A PEC DA BENGALA, OBSESSÃO DO PLANALTO.
O PMDB E TODOS OS PARTIDOS TÊM QUE TER CANDIDATO. ALMOÇO E JANTAR DE GRAÇA.
HELIO FERNANDES
25.02.15
O autor da
ideia, que quase concretizou, se chama Luis Inácio lula da Silva. Em outubro de
2009, praticamente faltando 1 ano para terminar o segundo mandato, começou a
trabalhar para que Ministro dos tribunais superiores (Supremo, Superior de
Justiça, Superior Militar) só caíssem na “expulsoria” aos 75 anos e não aos 70.
Cometeu um equívoco,
com duas pontas ou exigências, que invalidam a proposta. O primeiro parecia o
mais difícil, mas Lula quase conseguiu. O segundo, nem catalogado como
obstáculo, foi intransponível.
1 – Lula queria
uma PEC ampla, aumentando seu mandato até 2012, estendendo também o dos
governadores. Houve resistência, mas com habilidade Lula ia conseguindo.
2 - O que derrotou a PEC: todos os outros setores
da Justiça, da primeira instancia aos juízes federais, desembargadores
estaduais e federais, exigiam entrar no beneficio. E mais grave ainda, o que
levou Lula a desistir: funcionários públicos, médicos, professores, advogados,
arquitetos, milhões deles, que também caem na compulsória aos 70 anos,
reivindicaram o mesmo direito. Aí não dava.
Agora não
querem aprovar essa PEC, supostamente para impedir Dona Dilma de nomear mais cinco
Ministros. Se a PEC não for aprovada, a presidente nomeia os substitutos de
Celso de Mello, Marco Aurélio, Lewandowski, Rosa Weber e Teori Zavaski. Ainda
existe uma vaga de Joaquim Barbosa, já dependendo dela a seis meses.
Pode será
votada a qualquer momento, se o desentendimento PMDB-Dilma se prolongar. Tudo pode
acontecer.
Luiz Inácio Adams.
Advogado Geral
da União, queria ir para o Supremo, esteve muito perto há alguns anos. Flagrado
privilegiando empresas de um ex-senador que “explorava ilhas da União em São Paulo”,
foi expulso da lista, antes mesmo de ser nomeado.
Agora voltou
a ambição, Dona Dilma está entusiasmada com seu trabalho a favor das empreiteiras.
Se o Planalto e o Advogado Geral da União conseguirem a leniência para essas
empreiteiras corruptas e corruptoras, e a PEC da Bengala não for aprovada, Dona
Dilma não esquecerá de Adams. Cinco vagas para preencher? Pelo menos uma tem
que ser para ele.
Almoço e jantar de graça.
Sempre insistem
que no capitalismo isso não existe. Pois anteontem, (segunda) as duas coisas
aconteceram. Não simultaneamente, porque almoço é á tarde e jantar, á noite.
Começou com o depreciativo Aloizio Mercadante, que sem avisar foi almoçar com
Eduardo Cunha.
Este, surpreendido,
saiu pela porta dos fundos, sem paletó, foi abraçar o Chefe da Casa Civil no
estacionamento, O Presidente da Câmara está satisfeito com a residência oficial,
mas sonha com uma outra, consequência da elevação da hierarquia sucessória.
Logo que foi
eleito presidente da Câmara, fez declaração na televisão, mostrando hostilidade
benigna: “Posso conversar (com Dona Dilma) mas não recebo intermediários ou emissários”. Depois
do encontro com Mercadante, sobraram muitas análises ou conclusões.
Pode se
considerar tão triunfante, que permite a concessão até de uma conversa com
sabor de reencontro. Quem sabe tenha percebido que não avançou tanto quanto
esperava, imaginava ou acreditava.
Teme (não confundir
com Temer adversário nas hipóteses surrealistas, por enquanto) que seus dois
anos como presidente da Câmara terminem sem nada acontecer. Eduardo Cunha não é
tratadista para ser citado, mas sabe muito bem que só poderá personagem importante
até 1º de fevereiro de 2017.
Estes dois
anos de agora serão terríveis, tumultuados, praticamente tenebroso para o
governo. Mas não serão definitivos. Os
dois últimos é que serão cruciais. E ele então estará esquecido e superado,
transformando a escolha do novo Presidente da Câmara numa tragédia grega.
O jantar de graça.
Esse foi proporcionado
e empolgado pelo ministro da Fazenda, o segundo Joaquim. Sua atuação é patética,
tentando oferecer otimismo vazio a todo país, que mergulhou no pessimismo, não tão
crônico mas pelo menos anacrônico, para um país-continente como sempre o Brasil
foi considerado.
