35 OU 36 ANOS DA INDENIZAÇÃO DA TRIBUNA
*Tramitando
ha 36 anos, o processo de indenização do jornal Tribuna da Imprensa, contra a
União, em que pese inúmeras manifestações dos seus advogados, ainda não foi
resolvido.
No inicio do mês o advogado Luiz
Nogueira, fez a petição que segue:
Conforme informação do site do Superior Tribunal de Justiça, está concluso para
decisão do Exmo. Sr. Ministro Humberto Martins, da 2ª. Turma, o recurso
especial no. 1503023/RJ, interposto contra acórdão do TRF da 2ª. Região, em que
são recorrentes a S/A Editora Tribuna da Imprensa, do Rio de
Janeiro, e a União Federal.
Esse processo, que tramita há 35 anos na Justiça Federal, e que já foi julgado
várias vezes pelo STF e STJ, com ganho de causa pelo jornal, objetiva o
recebimento de indenização pelos vultosos prejuízos causados a essa
empresa de comunicação por conta da implacável censura e perseguição sofrida
durante 10 anos, de 1968 a 1978, sob o regime militar-ditatorial.
De não se esquecer que a Tribuna da Imprensa foi um dos poucos
jornais brasileiros a sofrer sórdida perseguição por parte dos
governantes militares por cerca de dez anos, enquanto os outros apoiavam o
regime militar e enriqueciam à sua sombra.
Por outro lado, pede-se a atenção de V. Exa., considerando sobretudo a
idade do principal diretor do jornal, HÉLIO FERNANDES, hoje, com 94 anos, e a
não menos preocupante penúria vivida por muitos dos ex-funcionários da empresa
e seus credores. No caso, desnecessário lembrar o que dispõem a LOMAN
(Lei Orgânica da Magistratura Nacional) e o inciso LXXVIII do artigo 5º., da
Constituição Federal: “a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação”.
Como as teses levadas ao Tribunal da Cidadania envolvem matéria já
reiteradamente decidida pelas instâncias superiores, tais como data inicial da
incidência de correção monetária e a inclusão ou não dos índices dos
expurgos inflacionários decorrentes dos famigerados e mal sucedidos planos
econômicos, apela-se pela preferência no julgamento desse recurso especial.
Respeitosamente, assoberbada por dezenas de milhões de processos, a
Justiça brasileira dia após dia vem perdendo agilidade, em que pesem a
dedicação e o zelo de nossos magistrados. Constatação essa que levou há dias o
conceituado jornal “O Globo”, do Rio de Janeiro, a destacar em editorial
que, “inegavelmente, a justiça brasileira é lenta e a morosidade representa a
própria negação do ato de fazer justiça”.
No aguardo das providências cabíveis, agradecido, reitero os protestos de
consideração.
LUIZ NOGUEIRA OAB/SP 75708
Ao Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS
SEGUNDA TURMA DO STJ- Relator do REsp no. 1503023.
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Comentário
atualização de Helio Fernandes:
Em
1979, logo depois da farsa e da auto-anistia-dos generais torturadores, os dois
grandes advogados e personagens, Dario de Almeida Magalhães e Prudente de
Moraes neto, me propuseram entrar com ação de indenização da Tribuna contra a
União.
Imediatamente
respondi: "Contra a União não, quero responsabilizar os
"presidentes" Médici e Geisel, os maiores perseguidores do
jornal". Me abraçaram fortemente, disseram, "será um julgamento
histórico".
Como
os dois generais tinham foro privilegiado, ganhamos logo na primeira instancia,
mas o advogado deles, Alfredo Buzaid, ex-ministro da Justiça, levou o processo
para o então Tribunal Federal de Justiça, perdemos de 6 a 5. Ficou 5 a 5,
faltava votar o presidente. Foi ao "presidente" Figueiredo, informou:
"O processo da Tribuna da Imprensa está comigo darei a vitoria para um lado
ou para o outro. Votarei contra o jornal, mas quero ir para o Supremo".
Reposta do general-"presidente". "Tenho compromisso para a primeira
vaga, a segunda é tua". Lógico, ele foi para o Supremo. Recorremos para
esse Supremo, perdemos de 7 a 4.
A
ação passou a ser exclusivamente contra a União. Mais um processo dos 94
milhões que transitam pela justiça, e dos quais, mais de 70 por cento têm a
União como ré ou como autora. Que tem uma porção de regalias e privilégios
legais, fora os ilegais, o poder de pressão.
O
jornal ganhou em todas as instancias, incluindo o Supremo, por u-n-a-n-i-m-i-d-a-d-e.
Em 2008, num voto lapidar do decano Celso de Mello, seguido por todos os
ministros, está dito: "A ação da Tribuna da Imprensa transitou em julgado,
a União tem que pagar a indenização da Tribuna da Imprensa,
i-m-e-d-i-a-t-a-m-e-n-t-e".
Amigo
do Aurélio e do Houaiss, consultei os dicionários deles, não sabem de nada.
Definem magistralmente o que é essa palavra IMEDIATAMENTE, jamais imaginariam
que depois de SETE ANOS, esse IMEDIATAMENTE ainda não tenha sido executado. Só
o direito do jornal e dos seus funcionários e a respeitabilidade da Justiça
foram EXECUTADOS.
A PETROBRAS COMANDA O ESPETACULO. HAJA O
QUE HOUVER COM O NOME ESCOLHIDO PARA PRESIDI-LA E POR QUANTO TEMPO, A EMPRESA
NÃO SAIRÁ DAS MANCHETES TÃO CEDO.
HELIO FERNANDES
06.02.15
Alem
de todo suspense e expectativa a respeito do novo presidente da Petrobras, o
fato mais retumbante de hoje (ontem) foi a prisão de João Vacari Neto.
