Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 27 de julho de 2018


RODRIGO MAIA (E DEM) APOSTAM TODAS AS
FICHAS EM ALCKMIN

HELIO FERNANDES

Exatamente ha 3 meses publiquei com exclusividade: o presidente da
Câmara não é mais presidenciável. Trocou a candidatura em 2018 pela de
2022. Seu lançamento agora, fragilizado, deu lugar a um novo projeto e
atividade conseqüente: coordenador de candidato forte, na sua
avaliação, praticamente invencível. Como coordenador tinha acesso a
todas as possibilidades para sua reeleição como presidente da Câmara.

Seu objetivo e conclusões se mostravam positivos, se dedicou
inteiramente a concretizá-lo. Estava conversando com todos os
presidenciáveis e seus partidos de origem, naturalmente avaliando
quem tinha mais possibilidades de crescer, favorecendo o crescimento
da bancada parlamentar do DEM. E investindo na sua reeleição como
presidente da Câmara.

Os mais íntimos dizem abertamente: "Rodrigo Maia é a maior revelação
da política brasileira". Não é absurdo ou  surpreendente. Está no
quinto mandato de deputado, 4 deles completamente desconhecido ou
ignorado.

No quinto mandato, o cargo de vice ficou vago, Maia acumulou
a presidência da Câmara com a presidência da Republica ocasional. E se
projetou de forma inacreditável, surgindo como presidenciável para
agora, 2018. Mas teve o bom senso de desistir e tentar aumentar o
cacife para 2022.

Durante os últimos 3 meses, colocou o pai também na jogada. Depois que
deixou à prefeitura, Cesar se candidatou a senador, perdeu. Mais 4
anos, derrotado para governador. Eleito vereador, é a sua vocação.
Agora, no fim da carreira, tenta rejuvenescer politicamente, candidato
novamente a governador acha que pode se eleger ajudando o filho.

Só que Rodrigo Maia cometeu o grande erro da sua estratégia. Decidiu,
escolheu, apoiou o ex-governador Alckmin. Na semana passada, ele
pessoalmente, e o DEM, partidariamente fecharam com o candidato do
desmoralizado PSDB e o inexistente PTB. Foi seduzido e convencido por
vários fatores, todos vulneráveis e sem a menor garantia.

1- Considera que Alckmin é o melhor candidato pessoal, a base
eleitoral de SP, preponderante. Em 2006 tinha tudo isso, era o mesmo"
picolé de xuxu", e tem mais 12 anos.

2- Maia avaliou que o empresário José Gomes, (filho do vice de Lula)
seria reforço poderoso. Convidado, declarou publica e taxativamente:
"Não serei vice de Alckmin". Não era uma opinião e sim um veto.  Não foi mais encontrado.

3- Considerou que Alckmin teria o maior tempo de televisão, trabalhou
muito para isso. Agora, inesperadamente, pode chegar a 5 minutos,
desperdiçará tudo, não tem o que dizer. (Carlos Lacerda e Brizola, com
esse tempo empolgariam o eleitor, ficariam esperando o dia seguinte).

4- A reputação de vestal do ex-governador, se esvaiu, ele se consome
em desmentidos. Mas os sinais não desaparecem.

Maia acredita que é porta-voz e conselheiro principal do candidato.
Deu entrevista á Folha, doutoral e até episcopal. Não deixou nada
para Alckmin, convencido que tem nada a dizer, o que é uma realidade.

Não para ser exibida dessa maneira Inacreditável mas textual: "Alckmin
precisará saber dividir espaços de poder e construir frente melhor".
Lógico que o candidato não gostou, foi tratado como primário.

Disse á repórter Marina Dias, que perguntou sobre a reeleição para
presidente da Câmara: "A disputa para presidente da Câmara, só é
revelada depois da eleição presidencial e da relação de forças no
Parlamento. È óbvio que se esse campo for vitorioso, e eu espero que
seja, e eu for eleito deputado, meu nome será lembrado e é forte".

Falsa modéstia na duvida sobre sua volta como deputado.
Arrogância em apregoar que é forte candidato á presidência.

Incoerência na duvida se volta deputado, e a certeza de que é forte
para se reeleger, presidente da Casa.

PS- Quanto a Alckmin, se o programa Roda Viva tivesse mais audiência e
prestigio, ficaria envergonhado com a própria entrevista.
 
MAIS RODRIGO MAIA
 
Mais de 3 meses depois de eu dizer que ele não era mais presidenciável.
4 horas após a entrevista quase de pagina inteira á Folha.
 
Horas depois que escrevi a matéria acima, que ele só vai ver agora.
 
Finalmente, ontem bem tarde, foi á televisão e afirmou: "Não sou mais
presidenciável"
 
Só não sabia quem não tomou conhecimento da minha revelação.


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