Atentados embaçam a visão dos
problemas nacionais
17.11.15
FERNANDO CAMARA
A falta de
uma solução moderada e responsável por parte dos governantes, seja no âmbito
político ou econômico, está acelerando uma situação de caos em vários níveis e
setores cujos riscos já ultrapassam o aspecto econômico-financeiro. O que houve
em Mariana-MG é apenas a ponta de um iceberg que está vindo à tona numa
velocidade avassaladora.
O cenário da
política brasileira, sem recursos ou capacidade de planejamento, está colocando
em risco vidas humanas. O ministro das Minas e Energia disse que vai abrir
sindicância e colocar auditorias independentes para identificar a situação das
minas brasileiras. Portanto, não se tem a menor ideia do risco iminente.
A tragédia em
Mariana mostra que se chegou ao máximo possível de irresponsabilidade
institucional. A sensação é de que a presidente, gradualmente, está entregando
os pontos, sem querer entregar o cargo. Cumprir a liturgia do cargo uma semana
depois de uma tragédia daquela magnitude é um desleixo inaceitável. Como
inaceitável é um governador conceder entrevista coletiva na sede da empresa que
acabara de destruir uma bacia hidrográfica.
A presidente do
IBAMA, Marilene Ramos, se mostrou muito preocupada com o cenário mineiro. Mas
até agora não apresentou nenhuma solução para o que ocorreu na barragem de Itaguaí,
mantida pela Ingá nas décadas de 70/80. A empresa faliu e houve sequestro de
bens e valores, inviabilizando a manutenção da barragem. Conclusão: houve
vazamento e contaminação da baía de Sepetiba e nada foi feito para remediar a
situação. Está lá, esquecida.
Ao mesmo tempo, a economia caminha para o abismo aceleradamente.
As medidas
enviadas ao Congresso continuam a ser aprovadas, mesmo com a situação crítica
em que se encontra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Apesar disso, nossa
economia não dá sinais de recuperação, pelo contrário. A sensação que se tem é
a de que as medidas são insuficientes, ou tomadas com atraso. Fica a impressão
(Será só impressão?) de que Dilma não tem competência, talvez tenha, mas
certamente não tem a confiança necessária para conduzir o país.
Cunha e Dilma na penumbra
Os atentados na
França, o maior ataque terrorista sofrido pela Europa, tomaram conta do
noticiário, colocaram o mundo sob risco e deixaram os nossos governantes em
segundo plano. Mas os problemas, como o das barragens da Samarco, estão aí, à
luz do dia. E ainda temos os problemas de ordem ética na política.
O presidente da Câmara, Eduardo
Cunha passa a ser investigado pelo Conselho de Ética, com a decisão do relator,
Fausto Pinato, de sugerir ao Conselho que abra processo contra o deputado
peemedebista que preside a Câmara. O parecer dele deve ser votado ainda esta
semana. A tendência é aprovação. Do impeachment de Dilma ninguém fala mais.
Meirelles vem aí!
Conversei com um
político que fala com intimidade com o Lula. Assegurou-me que Lula está em
campo para consertar a política econômica. Objetivo ou obsessão, ele quer
plantar Henrique Meirelles na Fazenda e o próprio Meirelles já não consegue
disfarçar a ansiedade para assumir o cargo. Por ora, o desafio é convencer a
presidente a entregar a pasta de porteira fechada.
Desemprego cresce, PIB cai.
Lula e Sérgio Cabral
Lula se lembrou
de uma passagem, onde o recém eleito Sérgio Cabral lhe pediu uma sugestão para
preencher a secretaria de fazenda. Lula apresentou o nome do Joaquim Levy, mas
alertou: "ele só serve para economizar e conter os gastos, para fazer
política ele não serve".
PLN 05/2015
O PLN 05 não
está aprovado na Comissão Mista de Orçamento; ninguém, nem os parlamentares da
base aliada se mexem. O referido PLN trata da correção da meta do superávit, e
isto significa que, se ele não for aprovado até o final do ano, Dilma terá
praticado crime de responsabilidade fiscal em 2015. Na próxima terça-feira os
vetos, inclusive o do aumento salarial do Judiciário, irão a voto no Plenário
do Congresso Nacional.
Qualquer mudança atrapalha o Governo
É evidente que a
Agenda Legislativa do Governo não está sendo acompanhada nem monitorada. Chamo
a atenção pois, caso os projetos que estão em curso não sejam aprovados nas
duas Casas do Congresso até o final do ano, o meu, o seu, o nosso 2016 será
além de pior, também um ano de muita escuridão. Estão nesse radar, por
exemplo, a DRU, Desvinculação de Receitas da União. Se alguém mexer nos
projetos, eles terão que retornar à Câmara, o que sempre será um problema. A
Repatriação, por exemplo, passou na Câmara, mas falta o Senado, onde a votação
não será tão tranquila. A CPMF, segue escondida nas intenções de alguns,
poucos.
Russomanno... Não sabia...
Líder nas
pesquisas para a disputa à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal, Celso
Russomanno (PRB-SP), é sócio do empresário Augusto Ribeiro Mendonça Neto, que
confessou ter repassado R$ 60 milhões em propina ao ex-diretor de Serviços da
Petrobrás, Renato de Souza Duque, e ao PT no âmbito da Operação Lava Jato.
Aécio apareceu
Aécio neves, que
até então estava sumido, ressurge disposto a apresentar um projeto capaz de
melhorar a situação econômica do país.
Dia Nacional do Supermercado
Os parlamentares
Manoel Junior, Rogério Marinho, Douglas Cintra, Herculano Passos e Domingos
Sávio, foram prestigiadíssimos. Rogério Marinho deu o recado enfatizando a
necessidade da modernização das leis trabalhistas e tributárias.
CPI da Funai
Foi instalada
mais uma CPI, onde os parlamentares prometem surpreender com denúncias
inimagináveis.
Kaiowá
Muita atenção.
Você ainda vai ouvir falar muito sobre a movimentação da Ação Missionária
Kaiowá.
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