Para o
Ministro da Fazenda, a segunda feira foi estafante, mental e fisicamente. Falou
durante horas para quase duzentos empresários, que conversavam enquanto ela
tentava mostrar, sem provar que a economia vai bem. Um tempo enorme
desperdiçado.
Textual:
"Não há nada de problemático com a economia brasileira". Muita gente
riu, tentou se corrigir: "A economia deu uma escorregadinha". Ele
mesmo se surpreendeu com a seriedade da plateia, ninguém estava levando a sério
o que ele dizia, principalmente e contradição.
Para
terminar, já passava das 18 horas, foi amontoando uma porção de frases feitas,
principalmente sobre ajuste fiscal. Perguntaram "qual a garantia que ele
dava sobre os resultados das medidas", saiu correndo, foi para o
aeroporto, pegou o avião, (da FAB) precisava ir ao jantar na residência oficial
do vice-presidente. Chegou antes de Eduardo Cunha, que estava operando o
Picciani.
No
Palácio Jaburu, o segundo Joaquim sabia que estava diante de um grupo que podia
criar muitos problemas, foi cauteloso. Perguntou duas vezes pelo presidente da
Câmara, ninguém respondeu. Insistiu, "o Brasil precisa de investimento,
temos que atrair investidores".
Começou a
falar sobre reforma cambial e a alta do dólar, o Presidente do Banco Central
estava presente, mudou de rumo. Terminou com a repetição do que vem falando:
"Estamos arrumando a casa, isso leva tempo".
Depois da
segunda feira cansativa, Joaquim Levy ontem, terça, se reuniu por horas com os
mais importantes líderes do PMDB. E a queixa do partido foi contundente, e para
o Planalto, alarmante. O mínimo que Renan Calheiros falou: "Não
participamos das medidas econômicas, não podemos ser responsabilizados".
Dona Dilma não sabe o que fazer.
Regina
Amadeu, Silvio Moreira, Antonio Azevedo, Milton Souza, querem saber minha
posição em relação a esses bancos que recebem fortunas de ladrões do mundo
todo. Principalmente desse HSBC da Suíça. É evidente que combato esses bancos
aqui mesmo no Brasil, por que não combateria poderosos que pagam multa e pedem
DESCULPA?
Esse
presidente do HSBC, a maior autoridade, foi indicado e investigado por
autoridades, e terá que explicar quais são os depositários, seus nomes quanto
depositaram e de que países. Prestarão depoimentos com informações
privilegiadas, diante de Procuradores do mundo inteiro, roubados com
cumplicidade dos bancos suíços.
Jornalistas
independentes, criaram grupo investigativo, e arrolaram centenas de depósitos,
em dezenas de bancos, com bilhões de dinheiro roubado.
Antigamente
existia um ditado popular, que dizia, "ladrão que rouba ladrão tem 100
anos de perdão". Com agradecimento a vocês estou mudando esse ditado,
passa a ser assim: "Ladrão (banqueiro) que protege ladrão (empresário) tem
que pegar 100 anos de prisão".
Meus
parabéns, Jonas Barreiras, você fez todo o trajeto de um petroleiro. Trabalhou
em navio graneleiro, em plataforma, e até em dutos da Petrobras. Ninguém vai
destruir, destroças ou demolir a empresa. E você escreve de Macaé, que se
tornou uma grande cidade por causa da Petrobras.
Jamais
afirmei, Willian Brito Passos, que o PMDB chegaria á presidência. Defendo ha
anos e anos, que todos os partidos sejam obrigados a terem candidato próprio a
presidente. Se não lançarem candidato, perdem direito ao fundo partidário e ao
horário de televisão. O PMDB tem o vice-presidente, o presidente da Câmara e do
senado, exige maior participação no "troca-troca". Uma vergonha.
A
cumplicidade do PMDB com o poder não é de agora. FHC que apesar de ser
financiado pela Fundação Ford, pregava austeridade, nomeou Renan Ministro da
Justiça. Esse mesmo, Renan Calheiros.
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As respostas serão publicadas aqui no rodapé das matérias. (NR).
Helio,
Quanto
tempo você acredita que os jornais e revistas de papel ainda estarão nas
bancas? – Oneide Coutinho – Rio de Janeiro.
Blog
do Helio Fernandes.
Aprecio
seu vasto conhecimento, por isso quero explorara seu talento. Na sua opinião
qual seria a fórmula para acabar com o terrorismo no mundo? - Wilson de Souza Martins – São Paulo-SP
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