NÃO EXISTE INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
NO BRASIL. SEMANA TUMULTUADA POR CAUSA DA LAVA-JATO. O IMPEACHMENT É SEMPRE
CIRCUNSTANCIAL.
HELIO FERNANDES
24.02.15
Amanhã,
quarta-feira, deve ser votado o estranho veto de Dona Dilma á questão da
redução do imposto de renda sobre salários. O Congresso aprovou 6,5 a
presidente reduziu para 4,5. Explicou: “O orçamento não suporta essa perda”.
Ora, isso é apenas uma “devolução”, há muitos anos o trabalhador vem sendo mais
roubado do que a Petrobras.
Coma
aprovação desses 4,5, vai acontecer o que vem acontecendo pelo menos há 10 anos.
(Quase o tempo de permanência do PT no governo). A inflação sobe sempre, não respeita o “centro
da meta”, agora ultrapassa até o que chamam de “alto da meta”.
E Dona Dilma ainda
tem a audácia de afirmar: “Todos pagam imposto de renda”. No seu tatibitati
habitual, quer insinuar que os ricos também pagam imposto de renda, e seriam
beneficiados se a redução fosse de 6,5.
Essa é a
presidentA, que pensa (?) que os ricos se preocupam com o pagamento do imposto
de renda. Sonegam, parcelam, se omitem, nada lhes acontece. Só que para o Planalto
pode ser uma semana de derrotas no Planalto. E com a Lava-jato vindo a público,
pode não haver ninguém vencedor.
Popularidade e impopularidade.
Cientistas
políticos, economistas, sociólogos, supostos historiadores, descobriram a pólvora.
Só não podem distribuir nenhum Nobel, não ganharam fortunas com armas, Armamentos
e guerra a partir de 1890 como ele ganhou. Mas pelo menos escrevem ou falam
para aconselhar Dona Dilma, estão sempre dispostos a servir ao poder.
Dilma não lê
nada, mas fizeram chegar a ela; “os escândalos e não apenas da Petrobras,
atingirão sua popularidade”. São bem intencionados, mas péssimos analistas e
assim não ajudam a presidentA.
De que
popularidade estão falando? Dos 3 milhões de votos que garantiram a reeleição?
Ou da resposta de 77 por cento dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha e
geraram a impopularidade, “visível a 30 milhões do delta do Nilo”, como dizia Alexandre?
Só que ele
era um vencedor, amigos e inimigos diziam a mesma coisa. O “trunfo” que dona
Dilma apregoa, se parece, mais com eutanásia menos com suicídio: “Posso fazer o
que quiser, não vou disputar mais nenhuma eleição”.
Respostas.
Marina
Assumpção, respeito todas as crenças e convicções religiosas, desde que sejam
autenticas e não utilizadas e televisadas com dinheiro usurpado até com cartões
de crédito. Todos os meus filhos foram crismados e batizados. Rosinha, (que me
deixou há três meses depois de 57 anos de união admirável), fazia questão
desses atos, mas não influenciou os filhos.
Minha
primeira admiração foi Jesus Cristo, o Pensador e Revolucionário. Depois, aprisionado
pela belíssima mas contraditória liturgia da Igreja Católica, foi transformado
em “Criador do Mundo’”. Nada mais enganador. Com 20 anos de idade, comprei 15
exemplares do “Capital” de Karl Max. Minha segunda admiração.
Fui lendo e
anotando, vi que o grande pensador alemão, (eterno mas suas ideias ficarão para
sempre mas não dominarão o poder) aprendeu e não escondeu que suas ideias no
setor social vinham de Jesus Cristo. Cheguei a pensar em escrever um livro,
tinha até o titulo: “Marx, constatação e contestação”.
Impossível
localizar numa vida tão tumultuada, quando ou a razão de não tem concretizado
a ideia. Órfão de pai aos 9 anos e de mãe aos 11, surpreendentemente cheguei
aos 93 de hoje. Comecei a viver muito cedo, vivi demasiadamente.
Paulo Cesar Trindade.
Juscelino não trouxe nenhuma indústria automobilística para o Brasil. Esse é um
erro e um equívoco industrial, político, administrativo e jornalístico. Surgiu
de uma constatação capitalista da poderosa indústria automobilística dos EUA. Exportavam
os carros prontos para quase todo o mundo. (exceção da Europa que fabricava
carros fantásticos na Itália, França, Alemanha).
