EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO NA
IMORALIDADE E DISTANTE DA SOCIEDADE. SUCESSÃO PRESIDENCIAL. AINDA NADA
DEFINIDO. 127 ANOS DE REPÚBLICA DE DITADURAS, GOVERNOS INCOMPLETOS, DE VICES TENEBROSOS
E LIDERANÇAS MENTIROSAS. FORO PRIVILEGIADO É O ESCÁRNIO DA NAÇÃO
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
Em
meio à operação Lava Jato, delações premiadas e um cenário multifacetado do STF
e do Congresso, tudo indica que tão cedo não teremos o desfecho das principais
questões que vão influenciar de vez as eleições de 2018.
Inicialmente porque é latente a existência da
insegurança jurídica reinante no judiciário. Decisões são tomadas, e
desmanchadas com um simples “piscar de olhos”, deixando entrever que existe de
fato muita influência política no Supremo, o que é altamente nocivo para a
democracia brasileira e inquietante para a sociedade.
Infelizmente, as emendas constitucionais não
têm sido encaradas com a reserva e a seriedade. Desde 1988, quando foi
promulgada nossa atual Constituição, já foram feitas 96 emendas. Nos EUA, cuja
Constituição é de 1787, foram feitas só 27 emendas — a última, de 1992, proibiu
deputados e senadores de aumentarem o próprio salário.
Aqui os senadores, deputados, governadores,
prefeitos, vereadores e juízes são os primeiros a dar o mau exemplo, e sem o
menor constrangimento aumentam seus salários, sem se preocupar até mesmo com a
reação da sociedade. Como dizem os juristas, seria legal mesmo que fabricado o
meio para que isso ocorra, mesmo assim é “imoral”. Mas quem poderia clamar por
essa moralidade pública, se os nossos legisladores e julgadores da mais alta
Corte do país, sequer assimilam esse instituto?
Neste momento tramita no Congresso uma
proposta de emenda à Constituição que acaba com o foro privilegiado. Trata-se
de uma demanda urgente e necessária. Afinal de contas, já se passaram 127 anos
da Proclamação da República e 32 anos do fim da ditadura militar.
Não faz mais sentido mantermos no arcabouço
legal alguns privilégios típicos de impérios e ditaduras. Enumeramos entre
eles, a estabilidade do servidor público, a descabida lei do desacato e a
delação premiada, que hoje se tornou um balcão de negócio envolvendo até mesmo
a Procuradoria Geral da União – PGU.
Entendo que a toga não pode servir de
blindagem para praticas incomuns dos magistrados, sequer o mandato parlamentar
servir de instrumento para que se pratique todo e qualquer tipo de atos
corruptos e a margem da lei.
Porém avalio que tramitação da mencionada PEC
não chegará tão cedo a suas conclusões, com isso sobra há espaço para ampliar a
discussão, aprofundando o debate sobre o tema
O uso de uma emenda à Constituição deve
servir a um aperfeiçoamento maior do arcabouço jurídico. O alvo da investida
deve ser todo o sistema de privilégios.
O fato é que o foro privilegiado não é a
única afronta à equidade de todos perante a lei. Há também a concessão
indiscriminada de carros oficiais, de escoltas armadas, de viagens de avião, de
auxílio-moradia, de jantares, de festas pagas com dinheiro público e vários
outros exemplos.
Nessa lista que não é pequena, estão ainda os
supersalários de alguns altos servidores do Legislativo, Executivo, Judiciário
e do Ministério Público, que não vêem problema em receber mais do que o teto
definido na lei que deveria valer para todos. O teto se tornou ficção. Não há
justificativa para alguns agentes públicos receberem verdadeiras fortunas
enquanto os outros — a maioria — têm seus parcos salários atrasados e
parcelados. E milhões de brasileiro que vivem na miséria, com um salário mínimo
de R$ 934,00
O grande pleito da sociedade, após os
protestos de 2013 com milhões nas ruas gritando (“vocês não nos representam”) e
dos movimentos pelo impeachment de Dilma e Temer, é o fim do tratamento
diferenciado para os grupos que conseguiram se apropriar da lei para se blindar
em detrimento ao que estão sujeitos todos os cidadãos.
A sociedade honrada, e cumpridora de seus
deveres, não tolera o desmando público, o judiciário arrogante E UMA Corte Superior
dando péssimo exemplo de sabedoria e justiça. A existência de milhares de
detentores de foro e de outros privilégios, como ocorre hoje, é uma distorção
cruel da lei.
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