Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 10 de abril de 2015

RENAN INDICARA MINISTRO DO SUPREMO. CPI DA CORRUPÇÃO, DO CIRCO, DA MENTIRA E DAS RATAZANAS.

HELIO FERNANDES
10.04.15

Estão se completando 140 anos do assalto da Laite ao Brasil. Canadense, esse truste (como se chamava na época) foi vendido a um grupo dos EUA, mas manteve a sede em Toronto, e a fonte de renda no Brasil. Era presidida pelo Major Macrimon, um dos homens mais importantes do país, morava num palacete-mansão na Rua São Clemente, onde residiam os "donos" do Brasil.

Cobrava o que bem entendia, assinou com a União um contrato de 99 anos. A última cláusula: "Terminando o contrato, todos os bens da Laite reverterão á União”. Só que terminado, pouco depois, (entre 1950 e 60) a Laite entrou na Justiça reivindicando esses bens. Ganhou. A decisão foi para o Supremo. O voto do relator, Ministro Ari Franco, seguido por toda Corte, determinava: "Os bens são REVERSÍVEIS, sim, mas pagando". Uma fábula de dinheiro.

Monteiro Lobato que combatia todos esses trustes, dizia e escrevia: "Começo a pagar royalties á Laite assim que acordo acendo a luz". A empresa, riquíssima, desapareceu, voltou dezenas de anos mais tarde.

Com a reeleição e o inicio do amaldiçoado segundo mandato (agora transplantado para Temer, Cunha, Renan e o PMDB). Dona Dilma anunciou que a energia ia aumentar 22,08, fez questão desses centavos miseráveis.

Ela falou energia, de modo global, vou examinar apenas a conta da luz. Anteontem, o "Jornal Nacional" da TV-Globo, entrevistou uma dona de casa que mostrou duas contas. Em fevereiro pagou 250 reais, em março, 448. Leitores também me mandam contas revoltados. Um, que pagava 147 reais, passou a 512. Outro, de 498 viu a conta subir para 1 mil, 110 reais.

Um amigo do repórter que mora num condomínio da Barra, pulou de 698 para 1.983, sem ter a quem reclamar. E todos, em pânico, convencidos de que isso é apenas um estágio, virão novos aumentos. 200 milhões de brasileiros, pagam pelo enriquecimento da Laite e a cumplicidade do governo.

Renan no Supremo, indiretamente.

Finalmente o mais alto tribunal do país ficará com o plenário completo, com o preenchimento da vaga do primeiro Joaquim, que se aposentou em agosto. Conversando com o presidente do senado, (é lá que o indicado tem que ser sabatinado) Dilma, falou: “Vou mandar o nome para o Supremo”.

Tranquilo e sem constrangimento, respondeu; “Quero ver o nome antes, ou não será aprovado”. Consciente da inutilidade de resistir, a presidente respondeu: “é melhor então que você escolha o nome”. Concordância total, esse será o caminho.

Se Renan e Cunha investigados e quase indiciados pela Lava jato, mandam tanto, imaginem se forem inocentados. Trabalham intensamente para que isso aconteça, agora com o beneplácito e a proteção do Michel Temer.

Como se esperava, o depoimento de João Vaccari, seria tumultuado e confuso. A sessão foi aberta ás 10,30, logo depois o tesoureiro do PT entrou, não houve mais tranquilidade. Todos brigavam com todos, mas principalmente PT e PMDB.

O partido de Lula “protestava, ninguém do PMDB é ouvido”. Alguém gritou “querem transformar esta CPI num circo”, aí só a policia da casa conseguiu restabelecer a calma momentânea. Isso depois de espalharem ratos pelo plenário.

Faltando 5 para as 11, o tesoureiro acusado de lavar dinheiro, começou a falar e mostrar coisas num painel, por 20 minutos. Nada interessante, isso só se transformaria com as perguntas. Naturalmente, “faltava alguém em Nuremberg”, eram os corruptos-corruptores das empreiteiras, os cúmplices e apaniguados, situados na cúpula do PMDB. Dos 20 minutos, Vaccari usou apenas 10, passou a responder a perguntas do relator.

