão da Assembleia legislativa do Paraná.
Que República que desespero, que participação, que omissão dos que são eleitos pelo povo, se isolam dele, quando aparecem ou reaparece, é para humilhar as professoras e desmoralizar a “Pátria Educadora”.
Com a recuperação e a solidariedade nacional, as 200 presas foram soltas. E ontem, bravamente foram ás ruas.

Segundo a Polícia Militar, eram milhares, e não apenas de professoras. Cartazes quase que únicos, carregados pacificamente, com a inscrição: "Protesto não é crime".

Não obtiveram nada para elas, permanecem nas ruas, nos protestos, mas agora com repercussão nacional. Se transformara em referência obrigatória, aplaudidas por quem tem respeito nacional.

PS- O Instituto Lula deu nota curtíssima: "O ex-presidente não está sendo investigado na operação Lava-jato". Rigorosamente verdadeiro. Como poderia ser investigado, se "não sabia de nada?".

PS2- Agora outra nota do PT, só que assinada pelo próprio presidente do partido, "Todos os membros do PT, condenados,  serão expulsos". Não disseram, mas está explícito e implícito: não vale para a cúpula, nunca "sabiam de nada".

PS3- Qualquer coisa que chegue perto de algum importante ou poderosa na legenda, é só recorrer ao Ministro Dias Toffoli. Até hoje não decepcionou.

PS4- Sou e sempre fui intransigentemente contra a pena de morte. Considere o Estado que mata, tão culpado quanto quem morre. Mas o presidente da Indonésia parecer saber das coisas. Depois dos fuzilamentos, o PIB do país subiu 4,1% em um mês.
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Helio,
Arnaldo Andrade Novilich. Li sua nota sobre a ABI, sou jornalista aposentado, por sorte antes de ver o meu JB fechar as portas. Tenho colegas que naufragaram junto com a TV Manchete. Mas também vi pessoas serias segurar um jornal a exemplo do diário do Commercio. Agora vendo o que fazem com a casa do jornalista, onde nas minhas folgas, ia encontrar com colegas, trocar informações e jogar sinuca. Soube que o ambiente é hostil, manobrado por um televisivo ultrapassado, apresentador de um programa mais surrado do que lombo de mula. Se a idade e a saúde permitisse, com certeza lá estaria lutando para tirara essa gente de lá. Quem sabe, uma nova geração salve a instituição.
A
Tribuna.
Quero apresentar meus cumprimentos ao bravo e resistente jornalista Helio Fernandes, por estar aqui, passando sabedoria e conhecimento a todos. Outro dia nosso professor de jornalismo leu um texto seu, escrito na Tribuna da Imprensa em plena ditadura de 64. Foi maravilhoso. Abraços. Celina Victória-SP.
Helio,

A “porrada” comeu em cima dos professores no Paraná. Será que esses policiais não foram educados por professore? Com acataram uma ordem dessa natureza? Estou estarrecido com esses acontecimentos do Paraná. Isso me cheira provocação das mais levianas. Fale mais sobre isso. Amadeu Ferreira – Curitiba – PR.

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