Judiciário com moral
baixo e salários altos
(...) Os juízes se revestem de ativistas sociais. Usam o
poder que lhes foi conferido pelo estado, para impor normas sociais, e com isso
contaminam todo procedimento de ordem legal. Julgar com ideologia é o maior
erro da magistratura. Assim, decorrente o descrédito o judiciário atinge taxas
baixas e a cada ato que ofenda aos princípios da moral e da segurança da
sociedade, despenca.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Indignação, hipocrisia, e insatisfação latente com
o judiciário brasileiro, fez emergir as mais contundentes criticas da
sociedade. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou no dia 4 de setembro
uma pesquisa na qual revela que, em 2016, o custo mensal de um juiz no país foi
de R$ 47,7 mil. Os números foram laconicamente divulgados pela presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) e do conselho, ministra Cármen Lúcia.
Não pouco temos a informação de que funcionários
daquela Corte federal recebem até R$ 226,8 mil em um único mês. De acordo com
os dados da pesquisa “Justiça em Número”, o Judiciário possui um total de 442,365
mil pessoas, sendo 18,011 mil Magistrados (juízes, desembargadores e
ministros), 279,013, servidores e 145,321 mil Trabalhadores Auxiliares
(terceirizados, estagiários, juízes leigos e conciliadores). Somados os
inativos, a sociedade banca a estrondosa folha de quase um milhão de barnabés.
Os juízes se revestiram de ativistas sociais. Usam
o poder que lhes foi conferido pelo estado, para impor normas sociais, e com
isso contaminam todo procedimento de ordem legal. Julgar com ideologia é o
maior erro da magistratura. Assim, decorrente, o descrédito do judiciário
atinge taxas baixas e a cada ato que ofenda aos princípios da moral e da
segurança da sociedade, despenca.
O ministro do STF Luiz Fux embora defeso em relação
a credibilidade dos seus pares, defendeu a investigação de algumas
"disparidades" e "supersalários", ressalvando que o Poder
Judiciário não pode ser enfraquecido por conta dessa discussão. A declaração do
ministro foi dada a um veiculo de comunicação no encerramento da apresentação
do CNJ. Nitidamente preocupado, ele alerta que é preciso atenção para essa
estratégia múltipla de enfraquecimento do Judiciário, “que só não vê quem não
quer”, alerta.
Em 2016, o gasto do
orçamento do Judiciário com pessoal ficou em R$ 75,9 bilhões, valor equivalente
a 89,5% das despesas totais. O restante desse custo, segundo o CNJ, refere-se
às despesas de capital (2,2%) e outras despesas correntes (8,3%) que somam R$ 1,9
bilhão e R$ 7 bilhões, respectivamente. Pela Constituição, a remuneração de um
magistrado não pode ultrapassar R$ 33,7 mil, equivalente ao salário de um
ministro do STF, a mais alta Corte do país.
Desde Rui Barbosa os
baluartes da advocacia, tem sido irretocáveis na defesa da sociedade, tornando
o postulado nobre, humano e comprometido. Esse é o norte que devemos seguir. Na verdade vivemos nos dias de hoje uma nova
realidade, Nossos magistrados, servidores públicos, não são altruístas. A
distância que eles estabelecem entre juiz-sociedade transcende qualquer hipótese
de ser aceitável.
Espera-se de um magistrado que sua conduta escorreita
ultrapasse as fronteiras de seu cargo. A probidade, retidão e honestidade devem
acompanhá-lo não só no ambiente forense, mas também na sua vida em sociedade.
Um juiz deve ser digno da grandeza do cargo que exerce, demonstrando, a todo
tempo, sua urbanidade no trato com as pessoas, seu conhecimento e prudência. A
toga não pode servir de escudo e do “muro de Berlin” opressor e agressor.
Sua força inexiste se colocada de forma imprudente e com o
fito de atemorizar e desclassificar os demais membros da comunidade. Em meio a
debates sobre projetos de lei de abuso de autoridade e constatações de
arbitrariedades das mais diversas autoridades, tudo caminha para um novo
desenho do Poder Judiciário.
Há quem cite que existem juízes preocupados com a atividade jurisdicional.
No entanto apesar da técnica e das boas intenções,
a maioria peca pela desconsideração do caráter verdadeiramente humano de suas
atividades. Ao violar as prerrogativas dos advogados, ele atinge a si mesmo,
deprava e debilita o sistema judiciário. Segundo a presidente do STF, ministra
Cármen Lúcia há, hoje em dia, existe uma “enorme intolerância” da
sociedade com a falta de eficiência do Poder Público e que o papel da Justiça é
pacificar. (...) o que nos leva a pensar em soluções para que a sociedade não
desacredite no Estado.
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