VERGONHOSO, TENEBROSO JUDICIÁRIO, EXECUTIVO E LEGISLATIVO. DESEMPREGO É UM CASO
DE POLÍCIA. REFORMA TRABALHISTA PASSOU FÁCIL. NÃO TEM CULPADO E NEM RESPONSÁVEIS.
OPOSIÇÃO A REFORMA FOI DESASTROSA. E OS JUÍZES NADA SABEM. NADA JULGAM E QUANDO
JULGAM PRENDE O MOCINHO E SOLTAM O BANDIDO. REFORMA POLÍTICA PARA QUEM?
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Em
junho de 2013 milhões de brasileiros foram nas ruas para dizer: “Vocês não nos
representam”. A maior manifestação pública, desde as “diretas Já” não tinha
partido político, facções ou líderes. O pai do anarquismo, Bakunin, se
estivesse vivo, diria que atingiu naquele momento o ápice da rejeição a classe
política e ao estado.
O
fato é que desde então nada mudou, o descontentamento da sociedade, os
escândalos com corrupção reinante no executivo, legislativo e judiciário, se
tornou sinuoso, revelador e com surpreendentes episódios, se constituindo num
autêntico tsunami, envolvendo as mais altas e expressivas figuras dessa
República escabrosa, criminosa e mentirosa.
Por
outro lado é inegável que o legislativo, o judiciário e o executivo estão
contaminados pelo que se tem de mais cruel e avassalador para o povo
brasileiro.
A
mídia vem divulgando constantemente inúmeros escândalos praticados das mais
variadas formas, propinas, suborno, e com a venda de sentenças, data venia, a ponto de as próprias
instituições, terem atores que se manifestam indignados com a conduta desses
titulares de cargos públicos.
O resultado
está sendo cruel e catastrófico. Com uma taxa de desemprego em torno de 14% o
país amarga um dos seus piores desalentos para o trabalhador. A reforma trabalhista
pegou carona neste momento em que o segmento está fragilizado, para impor novas
regras, que vão colidir com direitos inalienáveis do setor laboral.
Em
que pese ser necessária a reforma errou em dois pontos cruciais: não realizou
consulta popular sobre o tema, não reduziu a jornada de trabalho (antigo pleito
dos trabalhadores) e permitiu erroneamente a ingerência de juízes trabalhistas
na elaboração das novas regras e do seu texto, sem mesmo ter dado publicidade
de que isso tenha ocorrido.
Citado
na obra “O Trabalho em Migalhas” por Georges Friedman, Edit. Perspectiva (...)
Marx percebeu, desde o início da segunda revolução industrial , que nas
condições por ela instauradas, a redução
de jornada de trabalho e o lazer ativo deviam adquirir uma importância capital
para a salvaguarda do desenvolvimento do indivíduo.
Olhando
neste universo da jornada, até mesmo sem o necessário fundamento de Marx, temos
aqui a maior omissão, seja proposital, da inserção no texto da reforma
trabalhista a redução da jornada de trabalho. Não pouco ainda a questão do
lazer.
Ainda
assim as questões em que substitui o legislado pelo negociado, insere a
obrigatoriedade de custas para o perdedor do processo, limitado a isenção até
dois salários mínimos. O último mais como fator inibidor, este não resistiria a
pergunta de que estaria aqui o estado capitão da reforma, utilizado esse ponto
para criar mais um meio de arrecadação? Isso para alimentar a criminosa folha
de salário que devora 93% do orçamento dessa justiça.
Afinal
a Emenda 45 que ampliou a competência da especializada, também não teria sido
planejada com o fito de desafogar a justiça estadual e federal no que tange aos
tributos da Fazenda e da Previdência? Emenda exaustivamente festejado pelos
vetustos magistrados. Sendo que a transferência dessas execuções acabou por
sufocar a já combalida estrutura da JT na época.
Neste
contexto onde o governo apesar de ter aprovado a reforma trabalhista, e de que
dentro de pouco mais de um ano teremos eleições para presidente, governadores,
senadores e deputados, estaria o eleitor atento a esse “jogo de xadrez”, onde um
antagonista seria o perdedor? E sendo assim, teria o governo planejado ganhar
sempre de um adversário de contexto frágil e de fácil manipulação?
É
assim que se faz a política, sub-julgando, explorando, elegendo a elite que se
perpetua e operários que se tornam elite. Outra reforma a eleitoral, é outro
ultraje. Bakunin têm razão!
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