Querem
destruir a Liberdade de Imprensa.
19.11.15
HELIO
FERNANDES
Estão sempre querendo abrir brechas
para perseguir, enquadrar, empobrecer e até enjaular jornalistas. Agora os
holofotes estão voltados para essa forma que existe ha mais de 100 anos de
existência, os defensores do direito retrógrado. Querem modificar a
Constituição para perseguir e não para construir.
Dirigi
vários jornais e revistas, jamais deixei de atender pedidos de resposta.
Durante 50 anos escrevi artigo e coluna diários, o mesmo respeito quando
parecia um direito justo. Há 27 anos houve brutal modificação, a Constituição
passou a proteger os litigantes de má fé e a incriminar os jornalistas.
Acabaram
com os processos por "injuria, calunia e difamação", criaram o
aviltante pedido de "indenização por danos morais". No primeiro fantástico
debate entre Promotores e notáveis advogados de defesa, muitos acabavam no
Supremo. No segundo caso, corruptos reconhecidos, processavam jornalistas,
pedindo altas somas de dinheiro. Se ganhavam, executavam o jornalista. Se
perdiam não pagavam nada, deveriam pagar o mesmo que exigiam, não pagavam nada
e o processo era arquivado.
Ninguém
processou mais jornalistas do que o corrupto Eduardo Cunha. O jornalista Jorge
Bastos Moreno processado 12 vezes, este repórter quatro vezes, ganhamos todas,
mas ele continuou intocado. Perdão e desculpas: intocado mas agora
responsabilizado por espantosa documentação enviada da Suíça.
A
polêmica sobre o assunto, estava começando mas atingiu logo o apogeu com a
entrada em cena do ministro Gilmar Mendes, que retumbou: "Esse direito de
resposta só é concedido depois de 10 anos do pedido".
É incrível
que um ministro do Supremo, vulnerável como ele, faça uma afirmação como esta.
Não faz muito tempo, o Supremo votou uma questão importantíssima. Quando chegou
a vez do Ministro votar, a matéria já tinha maioria absoluta, o voto dele não
tinha mais nenhuma importância. Assim mesmo, ele pediu vista e ficou com o
processo engavetado durante um ano e meio.
Pressionado
por todos os lados, não teve o menor constrangimento e continuou sem devolver o
processo. Numa seção a seguir, foi derrotado democraticamente numa votação, não
esperou o presidente proclamar o resultado, abandonou o plenário às pressas,
sem o menor espírito democrático, que é o grande patrimônio do Supremo que se
orgulha disso.
Eduardo
Cunha não pode mais processar ninguém ele mesmo está sendo processado no
Supremo e o pânico maior é que tenha o mandato cassado e que o seu processo
seja resolvido em Curitiba, não pode nem ouvir falar em Sergio Moro.
O direito
de resposta é legitimo e jamais foi contestado ou negado. Mas acima de tudo,
está à liberdade de imprensa, de expressão, de garantia de uma comunidade que
no Brasil já é composta de 200 milhões de pessoas.
Eduardo
Cunha e Gilmar Mendes, podem se julgar poderosos e importantes. Só que
poderosos e importantes e muito acima deles, estão os
cidadãos-contribuintes-eleitores, que já proclamaram com a voz alta vinda das
ruas, "Vocês não nos representam".
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A verdade
sobre Mariana
19.11.15
HELIO
FERNANDES
Ontem
conversei com o personagem que mais conhece a Vale, informadíssimo sobre o
terrorismo ambiental. Fonte e aliado quando combatíamos duramente a doação com
moedas podres que FHC tinha a audácia de chamar de privatização. Sem a
colaboração desta fonte, o repórter não teria escrito durante anos sobre a
criminosa e corrupta "Comissão de Desestatização".
Perguntei
se o acordo da Samarco (Vale do Rio Doce) e o Ministério Público Estadual seria
suficiente para as indenizações (praticamente 3 milhões de pessoas) e a reconstrução.
Resposta "Você mesmo revelou ontem, que foi um acordo inicial”.
“Considero
que chegará a 3 bilhões de reais, a Vale tem caixa, seu lucro em 2014 chegou
quase a este total”.
Continuei
querendo saber se o lucro deste 2015 atingiria o mesmo patamar. Nenhuma hesitação:
“O preço do minério caiu bastante, a China que é o maior comprador, está se
retraindo. O lucro não chegará até onde chegou em 2014, mas passará dos 2
bilhões de reais, a Vale não preocupa".
Para
terminar, quis saber se o acordo era pra valer, a resposta não demorou:
"Conheço os que estão envolvidos na negociação, de um lado e do outro,
tudo gente séria. Além do mais, a Vale não pode se desligar do Rio Doce, se
desacreditar naquela região, que é a sua base e a razão da própria
existência".
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