Com a segunda
Guerra Mundial, as exportações caíram acentuadamente, todos os países envolvidos
na fabricação de outras coisas, toda indústria existente, transformada em
produção para a guerra. Sem poder vender, levaram mais de 10 anos desenvolvendo
a ideia altamente lucrativa; exportar peças, o que era muito mais barato, mais
rápido, mais rendoso. Surgiu então o que passou a se chamar de MONTADORAS, que
começou no Brasil em 1957.
O Brasil também
abandonou as ferrovias. JK nem pensou nisso. O crescimento dos EUA começou com
imigrantes do mundo todo, que almejavam o badalado “sonho americano”. Depois, a
preocupação com o desenvolvimento. Basearam tudo nas ferrovias e depois nas
estradas.
Construíram
ferrovias que cobriram todos os estados. Naqueles extraordinários filmes “faroeste”,
se vê que o governo privilegiava as estradas de ferro, passavam por cima das
grandes fazendas. Quando em 1890, o genial Henry Ford, lançou o primeiro carro,
os americanos estavam prontos para recebê-los, passaram a construir estradas.
O Brasil não
imaginou que um país tem que se desenvolver com ferrovias e estradas. Quando
pensou em trens, com muito atraso, vieram a Leopoldina Railway, São Paulo Tramway,
Pernambuco Tramway, e outros “estrangeirismos” (Monteiro Lobato), depois
transformadas em multinacionais exploradoras e enriquecidas, sem progresso.
Victor Bernardes,
o impeachment não é uma crença ou convicção apenas ocasional e circunstancial.
Você tem razão quando assinala o poder enorme dos que se transformam em
presidentes. Mas esse tipo de “solução” constitucional, se alimenta e se
estimula, com o fracasso precisamente dos que chegaram ao poder e não fizeram
nada, se omitiram ou fizeram errado.
Não se pode
planejar com antecedência, não acredito nisso. Mas existe. Um só exemplo; em
1968, Nixon foi eleito presidente. Em 4 de novembro de 1972 era reeleito. Em 20
de janeiro de 1973 tomava posse para o segundo e último mandato. Menos de 1 ano
depois já estava no chão, trocou o impeachment pela renúncia. Entre a
deposição, cassação e prisão ou a liberdade, não havia nem espaço para a dúvida.
PS- Hoje,
terça-feira, ás 6 horas da tarde reunião de protesto contra ladrões que
assaltaram a Petrobras, e defesa da empresa, que não tem nada com isso. Será na
ABI, que cedeu seu salão principal, parta essa convocação patrocinada pelo Sindicato
Nacional dos Petroleiros.
PS2- Esses
trabalhadores, que se arriscam diariamente sem a mínima segurança, agora se arriscam
duplamente, pois combatem de frente todos os que se juntaram para assaltar a
maior empresa do Brasil.
PS3- Parece inacreditável
mas é rigorosamente verdadeiro. Muitos órgãos do próprio governo, todos com a
sigla terminando em U (TcU, AgU, CgU) se juntam para defender as empreiteiras.
PS4- Tiraram
até dos dicionários, a palavra não usada, L-E-N-I-E-N-C-I-A, para que o “Brasil
seja salvo pelas empreiteiras e seus executivos”, que pagariam apenas multa. Na
reunião de hoje na ABI, todos compreenderão que isso é IMPOSSÍVEL.
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Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os
colunistas, através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
As respostas serão publicadas aqui no rodapé das matérias. (NR).
Tribuna online.
Seu leitor assíduo, Jonas Barreiras, petroleiro há 23
anos. Já fui embarcado, em navio graneleiro, plataforma e trabalhei em terra
nos dutos da petro. Sei o quanto eu e meus companheiros lutamos por esse patrimônio
e símbolo de nacionalismo. Viva a Petrobrás, livre. Fora a RedeGlobo que só
quer os anúncios pagos a peso de ouro, para sustentar uma cambada de
preguiçosos e falsos brasileiros. Macaé - RJ
Helio Fernandes,
Peço quando for
possível, escreva sobre a renúncia de Jânio Quadros. Com meus amáveis
cumprimentos. - Maria Cecilia Durandt - Sorocaba - SP.
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