Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A PREOCUPAÇÃO DE DILMA COM O IMPEACHMENT. NA LISTA DE JANOT, SURPRESA, FALTAVA SERGIO CABRAL. NÃO FALTA MAIS. A CPI DA CONTRADIÇÃO.

HELIO FERNANDES
Publicada em 10/03/15

O impeachment fica vagando em setores econômicos, financeiros, administrativos e como consequência, políticos. Não é necessariamente uma “ruptura democrática”, como disse a presidente. Está na Constituição, precisa apenas cumprir as exigências.

Está obrigada a seguir o seguinte roteiro. 1 – A Câmara dos Deputados, por maioria, vota e aprova o pedido do impeachment. 2 – Se não for obtido o total de votos necessário, é arquivado. 3 – Aprovado, segue para o Senado, que comandado pelo presidente do Senado, julga o presidente. 4 – Ele pode ser mantido ou retirado do poder.

Como todos sabem, na historia do Brasil só houve um presidente que perdeu o mandato, Fernando Collor. Não quero nem defendê-lo ou acusa-lo, apenas situar os fatos, tumultuadissimos. Collor denunciado pelo irmão, foi imprudente, imprevidente, inconsequente. Acreditava que não teriam maioria para condená-lo, se descuidou.

Um dos seus maiores e mais íntimos amigos, na época (e hoje novamente na mesma condição), líder do seu governo, logo mudou de posição, foi o grande artífice da sua derrubada. Seu nome: Renan Calheiros, ele, sempre ele. Pouco tempo depois, Renan foi ministro da Justiça de FHC.  Absurdo mas pagamento da traição. Pois FHC chegaria à presidência, nunca foi cogitado para isso, e não seria mesmo, se o processo fosse normal.

Como naquela época não havia reeleição, o vice Itamar assumiu por pouco tempo, não pôde fazer nada, patrocinou a candidatura FHC. Este depois rasgaria a Constituição, compraria a reeleição para ele mesmo, o país hoje, subjugado a essa permanência do mesmo presidente ou do seu grupo.

Fernando Collor recorreu ao Supremo, foi absolvido por unanimidade, por falta de provas. Contando os fatos ou analisando-os, não favoreço nem privilegio ninguém. Hoje não examino a não ser o impeachment, do passado e possivelmente do futuro.

Agora, desde a eleição, proclamação e posse de Dona Dilma no segundo mandato, se fala, se escreve, se discute, se debate o impeachment. E ela, em vez de esquecer traz sempre o assunto para as manchetes.

Quem começou a discussão do suposto impeachment: Ives Gandra Martins, jurista, o que não o isenta de criticas e comentários, sem concordância. E seu caríssimo parecer, (na casa de 250 mil reais) é estranho, contraditório e até surpreendente. Fez questão de publicar seu trabalho (na folha) o que não chega a ser extravagante.

Extravagante a explicação do próprio jurista: “Quem pagou o meu trabalho foi um advogado do ex-presidente FHC. Quando resolvi publicar as conclusões, consultei o advogado, que autorizou desde que ele fosse citado como o financiador do parecer, e que era advogado do ex-presidente FHC”. Mais elucidativo e incisivo, impossível.

Agora a hipótese de um impeachment a respeito de Dona Dilma. O roteiro parlamentar é o mesmo, podem mudar os personagens que patrocinarão a saída dela, se for decidido movimentar o assunto, serão importantes; Eduardo Cunha e Lewandowski, presidente do Supremo, se a questão for levantada neste 2015 ou 2016.

Se o impeachment ultrapassar os dois primeiros anos, e revigorado em 2017/2018, outros personagens. Na Câmara não há reeleição do presidente. Cunha trabalhava para mudar a situação. Agora seu poder “desidratou”, como dizem alguns comentaristas de televisão.

Então a escolha do novo presidente da Câmara, será dramática. Como a presidência do Supremo é exercida por rodízio, quem estará no auge e no apogeu do processo, será a Ministra Carmem Lúcia. Tudo muito diferente.

Para terminar por hoje, acompanharei o assunto em profundidade, com o maior interesse e uma alteração da Constituição que muda todo processo. Agora, com a reeleição, impedido Dona Dilma, podem assumir o vice Temer ou o representante da Câmara, Eduardo Cunha de agora até o fim de 2016.

Qualquer um constatará: tirar Dona Dilma, (por quem não tenho a menor admiração ou respeito) para colocar um dos outros dois, inominável, impensável, irrealizável. Quem assumir o lugar de Dona Dilma, imediatamente será candidato á reeleição. Por isso, Lula sai em defesa de Dilma e intima: ”você tem que ficar no governo até o fim”.


Minha posição hoje, é essa, manter Dona Dilma, uma aberração, pois o país estará diariamente caminhando para o precipício. Substituí-la por Temer ou Eduardo Cunha, crime de lesa-pátria.

*Em virtude dos feriados teremos matérias já publicadas nos dias 23, 24 e 25 de abril.
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