Sem ataque de tropas, o EI não será destruído.

18.11.15

HELIO FERNANDES

Teórica ou simbolicamente, mas distante da realidade a chamada coalizão contra o estado Islâmico, não está funcionando e não funcionará de jeito algum. Por enquanto só a França está combatendo de verdade, e existe una possibilidade por enquanto não confirmada da Rússia também estar do lado certo. A Inglaterra depende de autorização do Parlamento, ainda não recebeu noticia positiva.

Os EUS insistem na irracionalidade do presidente Obama, de ganhar uma guerra sem tropas. Isso não existe. O bombardeio pode ser de grande ajuda mas não é fundamental nem concluso. A ocupação tem que ser realizada pela infantaria à rainha das armas. Outros 20 países prometem ajuda, mas por enquanto não passa de promessa.

Um aspecto importantíssimo e que os adversários do terrorismo precisam entender e enfrentar, é o seguinte. Os terroristas já começaram e usarão em larga escala é a intimidação, a chantagem da bomba que ameaçam explodir. Usaram contra Holanda e Alemanha, avisaram que havia uma bomba no estádio, o jogo foi cancelado. Inglaterra e França receberam a mesma ameaça, resistiram, realizaram o jogo, foi um espetáculo maravilhoso, quase 100 mil pessoas em Wembley, cantando a Marselhesa.

Alemanha e Holanda deveriam ter resistido e realizado o jogo. Tenho plena consciência da responsabilidade. Podem perguntar: e se existisse mesmo a bomba, morreriam milhares de pessoas? Esse é o risco de uma luta suja, covarde, que só tem o objetivo de destruir. Se cederem a essas ameaças que serão repetidas, não haverá mais nenhum espetáculo no planeta. Seja esportivo,cultural, apenas pelo prazer, que deixará de existir.

No Bataclan, um show musical com a presença de mil e 500 pessoas não poderá mais ser realizado. Futebol americano, o maior espetáculo esportivo dos EUA, desaparecerá. NBA, futebol, tênis, qualquer espetáculo coletivo ficará subordinado á vontade sórdida dos covardes.

Em suma: o terrorismo dificilmente será derrotado. Eles levam a vantagem de não ligarem para o maior objetivo da humanidade que é viver ou sobreviver. São muitos aspectos que precisam ser enfrentados, mas todos eles são prioritários.