Tesoureiro nacional do PT, as acusações contra ele são de tal importância, que
foi imediatamente preso e levado para Curitiba.
A
sua prisão atinge toda a cúpula do PT. O depoimento que levou á sua prisão, é fortemente
documentado. E acusa: “é o maior coordenador do grupo de empreiteiras, recebeu
20 milhões nos últimos 10 anos”. Normalmente e a palavra chave, TERIA recebido,
foi substituída por outra, RECEBEU.
O
triangulo, Petrobras-corrupção-Lava-jato, não se dissolve de maneira alguma. E
domina tudo. Vejamos. A eleição para presidente da Câmara e do senado subtraída
aas revelações da Lava-jato. Renan que é o mais fortemente suspeito, revela
enorme ansiedade, discriminou adversários, que não tiveram cargo na mesa do
senado.
E
está entrando duramente em “duelos verbais” que comprometem. Esse desmando
exatamente no momento em que a BR Distribuidora, poderosa empresa do esquema
Petrobras é acusadissima pela Lava-jato. Nenhuma duvida: há 10 anos Renan
indicou Sergio Machado para dirigir essa potencia. Foi o primeiro a ser “afastado
por 30 dias”, falei logo, não voltará mais.
A CPI Lava-jato, e o ministério Dilma.
Ontem
foi consultada (?) a nova CPI sobre a Petrobras. (O governo pretende que seja
mista, não estão obtendo sucesso). Transferirão para depois do carnaval a
indicação dos membros da CPI.
Por
que não indicaram logo? Obvio. Como deputados em quantidade são acusados ou
indiciados, fatalmente muitos estariam na Lava-jato tiveram que ser
desconvidados. Lamentável mas rigorosamente verdadeiro.
O próprio
Mangabeira Unger ficou surpreendido ao ser notificado e não convidado de que
voltaria a ser Ministro de Assuntos Estratégicos. A lembrança do seu nome é mais
do que suficiente para mostrar o descontrole, a desorientação e a contradição
de Dona Dilma. O senhor Mangabeira Unger é uma charge que ainda não saiu no “Charlie”,
pelo fato de não ter religião.
Mas não
se pode negar que o filosofo tem ideias. Pelo menos duas podem ser lembradas. A
primeira, textual e mais antiga: “Garanto que o governo Lula é o mais corrupto
da nossa História”. Como é um filosofo que revê seus pensamentos, dois anos
depois inocentava Lula e “aceitava” ser ministro inútil, como tudo que acontece
em sua vida.
O
que se fala em Brasília: como Unger fazia restrições a Dona Dilma e estaria
propenso a coloca-la na historia da corrupção, junto com Lula, consagrou a sua
segunda ideia antes de ser atingido pela primeira. Devia ter sido nomeado
presidente da Petrobras. Estaria no antro da corrupção e resolveria um problema
urgente.
Também
podia ter sido colocado na Casa Civil. Ele e Mercadante são duas caricaturas deformadas.
Todos riem deles, até mesmo os que não conseguem estabelecer a diferença entre
charge e caricatura.
A nova fase da Lava-jato
Dentro
desse assombroso escândalo de corrupção na Petrobras, não se esgotou o
assombro. E a sensação de ontem, que dominou totalmente o dia, foi a descoberta
do exibicionismo da riqueza ilícita dos empreiteiros. É bom lembrar: apenas
executivos, nenhum dono ou acionista majoritário foi preso ou sequer
incomodado.
Com
as denuncias, a Polícia Federal fez apreensões inacreditáveis, com vídeos
sensacionais. Prendeu e levou para depor o tesoureiro Nacional do PT, acusado
de desviar 200 milhões de dólares (500 MILHÕES DE REAIS) em 10 anos. Um
ministro do PT, afirmou matreiramente: "O fato do tesoureiro Nacional do
PT estar nessa situação, não afeta o governo".
É a
tentativa de blindar (a palavra usada) o governo, separando-o do PT
propriamente dito. A propósito: durante essa crise toda Lula e Dilma não se
encontraram, não se procuraram, não se falaram, lógico, não se entenderam.
Lula
revoltado, falando horrores. Dilma tranquila dentro do que ela mesma definiu
como estratégia: "Nada me atinge, não vou disputar mais eleição". Ela
está certíssima. Ter chegado até onde chegou, já é um lucro colossal. E cada
dia no segundo mandato, que vitória.
Os
manipuladores ontem não apareceram, por
isso o movimento foi normal. As duas ações da Petrobras, não caíram nem subiram
de 10 reais, rigorosamente dentro da normalidade. A Bovespa fechou em 0,14
rigorosamente estável.
Até
ás oito da noite de ontem, continuava a busca desesperada de um nome para
presidir a Petrobras. Não tendo conseguido nada, Dona Dilma "delegou"
o problema para o segundo Joaquim. Nova estratégia ou "ação
inteligente". Ela não perde nada em nenhuma hipótese, se ele decidir, será
com um empresário comprometido. (Com ele mas também com ela, o governo).
Insinuaram
vários nomes sem cacife. Mas garantiram: "Até amanhã, hoje, ao meio dia a
Petrobras terá novo presidente". Alguns bem informados e até irônicos, gozavam
: "Nem que seja provisório".
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Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os
colunistas, através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
As respostas serão publicadas aqui no rodapé das matérias. (NR).
Tribuna
- blog do Helio Fernandes.
Por que
apelidaram o grupo feminino que apoiava Carlos Lacerda, de “as viúvas do Lacerda”?
E Sandra
Cavalcanti fale sobre ela?
E do fracasso
quando disputou em 1982, aquela eleição do “Brizola na cabeça”.
Jose Nélio
Nascimento – Rio de Janeiro – RJ
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