A PREOCUPAÇÃO DE DILMA COM O IMPEACHMENT. NA LISTA DE JANOT, SURPRESA,
FALTAVA SERGIO CABRAL. NÃO FALTA MAIS. A CPI DA CONTRADIÇÃO.
HELIO FERNANDES
Publicada em 10/03/15
O impeachment fica vagando em setores econômicos, financeiros,
administrativos e como consequência, políticos. Não é necessariamente uma
“ruptura democrática”, como disse a presidente. Está na Constituição, precisa
apenas cumprir as exigências.
Está obrigada a seguir o seguinte roteiro. 1 – A Câmara dos Deputados,
por maioria, vota e aprova o pedido do impeachment. 2 – Se não for obtido o
total de votos necessário, é arquivado. 3 – Aprovado, segue para o Senado, que
comandado pelo presidente do Senado, julga o presidente. 4 – Ele pode ser
mantido ou retirado do poder.
Como todos sabem, na historia do Brasil só houve um presidente que
perdeu o mandato, Fernando Collor. Não quero nem defendê-lo ou acusa-lo, apenas
situar os fatos, tumultuadissimos. Collor denunciado pelo irmão, foi
imprudente, imprevidente, inconsequente. Acreditava que não teriam maioria para
condená-lo, se descuidou.
Um dos seus maiores e mais íntimos amigos, na época (e hoje novamente na
mesma condição), líder do seu governo, logo mudou de posição, foi o grande
artífice da sua derrubada. Seu nome: Renan Calheiros, ele, sempre ele. Pouco
tempo depois, Renan foi ministro da Justiça de FHC. Absurdo mas pagamento
da traição. Pois FHC chegaria à presidência, nunca foi cogitado para isso, e não
seria mesmo, se o processo fosse normal.
Como naquela época não havia reeleição, o vice Itamar assumiu por pouco
tempo, não pôde fazer nada, patrocinou a candidatura FHC. Este depois rasgaria
a Constituição, compraria a reeleição para ele mesmo, o país hoje, subjugado a
essa permanência do mesmo presidente ou do seu grupo.
Fernando Collor recorreu ao Supremo, foi absolvido por unanimidade, por
falta de provas. Contando os fatos ou analisando-os, não favoreço nem
privilegio ninguém. Hoje não examino a não ser o impeachment, do passado e
possivelmente do futuro.
Agora, desde a eleição, proclamação e posse de Dona Dilma no segundo
mandato, se fala, se escreve, se discute, se debate o impeachment. E ela, em
vez de esquecer traz sempre o assunto para as manchetes.
Quem começou a discussão do suposto impeachment: Ives Gandra Martins,
jurista, o que não o isenta de criticas e comentários, sem concordância. E seu
caríssimo parecer, (na casa de 250 mil reais) é estranho, contraditório e até
surpreendente. Fez questão de publicar seu trabalho (na folha) o que não chega
a ser extravagante.
Extravagante a explicação do próprio jurista: “Quem pagou o meu trabalho
foi um advogado do ex-presidente FHC. Quando resolvi publicar as conclusões,
consultei o advogado, que autorizou desde que ele fosse citado como o
financiador do parecer, e que era advogado do ex-presidente FHC”. Mais
elucidativo e incisivo, impossível.
Agora a hipótese de um impeachment a respeito de Dona Dilma. O roteiro
parlamentar é o mesmo, podem mudar os personagens que patrocinarão a saída
dela, se for decidido movimentar o assunto, serão importantes; Eduardo Cunha e
Lewandowski, presidente do Supremo, se a questão for levantada neste 2015 ou
2016.
Se o impeachment ultrapassar os dois primeiros anos, e revigorado em
2017/2018, outros personagens. Na Câmara não há reeleição do presidente. Cunha
trabalhava para mudar a situação. Agora seu poder “desidratou”, como dizem
alguns comentaristas de televisão.
Então a escolha do novo presidente da Câmara, será dramática. Como a
presidência do Supremo é exercida por rodízio, quem estará no auge e no apogeu
do processo, será a Ministra Carmem Lúcia. Tudo muito diferente.
Para terminar por hoje, acompanharei o assunto em profundidade, com o
maior interesse e uma alteração da Constituição que muda todo processo. Agora,
com a reeleição, impedido Dona Dilma, podem assumir o vice Temer ou o
representante da Câmara, Eduardo Cunha de agora até o fim de 2016.
Qualquer um constatará: tirar Dona Dilma, (por quem não tenho a menor
admiração ou respeito) para colocar um dos outros dois, inominável, impensável,
irrealizável. Quem assumir o lugar de Dona Dilma, imediatamente será candidato
á reeleição. Por isso, Lula sai em defesa de Dilma e intima: ”você tem que
ficar no governo até o fim”.
Minha posição hoje, é essa, manter Dona Dilma, uma aberração, pois o
país estará diariamente caminhando para o precipício. Substituí-la por Temer ou
Eduardo Cunha, crime de lesa-pátria.
*Em virtude dos feriados teremos matérias já publicadas nos dias 23, 24 e 25 de abril.
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