A conta do malogro da laboral é dos
juízes
“Com a reforma a situação passou a
ser caótica para os sindicatos. Agora pode ser observado que as verbas rescisórias
que historicamente representam a maioria das ações trabalhistas caíram mais de
80%.”
ROBERTO MONTEIRO PINHO
A insubordinação da corte trabalhista há muito vem
sendo alvo de críticas. Recente o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que o
TST tem má vontade com as empresas. E disparou: "Esse tribunal é formado
por pessoas que poderiam integrar até um tribunal da antiga União Soviética.
Salvo que lá não tinha tribunal". A declaração do ministro foi publicada
em diversos veículos de comunicação e se tornou um divisor entre a base do
judiciário e a sua mais alta cúpula.
Para quem sabe ler um “pingo e letra.” O ministro
do STF Teori Zavascki, reverteu a sentença de uma empresa que havia sido
condenada a pagar horas extras no TST. Em sua decisão, Zavascki disse que a
Constituição prevê que as normas coletivas de trabalho podem abordar salário e
jornada de trabalho e se um acordo firmado entre sindicato e empresa não passar
dos limites do que é razoável, ele se sobrepõe ao que está previsto na
legislação. Mais recado.
No andar de baixo dessa metamorfose protagonizada
pelos juízes do trabalho, estão seus servidores. Ferrenho defensor da extinção
da justiça laboral o deputado Nelson Marchezan JR, na Comissão de Trabalho
criticou o excesso de benefícios reservados para os servidores públicos: “Nós
aqui geramos 16 mil empregos na Câmara. E o nosso trabalhador aqui ganha até R$
30 mil por mês e tem auxílio refeição e tem auxílio creche de R$ 800 por mês.
Enquanto nós temos analfabetos espalhados por todo o Brasil. A cobertura do
ensino infantil é quase que vergonhosa, em quase todos os municípios. Mas quem
ganha 30 mil por mês, tem auxilio creche aqui, em todo o Judiciário e em todo o
Ministério Público”.
Ao concluir acentuou que o Estado
é grande e toma renda do trabalhador e com um conselho: “É importante que a
gente comece a defender aqui o interesse de quem paga o nosso salário, que é o
trabalhador, porque esse é o menos comentado e ultimamente tem sido comentado e
defendido nesse parlamento”.
Dados do Salariômetro da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), divulgados no dia 25 de julho indicam que as negociações
protocoladas no Ministério do Trabalho no primeiro semestre deste ano recuaram
39,6% ante 2017. Segundo Hélio Zylberstajn, professor da FEA-USP e coordenador
do projeto, a tentativa de incluir no acordo a contribuição sindical (que virou
facultativa após a reforma), alegando aprovação em assembleia, é o seu maior
entrave.
Sindicatos fecham portas -Com o
sistema de sindicato único e contribuição compulsória, o valor pago por
trabalhadores é dividido, hoje, por 10.926 entidades, segundo dados do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mesmo sem que elas efetivamente
representem tais empregados. Com a reforma a situação passou a ser caótica para
os sindicatos.
Agora pode ser observado que as verbas rescisórias que
historicamente representam a maioria das ações trabalhistas caíram mais de 80%.
O relatório Justiça em Números, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), mostra que, em 2014, elas representaram 44% das ações ingressadas
no Judiciário. No relatório de 2017, já foram apenas 16,29% do total.
Fusão com a Justiça Federal - O fato é que os Sindicatos já estão a deriva e
minguam seu caixa abastecido anteriormente pelo imposto sindical compulsório.
Antes mesmo de sepultar o imposto, parlamentares que atuaram na Comissão da
Reforma, criticaram o processo de eleição nos sindicatos, que em sua visão faz
com que os líderes perpetuem interesses próprios ao invés de defender o
trabalhador. “É estrutura arcaica, onde os presidentes trabalham para se
reeleger. De interesse do trabalhador não tem absolutamente nada”.
Fonte
desse colunista (a mesma que há dois anos deu subsídios para revelar aqui que o
texto da reforma seria aprovado) próxima ao grupo que trabalha o projeto de
extinção da justiça trabalhista informou que o limite para concluir a fusão com
a Justiça Federal é quando o estoque de 18 milhões de ações for reduzido pela
metade.
Para
acelerar os números, “o governo vai determinar que a especializada promova
diariamente acordos em processos que até
50% dos valores em que as partes fecharem acordo”.
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