O MINISTRO NOVATO, ARROGANTE E
PREPOTENTE, ANTEONTEM DEVOLVEU
O PROCESSO, PODE ACABAR O FÔRO PRIVILEGIADO
HELIO FERNANDES
O país
espera ha anos que acabe esse absurdo. Não existem números exatos, mas os que
são publicados, oscilam sempre entre 40 e 50 mil poderosos, pode até ser mais. Como
a função principal do Supremo é ser o "guardião" da Constituição,
cabia e cabe a ele defender o principio de que "todos são iguais perante a
lei".
O Brasil
é um dos países com mais Constituições. Mas todas elas garantem e preservam
esse direito inconstitucional. Por insistência do ministro Luiz Roberto
Barroso, a questão foi colocada na pauta, com ele mesmo como relator. Voto
magistral, condenando o privilégio. Passou a Alexandre Moraes, gastou um tempo
enorme, não votou,usou o arcaico pedido de vista, 3 ministros anteciparam o
voto, como protesto, 4 a 1 contra.
Agora
faltam votar apenas 5 ministros, 3 votos conhecidos, no mínimo 7a 2 fulminando
a excrescência. Depois de amanhã, quarta feira, a presidente poderia
colocar a questão na pauta, em menos de 1 hora estaria terminado.
Entrariam então nos importantes assuntos á espera.
A POLÊMICA AÉCIO NEVES, QUE NÃO VALE
UMA CRISE INSTITUCIONAL
Foi o próprio
Supremo que provocou a confusão e o tumulto das interpretações. A decisão
vinha de longe, foi bizarra e "meio" arquivada, ha meses, quando o
senador devia ter sido cassado e consequentemente preso. Sumiu, a impressão era
de que estava arquivado, reapareceu na quarta feira. Com o que chamaram
de medida cautelar, mas parecia prisão domiciliar noturna. Surpresa e
perplexidade total.
Quando
ninguém sabia o que fazer, do próprio Supremo surgiram vozes, contradizendo o
decidido. E o conselho: "O Senado pode desfazer e anular a decisão do
Supremo".
Como
essas vozes foram ouvidas bem tarde da noite de quarta, apressadamente
convocaram sessão do Senado para bem cedo da quinta. Às 9 da manhã, um número
enorme de senadores presentes, fingindo "solidariedade" a Aécio, mas
na verdade, em pânico que acontecesse o mesmo com eles.
Com
euforia votaram a URGÊNCIA necessária, 43 a 8. Contei tudo, levantaram a
sessão, surgiram muitas vozes discordantes. Pela primeira vez surgiu a
assustadora expressão, "crise institucional". Marcaram nova sessão
para terça feira(amanhã) escrevi: "Sexta, sábado, domingo, segunda, é
muito tempo".
O
Supremo, sempre sem noção de tempo, marcou sessão para examinar o assunto, para
o dia 21, quarta feira. Muito distante. Sem confirmação oficial, falam em
antecipação para o dia 18. Deviam se reunir hoje, segunda ou no máximo amanhã,
terça.Não percebem.
Mesmo
apavorados e perplexos, os senadores decidiram: desmarcaram a reunião de amanhã.
Todos ficaram sabendo: vão esperar primeiro o que acontecerá na sessão do
Supremo. Dos dois lados insistem: pode surgir uma solução "negociada",
que evite o pior. Mas até ontem não se falava no nome de nenhum "negociador".
Pelo Supremo só existe um nome: Carmen Lucia. Pelo senado, deveria ser o do
presidente Eunicio. Não tem vetos. Mas inúmeras restrições.
De
qualquer maneira, crise de tempo, crise de moralidade, crise de
credibilidade,um roteiro perfeito para o que chamam de crise institucional,que
só favorece o presidente corrupto e criminoso.
REFIS PARA CORRUPTOS, DEVIA GERAR PUNIÇÃO PARA RELATOR NÃO CONFIÁVEL
O refis para sonegadores de impostos,
principalmente o de renda, não devia existir. È um incentivo á sonegação de
grandes empresários. Não pagam o que devem, investem, obtêm enormes lucros,
sabem que logo, logo vem um refis, "acertam as contas" de maneira aprazível
e agradável.Uma violência contra os que pagam com dificuldade os impostos
exorbitantes.
Agora surgiu um outro refis especial, para
favorecer criminosos que estão devolvendo dinheiro roubado do
contribuinte. Terão redução de 90% nos juros, e 70% nas multas. O Diretor Geral
da Receita fez acusações tremendas contra esses ladrões do dinheiro da
comunidade. Mas ha mais e ainda mais grave.
Criaram uma Comissão Especial, e colocaram como
relator um empresário que será altamente beneficiado pelas regras e emendas que
ele mesmo criou. Alem do mais, esse relator é empresário com dinheiro mais do
que suspeito. Seu nome:Newton Cardoso jr.Seu pai foi um dos mais corruptos
governadores de Minas. Falavam, na epoca, em desvio de 3 bilhões. Eu mesmo
escrevi muito sobre isso.
Em 1998, estava em Paris para a Copa do Mundo. No
mesmo hotel, o empresário José Ermírio de Moraes com quem tinha excelente relacionamento,
ele, como este repórter, gostava muito de esportes. Como o Brasil só jogaria no
dia seguinte, combinamos almoçar no Bar do Teatro, excelente, frequentado por
artistas, intelectuais, músicos famosos.
Fomos a pé, num momento, ele parou em frente
a um edifício luxuoso, me falou: "Quem tem um apartamento neste edifício,
é o governador de Minas, Newton Cardoso". No mesmo dia escrevi sobre o
assunto. A matéria saiu na "primeira", com uma foto dele. Afinal era
governador de Minas. Ressaltei o bom gosto dele.
Essa Comissão tem que ser extinta, ou exigido o
pagamento de 100% dos juros, e 100% das multas. E terminarem para sempre esses
refis absurdos e degradantes.
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