O relator gastou ou desperdiçou 49 minutos fazendo perguntas inúteis, monótonas, cansativas e não explicativas. Dava a impressão de um interrogatório “vôlei”, no qual um relator, do PT, “levantava”, para o interrogado, do PT, “cortar”. Vaccari não se cansou, ficava entre duas respostas. “Não conheço essas pessoas”, ou então, “só encontrei com ele uma vez num jantar, não tratamos de nenhuma questão financeira”.

Nada de reação mais exaltada ou revoltada, a respeito de um doleiro na ”delação premiada”, dizer que ele recebeu entre 150 ou 200 milhões de dólares. Essa afirmação que pode ser chamada de acusação, foi feita também por Pedro Barusco, a quem ele diz não conhecer.

Nas perguntas dos parlamentares, o deputado Altineu, de Itaboraí, (local do Comperj, hoje região dizimada, aniquilada e desempregada) que trouxe matéria da Folha, relacionando Vaccari com doações de 628 milhões. Vaccari não explicou, mas confirmou “recursos de 557 milhões”. Memorável.

Quando as perguntas começaram “para valer”, Vaccari se complicou todo. Disse antes, que como tesoureiro do PT, “era sua atribuição, conseguir doações para as necessidades do partido”. Interrogado para saber quanto custou “a campanha eleitoral de Dilma, disse não saber”.

Afirmação, que o deputado colocou assim: “Essa resposta mostra sua vida de corrupção, de roubalheira, de recebimento de propinas”. Fortíssimo, mas com um púnico comentário-defesa: “mal conheci o senhor Pedro Barusco”.

Respondeu dizendo, “o Ministro Teori Zavaski ordenou a CPI, que eu poderia ficar em silêncio, não responder nada, e não poderia ser preso. Decidi responder a tudo”.

Totalmente inverídico, falso, mentiroso. Não respondeu a coisa alguma, se refugiou no “diálogo” com o relator (ambos do PT) e recorria a isso a todos os momentos, PSDB, PSB, PPS, PMDB (fugazmente, já que seus membros mais destacados são vulneráveis) e até o PTB, massacraram o tesoureiro. O mínimo que disseram:

“O senhor é mantido como tesoureiro, pois internamente é considerado um homem bomba”. Pode até ser, mas a cúpula do PT não se entende. Um grupo quer seu licenciamento, outro a demissão pura e simples. Um terceiro espera a palavra do Lula, que se mantém em silêncio ou se omite totalmente.

João Vaccari esteve permanente na CPI por mais de oito horas. Nem falo em depoimento, o que restou, montanhas de mentiras, repetidas indefinidamente. Tanto sabia disso, que foi acompanhado por um dos maiores e mais respeitados advogados, Flávio Durso. Só foi defendido, estranhamente, por analistas de televisão, que diziam e insistiam: “Se ele resolveu falar, não pode mentir, numa CPI isso é gravíssimo”.

O deputado Otavio Leite, levou fotos de oito hotéis, levantados pelo Ministério Público e Policia Federal do Paraná. Mostrou cada uma dessas fotos, e perguntou: “O senhor esteve nesse hotel com Barusco?”. Negou oito vezes, mas esteve com Barusco nos oito hotéis. Acho que isso serve para concluir as oito horas que estive diante da televisão, estarrecido.
..............................................................................................................................................


Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com

Ao jornalista Helio Fernandes.

Acompanho suas publicações desde a Tribuna de papel, agora te encontro no blog, e quero parabeniza-lo, por essa iniciativa, ferramenta que nos brinda novamente com suas eloquentes e autênticas análises política. Tem meu apreço. Romualdo Tomaz Victorino-São Paulo-SP.

Helio,

Elídio Barreto, aqui de Macaé - RJ. Não esquece dos desempregados diretos e indiretos da Petro/Lava jato, com Dilma, FHC, PT, PMDB e a base desses governos. todos protagonistas da desgraça do Brasil. (seu admirador de sempre)


Nenhum comentário:

Postar um comentário