RODRIGO MAIA (E DEM) APOSTAM TODAS
AS
FICHAS EM ALCKMIN
HELIO FERNANDES
Exatamente
ha 3 meses publiquei com exclusividade: o presidente da
Câmara
não é mais presidenciável. Trocou a candidatura em 2018 pela de
2022. Seu
lançamento agora, fragilizado, deu lugar a um novo projeto e
atividade
conseqüente: coordenador de candidato forte, na sua
avaliação,
praticamente invencível. Como coordenador tinha acesso a
todas as
possibilidades para sua reeleição como presidente da Câmara.
Seu
objetivo e conclusões se mostravam positivos, se dedicou
inteiramente
a concretizá-lo. Estava conversando com todos os
presidenciáveis
e seus partidos de origem, naturalmente avaliando
quem
tinha mais possibilidades de crescer, favorecendo o crescimento
da
bancada parlamentar do DEM. E investindo na sua reeleição como
presidente
da Câmara.
Os mais íntimos
dizem abertamente: "Rodrigo Maia é a maior revelação
da política
brasileira". Não é absurdo ou
surpreendente. Está no
quinto
mandato de deputado, 4 deles completamente desconhecido ou
ignorado.
No quinto
mandato, o cargo de vice ficou vago, Maia acumulou
a presidência
da Câmara com a presidência da Republica ocasional. E se
projetou
de forma inacreditável, surgindo como presidenciável para
agora,
2018. Mas teve o bom senso de desistir e tentar aumentar o
cacife
para 2022.
Durante
os últimos 3 meses, colocou o pai também na jogada. Depois que
deixou à
prefeitura, Cesar se candidatou a senador, perdeu. Mais 4
anos,
derrotado para governador. Eleito vereador, é a sua vocação.
Agora, no
fim da carreira, tenta rejuvenescer politicamente, candidato
novamente
a governador acha que pode se eleger ajudando o filho.
Só que
Rodrigo Maia cometeu o grande erro da sua estratégia. Decidiu,
escolheu,
apoiou o ex-governador Alckmin. Na semana passada, ele
pessoalmente,
e o DEM, partidariamente fecharam com o candidato do
desmoralizado
PSDB e o inexistente PTB. Foi seduzido e convencido por
vários
fatores, todos vulneráveis e sem a menor garantia.
1-
Considera que Alckmin é o melhor candidato pessoal, a base
eleitoral
de SP, preponderante. Em 2006 tinha tudo isso, era o mesmo"
picolé de
xuxu", e tem mais 12 anos.
2- Maia
avaliou que o empresário José Gomes, (filho do vice de Lula)
seria
reforço poderoso. Convidado, declarou publica e taxativamente:
"Não
serei vice de Alckmin". Não era uma opinião e sim um veto. Não foi mais encontrado.
3-
Considerou que Alckmin teria o maior tempo de televisão, trabalhou
muito
para isso. Agora, inesperadamente, pode chegar a 5 minutos,
desperdiçará
tudo, não tem o que dizer. (Carlos Lacerda e Brizola, com
esse
tempo empolgariam o eleitor, ficariam esperando o dia seguinte).
4- A
reputação de vestal do ex-governador, se esvaiu, ele se consome
em
desmentidos. Mas os sinais não desaparecem.
Maia
acredita que é porta-voz e conselheiro principal do candidato.
Deu
entrevista á Folha, doutoral e até episcopal. Não deixou nada
para
Alckmin, convencido que tem nada a dizer, o que é uma realidade.
Não para
ser exibida dessa maneira Inacreditável mas textual: "Alckmin
precisará
saber dividir espaços de poder e construir frente melhor".
Lógico
que o candidato não gostou, foi tratado como primário.
Disse á
repórter Marina Dias, que perguntou sobre a reeleição para
presidente
da Câmara: "A disputa para presidente da Câmara, só é
revelada
depois da eleição presidencial e da relação de forças no
Parlamento.
È óbvio que se esse campo for vitorioso, e eu espero que
seja, e
eu for eleito deputado, meu nome será lembrado e é forte".
Falsa
modéstia na duvida sobre sua volta como deputado.
Arrogância
em apregoar que é forte candidato á presidência.
Incoerência
na duvida se volta deputado, e a certeza de que é forte
para se
reeleger, presidente da Casa.
PS-
Quanto a Alckmin, se o programa Roda Viva tivesse mais audiência e
prestigio,
ficaria envergonhado com a própria entrevista.
MAIS RODRIGO MAIA
Mais de 3 meses depois de eu dizer que ele não era mais presidenciável.
4 horas após a entrevista quase de pagina inteira á Folha.
Horas depois que escrevi a matéria acima, que ele só vai ver agora.
Finalmente, ontem bem tarde, foi á televisão e afirmou: "Não sou mais
presidenciável"
Só não sabia quem não tomou conhecimento da minha revelação.
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